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ESCAPADELA SEMI-ROMÂNTICA - Parte 2: A chegada

por twin_mummy, em 07.08.13

Chegados a Chamartin lá fomos à procura do Metro, mas encontrámos a entrada barrada por torniquetes e do nosso lado nem uma só máquina para tirar bilhete. Voltámos atrás e tentámos ver se pelos elevadores se conseguiria aceder à gare onde se vendiam os bilhetes, mas depois de mais umas curvas iam desembocar exactamente no mesmo local. Até que percebemos… aquilo não era entrada para o Metro mas ainda a saída do comboio, e bastava avançar que os torniquetes abriam.

 

E pronto…agora que já estávamos no Metro toca de tirar bilhete na primeira máquina que encontrámos, mas antes de prosseguir caminho gaja que é gaja, mesmo de guia de Madrid em riste, com o mapa do Metro escarrapachado, pergunta sempre a alguém mais entendido se estaríamos a fazer o melhor caminho indo por aquela linha que obrigava apenas a uma mudança, ao contrário das outras sugeridas na net, que obrigavam a duas. E qual não é o meu espanto quando o segurança do Metro, depois de me obrigar a falar inglês, me explicou que seria melhor prosseguir de comboio já que seriam só duas estações e 5 minutos de caminho. Pois… mas já tínhamos tirado o bilhete para o Metro, certo? Errado!! Na ânsia de ir para a primeira máquina que apanhámos nem reparámos que era uma da Renfe… as do Metro estavam mais à frente. E foi assim que um erro nos atalhou caminho…

 

Tal com o haviam indicado cerca de 5 minutos depois estávamos na estação Sol, em plena Madrid. Saímos para tomar café numa esplanada ranhosa e, para nossa admiração, o café não era assim tão mau. Estávamos a tentar orientar-nos com o Guia, para sabermos em que direcção era o hotel, e não pudemos deixar de reparar na quantidade de fritos (estilo churros) que se consomem ao pequeno-almoço em terras espanholas. E de repente o café já nem estava a cair tão bem, pelo que resolvemos seguir caminho mas não sem antes nos sentirmos completamente enganados ao pagar 2,50€ por café! 

 

Tínhamos planeado ir com poucas bagagens de forma a facilitar o trajecto, mas andar sem bagagem é melhor pelo que insisti que deveríamos ir ao hotel pedir guarda de bagagens, apear do check-in ser apenas às 14h00. ‘’De certeza que não dá’’, dizia o co-(ir)responsável de mochilinha às costas e mãos livres, mas eu, com o meu trólei pequenito mas nem por isso tão prático, insisti que tentássemos já que tinha planeada uma grande volta nessa manhã. E foi com grande alívio que percebi que tinha razão.

 

No Hotel Petit Palace Mayor Plaza, situado no coração de Madrid, junto à Plaza Mayor e ao tão afamado mercado de San Miguel, foram simpatiquíssimos e não só nos guardaram as bagagens como nos ofereceram um mini mapa da zona e indicaram onde deveríamos almoçar.

 

Antes de mais… a toda a gente que achou estranho querermos ver paisagens numa escapadela romântica deixem que vos diga que Madrid é linda! Suja, mas linda! E andar a ver tudo com calma, sem miúdos a puxarem o vestido e a pedirem colo é um tal raro luxo, que há que aproveitar bem quando tal acontece.

 

Seguimos por isso até ao final da Calle Mayor, não resistindo a tirar fotografias a todas as praças e edifícios excepcionalmente bem conservados, e depois de andar uns bons kms lá nos deixámos cair numa esplanada junto ao rio, a beber um belo batido de fruta que soube magistralmente, e que não foi muito mais caro que o café bebido à chegada.


Não pudemos deixar de reparar na quantidade de pessoas que passeava pelo Parque de Atenas, ou que simplesmente estava deitada na relva a aproveitar o sol escaldante para trabalhar no bronzeado. E mais uma vez a percentagem de espanhóis naquela que será uma zona nobre de Madrid era bem superior à de estrangeiros, muito diferente do que observamos em Lisboa. A calma também era imensa, quer nas pessoas que passavam quer nos empregados da esplanada que levaram mais de 20 minutos para trazer a conta. Mas como diz uma prima nossa que tem um restaurante a beira de uma conhecida praia algarvia quando é interpelada por algum turista lisboeta mais insistente ''Está com pressa para apanhar o comboio??'' e a resposta era... não, claro. Por acaso até tinhamos acabado de sair do comboio... e por isso resolvemos aproveitar o sol e esperar...

 
Analisado entretanto o mapa (onde está assinalado o trajecto daquela manhã) percebemos que o teleférico que queriamos apanhar para ir da zona da Casa de Campo até ao Parque do Oeste ficava ainda longe e por isso (não vou dizer que era também porque tenho medo de alturas...lol) resolvemos atalhar caminho até aos Jardins de Sabatini. Seguimos por uma das ruas principais e ainda parámos frente a um centro comercial junto a uma vendedora de pipas (a quem não sabe é o nome dado às sementes de girassol e afins, naquele caso cobertas de açúcar e com as quais me deliciei) muito simpática que estava admiradíssima de percebermos o que ela estava a dizer. Desculpem-me os espanhóis, mas por muito que me garantam que só nós é que conseguimos ultrapassar a barreira linguística continuo a ter dificuldade em acreditar nisso... Ou terão algum chip a menos que nós???

 

Seja como for a passagem pela zona mais porca de uma cidade que eu alguma vez espero encontrar (passámos por debaixo de um viaduto que estava negro, e sim... a cor original seria o branco, não é só o meu mau feitio a falar) e a subida íngreme (e juro que fuzilo a próxima pessoa que me disser que Madrid é plano) valeram a pena para deparar com este cenário à entrada do Templo de Debod, cujo inteiror também tivemos oportunidade de visitar. Para além do Templo uma paisagem de cortar a respiração que eu não vou mostrar só para vos obrigar a ir lá...

 

Seguimos depois pela Praça de Espanha (pelos vistos também há lá uma...lol)  e descemos a Grand Via a regatear coisinhas no comércio local (tenho uma mochila lindaaaaaa!!!) até à Praça de Santo Domingo (ele não estava lá provavelmente porque era sábado, senão teria aproveitado para pedir uns favorzitos divinos), e depois à famosa Ópera. Tivemos pena não ficar por lá mais dias para podermos apreciar um espectáculo, mas o edifício já de si é grandioso.

 

E com isto estavamos quase na hora do check-in pelo que aproveitámos para descer até ao hotel, passando primeiro por uma das mais antigas casas de Torrão de Alicante para comprar umas 'souvenirs' para a família mais chegada. Recomendamos! O rapaz era simpatiquissimo e os chocolates já me disseram que são muito bons.

 

Feito o check-in deparámos com um quarto muito confortável, que vale de certeza pela localização mas, chamem-me exigente, não acho que o 'Pack Romântico' tenha valido a diferença de preço. Como vivemos amantizados não tivemos lua de mel florida e eu andava com um pouco de desejo de mimo, pelo que quando referiam chocolates (que eu até nem aprecio mas que o gajo devora às paletes) e Champanhe aquilo pareceu-me bem. E toca de imaginar um cenário edílico com a cama coberta de pétalas de rosa e um cabaz de laçarote à espera na cama. Em vez disso a espanhola da recepção disse em tom seco ''Lo Pack Romantico está en el frige''. E sim....  é certo que estava calor e até podiam ter algum receio daquela porcaria derreter, mas custava muito embrulharem os chocolates num papel semelhante (estavam uns com um pacotinho janota e os outros presos por um elástico!!!)?? 

E nisto decido trocar de sapatos e descalço-me, mas antes de me calçar vou ao wc. Erro crasso!! É que junto ao wc havia uma rampa e o chão era alcatifado... daquelas alcatifas meio acetinadas (e sujas como seria de esperar em Madrid), que escorregam comó..... resultado? Se não fosse a cama tamanho XL estar à frente tinha-me logo ali esparramado no chão do quarto sem experimentar sequer o estupido do Champanhe.


Mas deve ter sido o São Sábado que me protegeu e lá me apressei a preparar para almoço. Aproveitámos o PC com net que nos facultam no quartinho (sim, esse luxo foi muito apreciado) para saber dos bebés. Já comeram? Estão bem? Perguntam por nós? Claro que as respostas já sabemos e mais valia nem perguntar... o certo é que quando não estão connosco portam-se bem, comem bem e estão-se a borrifar para a mamã e o papá, mas enfim... ainda temos esperança de um dia alguém nos dizer que fazemos falta... 

 

E nisto lá fomos nós a caminho da Plaza Mayor, que ficava mesmo ali ao lado do hotel, para almoçarmos no tal local indicado pela recepcionista pois, segundo ela, era mais barato que em qualquer outro local e bem mais barato que o mercado de São Miguel onde estávamos a pensar ir mais à noitinha. Chegados à Praça percebemos que aquilo era tudo do mesmo... esplanadas com menus caríssimos, e entre o restaurante recomendado e os outros pouca ou nenhuma diferença havia. Mas pronto... como era recomendado, não conheciamos nada e estavamos estoirados do passeio matinal, lá nos acomodámos debaixo de um amplo chapéu de sol...

 

Facto giro...logo nos apercebemos que os chapéus ali à volta vaporizavam água para cima dos clientes. 

O co-(ir)responsável de ar satisfeito e douto lá explicou que era por causa da falta de humidade em Madrid, mas nem seria necessário porque dava para perceber que um ovinho naquela calçada estrelava em 10 segundos.

 

E falando em ovinhos decidimos optar pelo Menu do Dia (entrada+prato+sobremesa+bebida) e abrir as hostilidades com uns ovos com camarão e umas alcachofras panadas com presunto. Entre uma garfada e outra eis que decidem ligar os aspersores do nosso chapéu de sol e -claro que nestas coisas eu tenho sempre uma graaaaaaande pontaria- não repararam que o tubo estava desencaixado. Nós feitos parvos a olhar e um daqueles jactos a atingir os ovinhos e a respingar para cima do meu gajo!! Já estão a rir? Pois mais giro ainda... máquina fotográfica, carteira e vida inteira em cima da mesa (sabem como o sexo masculino tem aquele automatismo de colocar tudo em cima da mesa??) e eu armada em heroína a tentar resgatar tudo e PIMBA!!! Mais um jacto de água, porque os asnos dos empregados não se tinham ainda apercebido do problema.

 

Mas gaja que é gaja sabe gritar e lá mandei um daqueles avisos sonoros à navegação que até os que estavam lá dentro sairam tipo caracol. Seguiram-se as desculpas, trocaram-nos de mesa, e refizeram as entradinhas em tempo record. Poissssss.... mas e o vinho?? Tinhamos os copos cheios e sobrou-nos o restinho da garrafa.... E diz o empregado que se for preciso vai buscar mais. E eu respondo que nem era preciso perguntar... era preciso!! Mas tadinho... andou tão distraído que tive que fazer carinha de má e chamar outro a exigir o meu branquelas deslavado (não valia nada mas estava fresquito e com aquele calor que bem que sabia só por isso). No final, generosos como são, ofereceram... os cafés!!! lol Mas pronto... já não foi mau, e a comida estava boa, e assim... olha... sempre fiquei com algo diferente para contar.

As imagens utilizadas neste blog são na sua maioria de autoria própria ou de amigos e familiares, com o devido consentimento. A autoria daquelas que são retiradas da internet será indicada sempre que seja possível fazê-lo de forma inequívoca, mas mesmo assim poderão ser removidas caso o autor o entenda, bastando para tal contactar-me para o e-mail aqui indicado.



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