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Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
Eu sei que a culpa é toda minha, mas estou metida num dilema que não sei como resolver (e espero não morrer a tentar).
Se é raro os miúdos prenderem-se a computadores e outras tecnologias cá por casa, de vez em quando lá pedem para verem algum vídeo. E por norma (também porque não é muito frequente) acabamos por ceder. Acontece que aqui há uns dias o co-irresponsável tinha estado a ouvir Satyricon e a sugestão ficou no youtube. Assim que abriu o pc a Patapon reparou e insistiu que queria ver 'O senhor de boca aberta'*. Meio hesitante ele lá colocou o vídeo... e não é que a miúda adorou?
Vai daí eu feita parva tentei mostrar-lhe uma coisa mais soft (e sim... o conceito de soft é relativo) e optei pelo Luna, dos Moonspell. Resultado?
-Mamã...quem é essa?
-É a Luna!
-Ohhh! Eu quero brincar com a Luna...
-Querida... a Luna é um boneco, não é a sério.
-Eu quero brincar com a boneca Luna!
E perante as súplicas que se seguiram lá disse que ia tentar ver se lhe arranjava uma Luna.
-Achas que ela vai gostar de mim? -pergunta-me a mabeca em tom doce.
Foi nessa altura que a minha semi-promessa se transformou numa determinação. Haveria de arranjar uma Luna para ela, certo? Errado! Por muito que entretanto procurasse no merchandising dos Moonspell não há bonecas da Luna nem sequer camisolas com a dita bonequinha. Apenas t-shirts com o desenho que aqui mostro, mas isso ia dar ainda mais confusão porque ela havia querer vesti-la em pleno inverno. Gostava de lhes poder dar a sugestão de fazerem mais merchandising da bonequinha. Pelo menos aqui para casa viriam 2 Luninhas, já que eu também adoro aquela morta-viva de lacinho vermelho.
E entretanto... o que faço para não decepcionar a minha bonequinha? Pois foi um pouco por acaso que deparei com uma edição especial da Frankie Stein, das Monster High, que por acaso até dava para encomendar online sem portes de envio pelo site do Toys'R'Us. Sim, para aqueles mais distraídos agora a moda em bonecas já não é tanto uma doce Barbie ou Nancy mas monstros e mortos-vivos. Há estas tais Monster High, as Princesas Zombie, e depois mais 4 ou 5 versões menos comerciais do fenómeno.
E não é que não poderia ter ficado mais feliz com a encomenda ao vivo (ou deverei dizer ao morto...)? Reparem nas semelhanças e digam-me lá que com um lacinho vermelho não parece a Luna numa versão mais adulta e de cabelo comprido? Um pouco esverdeada, é certo... mas a rapariga pode ter comido alguma coisa que lhe fez mal... uma tosta mista por exemplo (a quem não percebeu a piadinha ver post 'Diário de uma gravidez gemelar: Episódio 1- O Euromilhões')...
*para quem não conhece aqui fica o link: http://www.youtube.com/watch?v=TXFrhY_Le1w&feature=share
Ter mabecos à solta por casa tem destas coisas. Qualquer aparelho com botões serve para brincar. Bem que me parecia que eles estavam muito caladinhos esta manhã enquanto eu preparava o pequeno almoço. Mas não me posso queixar já que terei café com leite imaginário para o dia todo. Estivesse o frigorífico ligado e teria ice-coffee imaginário. Felizmente tivemos o bom senso de o desligar assim que os gémeos começaram a andar e a trepar a tudo, porque vai-me saber bem melhor o café com leite quentinho do que o gelado...
Ir a casa da minha sogra é uma excelente oportunidade para saber as tagarelices da imprensa cor de rosa. Por norma abstenho-me de comentar a vida dos outros, mas a esta novidade não resisti. Se dúvidas havia, fica a confirmação que as novas tecnologias são lixadas, mas podem ser um excelente aliado ao aumento da taxa de natalidade. Que o digam o Kapinha e a Mafalda que tinham planos para ser pais daqui a uns tempos e vai daí foram atraiçoados por um iCoiso (e chamo assim porque entre iPhone, iPod, e outros tais para mim é exactamente o mesmo já que permaneço fiel a uma coisa que serve -vejam lá bem a estranheza!- para fazer e receber chamadas, para receber e enviar mensagens e que é portátil, pelo que se chama simplesmente... telemóvel! Sim,ok... serei uma velha do Restelo, mas não sou iCoiso-dependende).
Pois parece que a dita rapariga utilizava uma aplicação do iCoiso para não se esquecer de tomar a pílula. Metem-na no Big Brother 'mais ou menos famosos' com o Kapinha e sem iCoiso, e a rapariga descontrolou-se. Pelos vistos de duas formas... uma porque sem a aplicação não se lembrou que era suposto tomar um comprimido (qualquer dia confiamos nas aplicações para nos lembrarmos de respirar... vão ver!), que por acaso não era para problemas cardíacos ou o resultado poderia ser bem menos agradável, e outra porque não resistiu e... coiso!
Vai daí parece que sem a coisa e a coisar há probabilidade de se ficar com coisinhas na barriguita. E foi o que aconteceu, mas por acaso foi só uma coisinha e não duas, como no meu caso. Agora esperam um 'Mimikas' e estão muito felizes. Ainda bem! Só nos resta então esperar que o iCoiso alerte quando for hora da mama...
Créditos das fotos: retirados da internet, autores desconhecidos
Ser mãe é colocar a mão no bolso do casaco e descobrir um bocado de pão com manteiga...
Mais uma vez tenho o co-irresponsável ausente. Aguenta-se conforme se pode, com ajudas pontuais de uma e outra avó, e com muita técnica e jogo de cintura adquirido durante estes quase 3 anos de convivência com os mabecos. Quando o pai partiu trocaram um beijo por cada dia de ausência, que depois guardaram nos respectivos bolsos. Assim podem ir lá buscá-los quando as saudades apertam. A questão é que por norma apertam quando eu estou sozinha com eles...
São agora 21h00 e eu estou morta de cansaço e fome. Está um franguinho assado no forno à minha espera. Tenho a princesa a chorar com saudades do pai, e o mini-co-irresponsável a chorar porque não quer que pintem o prédio do lado. A sensibilidade deve-a ter deixado cair na banheira, onde esteve a tapar os olhos do sapinho enquanto eu dava banho a ambos...
Já anteriormente referi aqui a paixão doentia que os meus filhos sentem por cães (ver post 'A menina Blackie'). São várias as fotos que temos com eles a abraçarem, beijarem, ou simplesmente a rebolarem com eles. Pois é tanta paixão que ainda há dias a levaram ao extremo.
Se aqui no prédio até há bastantes cães que fazem as delícias dos meus filhos, na rua então nem se fala, e nessas coisas eles não são nada envergonhados e avançam indiscriminadamente para qualquer animal de 4 patas que abane a cauda para eles. Por acaso desta vez o alvo foi o 'Óscar', que calha de ser o animal de estimação de uma ex-colega de escola, o que me facilitou a vida. É que o Óscar, apesar da sua idade, é muito brincalhão, e como ainda tem um tamanho considerável, é bom saber que ela tenta logo acalmá-lo assim que os gémeos entram no campo de visão dele. E eu, pela minha parte, tento acalmar 'os meus animais'. Mas não é fácil... sobretudo o Pandinha delira mesmo com os cães.
Acontece que desta vez o Óscar tinha acabado de chegar de uma looonga caminhada pelo mato e estava sujo e transpirado, pelo que a dona apressou-se a alertar os miúdos de que não deveriam tocar-lhe para não se sujarem. Olha a quem... alguma vez o pandinha deixaria de tocar no amigo dele? Não só tocou, como abraçou e deu BEIJOSSS! E eu bem tentei separá-los, mas o Pandinha alegava:
-Ó mamã... está só sujo...
Como o puto não deixava de ter razão e sujidade não é doença, lá os deixei a partilhar os germes durante alguns minutos antes de retomarmos o caminho para casa.
Não passaram nem dois dias e voltámos a cruzar-nos com outro canídeo. Desta vez o Tommy, um barbaças (arraçado de podengo de pelo cerdoso- ai! que a miúda percebe de cães) que reside cá no prédio e que tem uma história deliciosa de vida e igual a tantas outras (onde é que já ouvi uma assim?). O dono do Tommy teve um outro cão antes que se chamava... Tommy. E esse Tommy faleceu. E claro que o dono proferiu aquela célebre frase 'Não quero mais nenhum!' Mas eis que aparece este cão abandonado e maltratado umas semanas depois e o segue para casa. E por aqui ficou o Tommy2, gozando de todos os mimos que o outro já gozava e mais alguns. E por muito que ande pela rua, não sei como é que o cão sai tanto ao dono que chega junto a nós sempre bem aprumado e cheiroso.
Mas quem tem miúdos de 2 anos e meio, mesmo que não sejam gémeos, bem sabe que é dificil (leia-se impossível) termos algum controlo sobre o que dizem, e invocando a memória mais recente que tinha o Pandinha sai-se com esta:
-Olha o Tommy! Ele está sujo?
E perante o meu olhar de pânico e vergonha o dono do Tommy lá se riu e explicou que o Tommy toma banho com frequência, mas que era normal vir um pouco sujo da rua.
-Não faz mal!- diz o Pandinha enquanto se abraça ao Tommy aos beijos.
Ter chegado às 20.000 visitas em cerca de 6 meses é motivo suficiente para celebrar com a inauguração de mais uma secção do blog. Desta vez dedicada àquelas teorias dos miúdos em que por muito que a gente tente explicar que não é assim eles teimam em ter razão.
Ultimamente têm andado fascinados com os números, e por isso todas as viagens de elevador acabam por ser uma contagem crescente ou decrescente que os delicia. E a mim claro que também me deixa a transbordar de orgulho perceber que, mais que ter decorado o '1,2,3' eles sabem reconhecer os números, qualquer que seja a ordem. Claro que não está ainda a 100% e há alguma confusão entre o 1 e o 7, entre o 6 e o 9, mas mesmo assim já fazem um excelente trabalho.
Acontece que no nosso prédio não está assinalado o '0' mas sim o 'r/c', e por isso tentei explicar por diversas vezes que no fundo significava o mesmo que o '0' mas que se escrevia com letras.
-É o 'resto do chão'!- dizia a Patapon.
-Não, querida. É RÉÉÉÉSSSS do chão, rés!
-Não é não, mãe. É 'resto do chão'. - e enquanto abriamos a porta para sair ela apontava para o chão do piso e explicava - Vês? É o resto deste aqui...
Juro que desde então tentei por diversas vezes convencê-la do contrário, mas a miúda acaba por ter uma certa razão em visualizar a continuidade do piso inferior para o elevador, e tem o Pandinha a aliar-se a ela. E assim passou a ser 'Resto do chão' e não se fala mais nisso... Se não os podes vencer junta-te a eles, certo?
Acabei de receber uma prenda de Natal antecipada: chegámos às 20.000 visitas. E digo chegámos porque este blog é tão feito de mim, dos meus mabecos, de toda a minha família alargada, como de vós. Sem vocês não teria chegado aqui.
Por isso a todos vós que me incentivaram para começar, a todos vós que me têm apoiado neste divertido percurso, e a todos os que simplesmente caíram aqui por engano... 20.000x obrigado!
E assim se inaugura uma nova secção do blog! Mas apenas para esclarecer o título, e não é que não me ache uma 'tanga de mãe', mas o intuito aqui é falar das mentiras (piedosas, claro) que tentamos impingir aos mabecos. Fica aqui um dos exemplos daquilo que se inventa cá por casa, e sintam-se perfeitamente à vontade para partilharem os vossos. De certeza que algum progenitor menos inventivo irá agradecer as dicas...
Pois esta tanga ocorreu no famoso 'Dia do Pijama' (para quem não conhece e iniciativa basta ler o post 'O Dia Nacional dos Pijamas'), em que como seria de esperar a temperatura desceu bruscamente e ameaçava boicotar todos os preparativos. Porquê? Porque é claro que os miúdos quiseram escolher o pijama que iam levar para a escola, e é claro que a escolha não recaiu no mais quente, mas naquele que gostavam mais.
Vai daí aqui a mamã, 'softed heart' que é nestas coisas (poderia ter escrito 'coração mole'? Poder, podia... mas não era a mesma coisa!), decidiu deixá-los ir na mesma com os pijamas de eleição. Só que é claro que tinha de os proteger de alguma maneira e decidi 'enchouriçá-los' por baixo do dito. Ora se para cima a opção é relativamente pacífica, quando estava a tentar vestir os collants ao Pandinha este desata a espernear e a gritar:
-Tiraaaaa! Que eu não sou nenhuma bailarina!!
Juro que não sei onde ele foi buscar esta expressão, mas últimamente não se cala com isto e obriga-me a dar várias dobras nas meias de forma a que não fiquem com o cano levantado.
Ora... e ali estava eu perante um dilema... tentava obrigá-lo (a quem não conhece a força do Pandinha até pode achar esta opção viável) ou desistia e deixava-o ir à pesca de uma brutal gripalhada? Respirei fundo, reflecti uns segundos e decidi procurar uma terceira via...convencê-lo. Vai daí, nem sei bem como, sai-me da boca uma das maiores tretas dos últimos séculos:
-Claro que não és nenhuma bailarina, filho... mas isto não são meias. São calças especiais com pé...
-Ah, sim? Então está bem...
E lá foi o Pandinha quentinho para a escola no seu belo pijama, com as calcinhas com pé por baixo...
Serão de Domingo, os dois mabecos a brincar sossegadamente, e de repente vejo-o avançar na direcção do braço dela, de boca aberta. Perante a antecipação de dor estampada no rosto da Patapon intervenho:
-Pára com isso!! Que estás a fazer? Não se morde na mana!
-Mas... -explica ele em tom decidido- eu sou um crocodilo!
Ah, pronto... Ainda bem que ficámos esclarecidos.
Pois é... aqui agora há gato! Mas não será bem como pensam e nem é dos miúdos.
Acontece que o co-irresponsável -vá-se lá saber porquê- sempre achou piada àqueles gatos da sorte que abanam o bracinho e que estão amplamente dissiminados pelas lojas e restaurantes de origem oriental. Mas uma coisa é achar piada, outra é trazer um desses animais cá para casa e isso ele felizmente teve o bom senso de não fazer. Eu não contava era com o sentido de humor mordaz da minha sogra, que aproveitou uma ida com os miúdos à loja chinesa, para adquirir um destes exemplares tamanho XL e enviar para o filho.
Agora tenho um gato XL em plástico branco que passa o dia a abanar o braço fazendo daqueles barulhos irritantes que faz lembrar um relógio de pêndulo. De vez em quando a Patapon apanha-o, enrola-o num pano de cozinha com pintinhas (um dos brinquedos preferidos dela) e deita-o numa almofada. São apenas estes os meus momentos de sanidade mental, porque impede os movimentos do braço e o tal barulho. De resto até sustos já apanhei por o mudarem de sítio e eu ser apanhada de surpresa com algo que mexe na minha direcção.
Perante tudo isto vieram as memórias mais remotas à superfície e lembrei-me daqueles belos tempos em que eu, a minha mana e a minha mãe iamos com o meu avô materno às rifas da Santa Casa da Misericórdia. Era uma forma de ajudá-los a angariar dinheiro no Natal ou nos Santos Populares, mas também uma grande diversão para nós, e apesar do meu avô já ter partido há muito a tradição das rifas manteve-se.
Recordo-me bem, aqui há uns anos atrás, de termos ido a mais uma dessas festinhas de angariação de fundos e termos comprado um monte de rifas. A competição era não só pelo maior número de rifas premiadas (quem inventou aquele sistema em que sai sempre devia ser fuzilado porque perde toda a piada, já que tira metade dos motivos para gozarmos com os outros a quem não saiu nada) mas também pelos prémios em si (ora este motivo é sempre válido). Já não me recordo o que me saiu a mim nem à minha mãe, mas ficou-nos gravado na memória uma estatueta XL, em barro pintado, de um estudante de Coimbra, que saiu à minha irmã.
Ela bem tentou deixá-lo lá, mas nós à socapa trouxemos para casa. E claro que esta minha perversidade teria que ser herdada de algum lado, pelo que foi com muita dificuldade em conter o riso que eu e a minha mãe embrulhámos a dita estátua e nos aguentámos até ao Natal. Haviam de ver a cara da minha irmã quando escolheu para desembrulhar logo em 1º lugar aquela prenda enorme que se destacava junto à àrvore e deparou com o estudante. Mas claro que achou piada e se riu.
No ano seguinte a história foi diferente e ela já achou que seria demais termos-lhe dado o estudante pela 2ª vez. Mas pelo menos concedeu-nos algum crédito por termos conseguido disfarçar o embrulho. Acontece que no terceiro Natal consecutivo em que recebeu o estudante a miúda não se conteve e acabou por o esmigalhar para evitar brincadeiras futuras. Maus feitios...
Pois foi pena ter acabado, mas foi giro enquanto durou... e vai daí ocorreu-me agora que ainda não comprei a prenda para a minha sogra...
PS: foto do cesto de rifas retirada do blog 'florescoreseamores'
Cada vez mais chego à conclusão que a minha filha tem 2 genes não-humanos: um de pilha Duracell, outro de sirene dos bombeiros. Quando usados em conjunto tiram qualquer um do sério...
Seria inevitável um blog desta categoria (hmmmm hmmmm) aparecer mais cedo ou mais tarde nos 'Recortes do Sapo'. Pois...foi mais cedo do que eu esperava!
Para quem não sabe de que se trata (shame on you!) é uma forma dos Srs. Sapos darem visibilidade aos blogs que se destacam por algum motivo. De entre todo o 'Universo sapeiro' são seleccionados cerca de 5 blogs por dia, e este acabou por ter visibilidade no dia 16 de Novembro.
Agora se a notícia em si me alegra (e muito, claro... pois serei apenas mais uma entre muitas blogueiras que para aqui andam a falar de fraldas e sutiãs) o motivo pelo qual foi destacado deixa-me algo intrigada.
Parece que uma das formas de candidatura é se alguém o recomendar, a outra é se falar de um tema actual, pertinente ou que apele aos estômago deles como 'chocolate' (critério nada tendencioso, claro). Ora... se foi alguém o meu muito obrigado e digam lá para onde devo encaminhar o porco no espeto. Se acharam pertinente e actual o tema do aniversário do Rorschach (foi com o Post 'Rorschach' que atingi esse estrelato) viva então o Rorschach e o meu professor de Psicanálise. Mas... se foi pela referência ao chocolate (que eu detesto)... ups... Queria dizer... adoro, Srs. Sapos, adoro, ok? Chocolateeeeeeee!! Então prometo falar muito mais sobre isso. E até coloco fotos!!
PS: Não é mentira que faço uns bons Brownies com carradas de chocolate, que são amplamente apreciados pela família e amigos, e eles juram que não é só por gostarem muito de mim, que realmente o bolo é bom. Ou então, como costumo muito bem dizer... que bons amigos que eu tenho!!
O Pandinha tem um gosto particular por livros. E uso o plural mais plural que houver porque o miúdo é incapaz de pegar num singelo exemplar. Cada vez que vão dormir o cenário é o mesmo... demora horas a fio para escolher 2 livros para levar para a cama. Tempos houve que levava mais que isso, mas tenho conseguido refreá-lo por causa de uma noite em que acordou aos berros por levar com o maço de livros de eleição na carola.
Já a Patapon chega à prateleira, estica o bracinho e pega num único livro que depois se apressa em ler em voz alta para o mano também ouvir, e nisto deita-se para o lado e diz:
-Mamã já está! Tapa-me que tenho soninho!
Uma delícia esta minha filha, e por isso a quem ainda acha que a gajas demoram horas a fazer seja o que for ou a escolher seja o que for tenham tino, pá!
Mas adiante... este interlúdio era para explicar este nosso ritual antes de adormecer, e que a meu ver é uma excelente forma de os preparar para a caminha como uma sequência normal de acontecimentos que leva a um adormecer mais ou menos sereno (sim, por vezes há birras mas em 99% dos dias resulta na perfeição).
Acontece que há dias e dias em relação ao adormecer propriamente dito (como já referi) e dias e dias em relação à escolha dos livros. E ontem foi um desses dias em que o pandinha não se decidia.
Ora já por aqui referi que a casa é pequena e que os putos não foram planeados, certo? Por isso no ano anterior a eu ter ficado grávida, e completamente ignorantes daquilo que o destino tinha reservado para nós, estivemos a transformar o quarto de hóspedes em escritório/quarto. Um sofá cama muito prático da IKEA (IKEA PS em azul escuro a imitar ganga) permitia fazer uma caminha confortável em segundos, e por isso continuava com a valência do quarto, mas as estantes apinhadas de livros (tanto eu como o co-irresponsável adoramos ler) e a ampla secretária Galant (também da IKEA e juro que não ando a receber royalties) tornava-o num escritório mais luxuoso do que eu alguma vez tive.
Assim que soube que estava grávida ainda considerei a possibilidade de conseguir conciliar o quarto do bebé com o escritório e manter aquela secretária porque, de qualquer forma, ele viria a precisar. (Tretas! mas calha bem justificar assim, certo?) Acontece que os planos cairam completamente por água quando soube que em vez de um vinham lá dois bebés. Como não tinha onde colocar tanto livro as estantes ficaram mas tive que dizer adeus à secretária para colocar as caminhas dos gémeos.
Não me parece que me tenha saído mal com a requalificação do escritório, mas também não serei própriamente daquelas mamãs cor-de-rosa. Passo a explicar... mamãs que fazem cortininhas e edredons a condizer com as saias dos cestinhos de verga onde colocam os produtos de higiene alinhados por tamanhos, que escolhem o berço de verga com dossel a combinar com o restante cenário e pintam as paredes de rosa com aplicações de stencil florido. Aqui não há nada disso! Há cortinas na mesma e edredons mas tudo de compra, e não há cestos de verga pois embora adore os cestos em si acabam por não ser tão práticos e só criam é mais pó e ocupam mais espaço. Nada contra quem pensa de outra forma e reconheço que sou um pouco gajo nestas coisas, mas os putos gostam do quarto com BD na parede e livros nas estantes e pronto!
E gostam tanto, tanto, que de vez em quando lá vão surripiando umas coisias dos pais. Nunca sem antes pedir autorização que nisso (na educação) gastamos muito tempo e suor, mas acaba por compensar no que nos facilita a vida. Adiante...
Pois ontem depois de ter jogado as mãos às edições especiais de BD da Maxmen do co-irresponsável, e olhado para mim com olhar inquiridor lá o Pandinha abandonou o alvo perante o meu olhar sério de reprovação.
-Não 'podo' mamã?
-Essas é melhor não, querido. São do papá e não são para estragar... Escolhe um livro!
Quando dou por isso estava a apontar para a coleção 'Sin City', do Frank Miller:
-'Podo?'
-Esses não, querido! Escolhe um com bonecos!
Nisto viro as costas para ir tratar da Patapon e sou acordada dos meus pensamentos por um sonoro:
-Este, mamã!
E deparo com o puto de sorriso rasgado a segurar o meu exemplar autografado do 'Fadas Láureas' do Luis Louro. Chamem-lhe parvo...
Não é hábito vestir-me ou despir-me em frente aos miúdos. E nem é por qualquer pudor, mas simplesmente porque prefiro acordar mais cedo de maneira a despachar-me sossegadamente sem mabecada a agarrar-me nas pernocas e tomar calmamente o pequeno almoço (tomar um bom pequeno almoço sentada sempre foi o meu pequeno luxo de que procuro não abdicar). E por isso quando eles acordam já eu estou de banho tomado, barriguinha cheia e vestida.
Aqui há dias a Patapon acordou com os galináceos porque ainda anda trocada com a mudança de hora. Vai daí acabou por ainda me ver a limpar e a vestir. Depois de uns longos minutos calada acaba por apontar para o sutiã e perguntar no tom mais natural do Mundo:
-Mamã... isso aí são dois capacetes?