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Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
Pegando em mais um desafio interessante do Sapo, e porque me aviva belas memórias, o filme que gostaria de rever no cinema seria o 'Gremlins'. Porquê?
O meu avô era um orgulhoso GNR e por causa disso (não por ser orgulhoso mas por ser GNR, vocês perceberam, certo?) costumávamos passar todo o verão no Parque de Campismo da dita Instituição, na Costa da Caparica. Entre os inúmeros divertimentos que tinhamos por lá, entre os quais apanhar caranguejos nos pontões da praia, surfar (eu posso até confessar a minha descoordenação total para o efeito, mas em nada invalida o divertimento em si), andar de escorrega de cabeça para baixo, esfolar os joelhos ao cair de bicicleta (sem protecções, claro... que ali havia elementos do sexo feminino mas não necessariamente florzinhas de estufa), destacavam-se as sessões de cinema no campo de hoquéi (sim, deveria haver por ali alguma tradição hoquista oculta já que não me recordo de ver o campo servir para essa modalidade).
Não me perguntem a que dias era (salvo erro à quinta-feira) porque já lá vão mais anos do que aqueles que eu gosto de reconhecer, mas uma noite por semana era colocado um écran gigante no dito campo onde passavam repetidamente os mesmos filmes interessantissimos, como 'O Senhor das Aranhas' (a imagem não é do filme já que em português não encontro registo dele e não faço ideia do titulo em inglês, mas não resisti a torturar quem possa eventualmente ter uma pitadinha de aracnofobia... just because) ou outros tais. Por norma implicavam porrada, cenas a preto e branco ou pouco mais que isso (NÃO, NÃO SOU DO TEMPO DO CINEMA MUDO), e uma história entediante que teria sempre um herói e uma princesa em apuros, que acabava por ser salva (ora bolas, que de vez em quando seria interessante ver um dos bons a morrer, só para variar um pouco).
Estávamos nos anos 80, é certo, e não haveria as tecnologias que existem hoje em dia como a tv por cabo com os seus canais temáticos (havia 2 canais generalistas e já era uma sorte termos um televisor na tenda pois nem toda a gente tinha) e as gravações automáticas (já tinham sido inventados os gravadores video, sim... simplesmente não havia toda esta facilidade em rever um filme como há agora) mas caramba... de certeza que existiam filmes mais recentes e interessantes que aquilo.
E por isso não seria de admirar que a malta acabasse por fugir sair do Parque para ir para programas mais interessantes. Por norma íamos para o centro da Costa, para uma casa de jogos que havia na rua principal. E pergunta agora a geração mais jovem...qual a lógica? Pois... na altura não havia consolas e o ZX Spectrum levava meia hora a carregar um jogo (ou não, já que o fulano tinha um sentido de humor retorcido e em muitos casos depois do tempo de espera simplesmente tinha de se voltar a tentar), e ping pong e o-outro-jogo-que-não-me-recordo-como-se-chamava (mas que tinha uma espécie de disco de hóquei -e pronto... ainda levo com um stick no focinho por falar tanto do dito e não lhe dar a devida importância, mas sim... gosto e sou apoiante, e tenho até um priminho que é praticante) nem hoje em dia se jogam sem ser com esforço físico envolvido, pelo que era necessária a nossa presença- ou assim justificávamos perante os adultos que tomavam conta de nós (no meu caso os avôs maternos).
Massssss -e eis que chegámos ao ponto fulcral da temática do post- também iamos para os parques de campismo adjacentes, bem mais evoluidos nessas questões cinéfilas. E como um deles tinha sala de cinema (salvo erro era o Inatel) foi lá que vi pela primeira vez o 'Gremlins', com a plateia a achar que a parte em que a fita (sim, sou do tempo das bobines... bah!) parecia deteriorar-se seria mesmo a sério, já que aquela sala de cinema não seria obviamente das mais evoluidas, e portanto a ocorrência de uma tal situação seria até bem plausível. Ouviram-se inúmeros insultos e houve até pessoas que se levantaram para ir ter uma conversazinha com o projeccionista. E que depois tentaram disfarçar assim que ouviram o riso dos bicharocos. mas já era tarde...
Claro que depois disso já o revi vezes sem conta na televisão, e curiosamente continua a ser dos meus preferidos na classe 'filmes para ver enquanto se come pipocas'. É simples qb e divertido qb para uma tarde em familia, e a voz do Gizmo continua a ser das minhas imitações preferidas (também sei imitar um rouxinol, mas isso não vem agora ao caso). E não... nunca desejei que o Gizmo fosse real porque uma coisa é ouvir o cantarolar dele 30 segundos, outra diferente seria aturar aquilo constantemente aliado àquele sorriso de marmelo. Enjoa-me. Ao ponto de, se tivesse mesmo um, ser capaz de lhe dar comidinha depois da meia noite só para ver se ele acordava para a vida...
Mas tal como disse em vez de tê-lo, preferia voltar a vê-lo no grande écran, com uma sala repleta de pessoas a barafustarem por o filme estar estragado. Over and over again... e eu a comer pipocas!!
Desde que os mabecos encontraram um baralho de cartas que andam sequiosos por aprender para que servem. Tenho tentado aproveitá-las de forma lúdica, mas também instrutiva, como aqui já referi. Não só utilizam parte do baralho para jogos de memória, como reconhecem já os números e a sua relação com as quantidades respectivas, embora obviamente ainda hajam algumas gafes. E claro que também tentamos explicar de uma forma mais tradicional, mas confesso que sendo o entusiasmo deles tão genuino com as cartas, ultimamente tenho aproveitado mais este meio. E por isso não me posso queixar se forem bons alunos, certo?
Pois anteontem a Patapon pediu 'Bolachas do gato', que são umas bolachinhas apetitosas (sim, já provei... sim, de vez em quando roubo uma ou duas, mas apenas com o objectivo de fazer o devido controlo de qualidade...) da marca branca do Jumbo, e que vêm dentro de uma caixinha rectangular, embaladas em packs de duas bolachas.
Ora acontece que -sei lá eu porquê- os senhores que comercializam as ditas bolachas resolveram por um 'A' no pacote. E a mabeca sem hesitar mirou o pacote e exclamou entusiasmada:
-Olha, mamã!! É um 'Ás'!!
Acabei de saber que tenho duas das minhas melhores amigas no mesmo hospital.
Uma delas pelas piores razões pois arranjou como companhia um bicharoco que conseguiu enganar as equipas médicas por vários dias. E infelizmente esta é uma história que já conheço pois tive um primo que gosto de igual modo e que também passou por essa estupidez de estar à beira da morte por algo tão incrivelmente parvo, e perdi assim a minha querida avó Vitória.
Não consigo imaginar se será pior a dor física que se sente de ter uma tal companhia dentro de nós ou a dor psicológica de não descobrirem o que temos ao ponto de começarmos a ver o Mundo com outros olhos. Seja como for, nenhum deles merecia. É injusto, e agradeço que informem a Gerência Superior que algo está mal na lotaria das doenças.
E se em relação à minha avó acabámos por perder a luta, a do meu primo, longa que foi, acabou por ser ganha. E tenho agora a minha querida Sónia, que sempre tive como um exemplo de coragem e de altruismo a travar a mesma luta. Felizmente já tudo parece estar bem, mas foram momentos complicados vividos por uma familia que já tanto teve de ultrapassar nos ultimos anos. É INJUSTO!
Valha-me o facto do Mundo ser tão pequeno que a minha querida enfermeira do coração calhou estar no sítio certo, na hora certa. Fizemos juntas a secundária e foi por pouco que não segui enfermagem com ela. Conforta-me saber que a Sónia está bem entregue, nas mãos da Teresa. Conforta-me saber que posso encomendar beijos que estes ser-lhe-ão entregues.
Por tudo o que já passámos juntas, aproveito para lhes agradecer publicamente às duas, e ao Mundo, por ser tão pequeno, que possibilita que dois pedaços do meu coração coexistam no mesmo hospital a dada altura.
Melhor me sentiria ainda se a minha mãe não tivesse acabado de dar entrada nas urgências, com a tensão a 23/11. Também ela está bem acompanhada, pela minha irmã, mas ainda não está livre de perigo. E isto desculpem, mas dilacera-me o resto do coração...
Por isso desculpem se não passar por aqui no fim de semana. Beijos a todos os que me querem bem.
Estava a despir a Pespineta para lhe dar banho quando, ao tirar-lhe as cuecas que ela agora insiste em vestir sobre a fralda, esta exclama:
-Depois posso vestir as cuecas outras vez?
-Estas não, querida. Podes vestir outras cuecas porque é suposto vestir-se umas a cada dia.
-Umas a cada dia e umas a cada noite?
É... só nos dias de eclipse é que se anda com o mesmo par de cuecas todo o dia e toda a noite...
Esta semana ficou marcada pelo meu regresso ao inglês. Voltei a estudar e isso está-me a fazer bem. Ao cérebro e à alma.
Dou por mim a andar pela casa a repetir frases e expressões, e inevitavelmente os mabecos teriam de reparar que algo de estranho se passava. Ontem acabaram por pedir para eu lhes ensinar. Mas como ainda estão a aprender o português confesso que estava com alguma dificuldade em ensinar-lhes algo que não acabasse por os baralhar ainda mais. Por isso comecei por dizer alguns numeros que eles já conhecem, e depois algumas cores, que é um assunto que eles também dominam.
- Amarelo diz-se 'yellow'. -explicava eu.
- Yellow -repetiam eles sem grande dificuldade.
- Azul é 'blue'.
- Ahhhhh! -exclamava elucidada a Pespineta- Azul é o meu Boooo!
(para quem não sabe de que se trata é o ursinho dela que aparece no post 'Orgulho')
Dizia o Pandinha:
-Eu vou andar de mota como o pai para ganhar moedas.
(Não, ainda não o consegui convencer que o pai VAI DE MOTA para o trabalho, não trabalha própriamente a andar de mota)
Respondia a Patapon:
-E eu vou trabalhar para o Continente com a Popota.
Pensava eu:
-Belo trabalho que fizeste a educá-los... belo trabalho!
Para evitar aqueles palavrões que nos saem boca fora quando vamos a conduzir com os mabecos a ocupar o banco de trás (e digo a ocupar o banco pois por muito que se tente encontrar não há banco suficientemente largo para comportar duas GRACO e mais um passageiro), comecei a usar a expressão 'palhaço' para todas aquelas situações em que alguém se atravessa no nosso caminho, ou vira sem fazer pisca (ainda estou para saber se esses fulanos tiveram aulas de condução como eu, ou se simplesmente tiveram azar por o carro vir sem as ditas luzes).
Acontece que esta manhã iamos a sair do estacionamento junto a casa quando vimos um casal que mora aqui no prédio na rampa de acesso. Prontamente, do alto da sua GRACO, o Pandinha exclamou:
-Ó palhaçoooooossss!
Claro que o repreendi e disse que não podiamos sair por aí a chamar palhaço a toda a gente, e que ainda para mais eram nossos vizinhos. Mas isto quando se tem gémeos é complicado, pois a Pespinetazinha saiu logo em auxílio do mano:
-São palhaços sim, mamã! Estavam no meio do caminho!!
Valha-me (espero eu) o facto de ser inverno e seguirmos de vidros fechados...
- Mamã!! Tens uma saia tão graaaaaande! -exclamava o Pandinha entusiasmado.
- Não é uma saia, querido. É um casaco. -tentava eu explicar.
- É saia, é! Olha aqui...roda!!! -pedia ele.
E eu que sou bem mandada rodopiei.
- Vês que tens uma saia muuuuuito comprida? -insistia ele.
E pronto... foi assim que eu percebi que afinal andei enganada estes anos todos.
Alguma vez sentiram que a vida vos passa por entre os dedos? Que numa vã tentativa de sermos melhores mães, melhores namoradas, melhores profissionais, ou simplesmente melhores pessoas há qualquer coisa que se perde?
Hoje dei por mim a pensar que talvez essa perda seja de tempo. Porque parece cada vez mais impossível conciliar tudo isto.
Sou uma pessoa de natureza optimista, e como também nunca fui de baixar os braços tenho sempre aquela vã esperança de que as coisas vão correr melhor. E passam-se dias, semanas, meses até, em que tudo parece é piorar. No meio disto tudo pesa-nos ainda mais porque há outras vidas que dependem da nossa e não lhes queremos falhar.
De repente uma luz ao fundo do túnel, e devo confessar que desta vez quase parecia um clarão desta bonita trovoada que tivemos esta madrugada. Era de tal forma intensa que eu pensei que não seria para mim, e embora me mantivesse na secreta esperança de que tudo iria correr bem, aquele vil bichinho chifrudo que habita o meu ombro esquerdo insistia que eu estava a sonhar, ou então com uma extraordinária e entusiasmante bebedeira, o que acabava por ser ainda mais cruel pois não me recordava de sentir o néctar doce a percorrer-me as veias.
Vencemos uma etapa e começamos a levantar a cabeça daquele buraquinho na lama para onde ela escorregou em tempos. E segue-se outra etapa, outra vitória, e de repente começamos a achar que a luz não só é para nós como é parte de nós. Que poderia andar para aqui escondida (quiçá alojada no estômago devido ao efeito Maria-misturada da gravidez -ver post: 'A boca do estômago') mas que nunca desapareceu completamente.
Sim, eu recordo-me de ter brilhado em tempos. Recordo-me de achar que poderia ser uma estrela, mas também do sentimento de super-nova que se lhe seguiu. De toda aquela explosão que deixou estilhaços demasiado espalhados para os conseguirmos abarcar numa vida que fosse, menos ainda numa simples existência... E eis-me aqui, anos volvidos, com aquela sensação de que algures existe uma cola suficientemente poderosa não só para os colar como para reunir mesmo os estilhaços mais remotos. E eles aparecem sim, e reunem-se numa forma coerente parecendo voltar ao local que lhes pertence.
Mas por muitos pedaços reencontrados, fico sempre com a sensação que existem alguns que perdi para sempre. Espero sinceramente que não sejam os que mais falta me fazem. Espero sinceramente ter força para vencer as restantes etapas (não sei porquê mas fico por vezes com a sensação que a vida é um jogo sem limite de níveis, em que quando ousamos respirar fundo por ultrapassar mais um reparamos que há uma plataforma em cima com um piano prestes a cair), não apenas por mim, mas por aqueles que gostaria que viessem a sentir orgulho em mim. Espero sinceramente que por milagre tudo se encaixe com algum sentido e de forma funcional (não gostaria de todo ficar com um braço na cabeça ou o rabiosque no peito). E espero sinceramente que depois de tudo isto a luz ao fundo do túnel não seja apenas um comboio...
Desculpem-me por este meu lado mais... complicado/ depressivo/ chato/ entediante/ humano (pf riscar as hipóteses que não achem adequadas e deixar as que façam sentido para vós, ou siplesmente acrescentem a vosso belo prazer), que tanto irrita o co-irresponsável, mas por algum motivo eu sou a gaja das psicologias com coração de manteiga e ele é o gajo das engenharias com coração de tijolo. Felizmente no meio do caos, e contra todas as expectativas, ainda nos conseguimos entender, embora nem sempre se consiga evitar o comboio...
Saíamos de casa quando a Patapon vê uma bola junto ao elevador.
-Deve ser do Sushi... (o cão da vizinha do lado)
-Sim, acho que deve ser do Sushi, que ele é tão doido que às vezes entra em casa sem a bola e nem dá por isso. -respondo eu.
-Ou então é do Tommy... (o cão de outro vizinho de um andar mais abaixo)
-Querida... não me parece que o Tommy viesse cá acima só deixar a bola, não achas? Deve ser é do Sushi.
-Eu acho que ou é do Tommy ou do Sushi. -insistia ela- Minha é que não é, que eu não sou nenhum cão!!
Pois... tendo em conta a marca da dentada que o irmão tem no braço ninguém diria, mas enfim...
- Mamã! Encontrei um 'fantasma'! -dizia entusiasmada a Patapon.
- Não é fantasma, querida... é fantoche...
- O pai anda a dizer que não é elefante, que é Elly.
- É elefante, sim... mas chama-se Elly. Elly é o nome do elefante.
- É uma elefanta Elly?
- Sim.
- Olha aqui!! Tem uma 'tômbola'!!!
- Tromba, querida... tromba...
Tsc tsc... por vezes a miúda não parece minha filha.
Como sei que eles adoram, decidi fazer esparguete à bolonhesa para o jantar. Fui mandar picar carninha especial, triturei tomate com cebola, andei à procura de mangericão fresco, e deixei cozinhar tudo em lume brando. Diz a Patapon, toda lambuzada, enquanto terminava o 2º prato de esparguete:
-Está delicioso, mamã!
E nisto, enquanto eu sorria de satisfação por um trabalho bem feito e bem reconhecido ela continua:
-É do restaurante da Popota?
(a quem não percebeu a piada é porque ainda não leu o post '(Des)gostámos: Restaurante The 50's')
Deus os pedoe que estes miúdos por vezes não sabem o que dizem. Não sabem mesmo...
Parece que a malta já regressou das férias, e pelo que vou percebendo a nível de horas de visita cada vez mais chego à conclusão que lêem isto no trabalho... tsc tsc... shame on you!!
E agora fico aqui a imaginar a malta de 'oklitos', por trás de um pc a fazer daqueles sorrisos sacaninhas e dissimulados de Mutley (para os dinossauros da minha geração certamente que se lembram das 'Corridas Loucas', para os mais novos... shame on you pla 2ª vez) e só gostava de ver as vossas carinhas. Sei que fotos é pedir demais, mas por favor deixem pelo menos o testemunho... estarei errada?? Seus... MABECOS!!
Inevitavelmente quando se tem gémeos acabamos por ter de trocar o nosso carrinho citadino, que cabe em qualquer metrinho quadrado, por um carro mais espaçoso. Como cá por casa temos alergia às monovolumes (desculpem a quem as tem, mas parece que vamos trancados numa marmita), optámos por uma break (e eis que neste momento acabei de captar a atenção dos gajos que por aqui andam silenciosos, a fingirem que cairam aqui por acaso).
Mais uma vez tenho de agradecer ao meu mecânico (que como passa o dia debruçado sobre automóveis provavelmente nunca irá ver isto, mas mesmo assim sinto-me melhor de agradecer publicamente) pela ajuda preciosa em encontrar aquele que eu já considero o espécime perfeito. A quem esteja no mesmo dilema, fica a dica de quem muito viu e ponderou, e acabou por optar por uma Peugeot 206 SW.
Peugeot porque o co-irresponsável já teve um e não deu nenhuma chatice, 206 SW porque foi aquela que o mecânico arranjou que a minha escassa carteira poderia pagar. Mesmo assim, se me saísse o euromilhões acho que agora não a trocava. Ok, ok... talvez apenas a quitasse um bocadinho (às gajas frequentadoras do blog e que, ao contrário de mim não se interessam grandemente pelo mundo automóvel, fiquem a saber que há possibilidade de transformar os carros, não apenas na versão tunning saloia, mas há por aí coisas feitas com muito gosto). E claro que com um euromilhões contrataria o 'Chip' Foose.
Mas como tenho de viver um pouco na realidade, e enquanto o euromilhões não chega, dei por mim a deambular pela Norauto a ver coisas para a carrinha nova (sim, tem quase 10 anos, mas nas minhas mãos é nova e por isso um brinquedo, capisce??). Árvores de cheiro para o retovisor... pensarão alguns, ursinhos de peluche para o tablier, afirmarão outros. Não... nada disso. Nota-se logo que não me conhecem. Andei a ver caixas de ferramentas, camurças, kits de lâmpadas e fusíveis para aquelas inúmeras viagens que não fazemos pela UE (a quem não sabe há países onde é obrigatório andarmos com um kit extra de lâmpadas e fusíveis, e bolas que agora devo ter deixado a minha prima Luisinha -que é instrutora, examinadora e sei lá mais quê- orgulhosa), mas que temos sempre planeadas para fazer 'para o ano', e chamem-me parva mas ter o kit faz-me sentir mais perto... Também andei a refazer a mala de primeiros socorros e terei de recarregar o extintor, e depois fico feliz!
E sim, nestas coisas eu sou muito gajo, e isso também deu para perceber quando tive de lá deixar o meu carrito. Deu-me imensa chatice, mas foi o primeiro (e em principio permanecerá o único) carro novo que tive, e acompanhou-me em tantas aventuras que acabou por ficar com uma parte de mim lá. Bem... parte da carteira ficou de certeza, mas adiante... chorei, sim! Vim todo o caminho a chorar como uma Madalena, mas felizmente como chovia quem olhasse de fora pensava que era reflexo (ou assim eu espero).
Curiosamente, com tanto receio da Peugeot ser demasiado grande ou difícil de estacionar, de ser estranho conduzir uma viatura a diesel, ou de simplesmente não atinar com os botões, acabou por encaixar tudo no meu cérebro, como se a bichinha fosse minha há anos. E agora gozem à vontade, mas reconheço que a única coisa que me faz espécie é o limpa pára-brisas do lado do pendura ser torto. Melhor dizendo... aquela porra faz um ângulo, e eu vim todo o caminho com a sensação que estava partido ou a partir-se e aquilo stressa-me de morte.
Por isso... e aproveitando que este blog já é mundialmente conhecido (ahahaha, 'yeah...right!', diz a minha consciência, mas entretanto calou-se que acabei de a pontapear para longe) lanço um apelo aos nossos amigos franceses para alterarem o dito limpa pára-brisas para um normal, direitinho, sem ângulos. Mas se acharem que é pedir assim tanto quando me sair o euromilhões compro-vos e obrigo-vos a fazerem-me a vontade!!
E já agora... nota super-positiva para os consumos, já que em 2 dias de voltinhas por Lisboa o ponteiro não se mexeu. ADORO-TE LEOAZITA!!