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Meia dose de Educação

por twin_mummy, em 26.06.14

Manhã de escola e eu já a desesperar ao tentar despachar os dois mabecos.

 

Confesso que ando um pouco destreinada pois, desde que comecei a trabalhar por turnos, é o pai que os leva à escola, e seja-lhe feita a homenagem... o gajo despacha-os em meia hora. E quando digo despachar é mesmo assim a despachar. Enquanto um vai ao wc ele veste o outro, depois trocam. Sapatos são eles que calçam, casacos são eles que vestem e para o pequeno almoço não há 'Ahhhh... e se fosse...' É! E pronto!

 

Eu em tempos já tive este poder. E acreditem que não é um superpoder. Como digo tantas vezes é fruto da necessidade de se ter gémeos e termos na mesma de chegar ao trabalho a horas. Mas como agora acordo de madrugada e saio de casa com o sol a raiar, só me calha a mim quando estou de folga (uma das grandes vantagens das folgas rotativas é precisamente poder deliciar-me com eles e mimá-los um pouco).

 

Pois... mas ter esta noção não é sinónimo de por em prática a teoria. Por um lado porque estou destreinada do regime militar, por outro porque... hmmmm... tenho saudades deles. E por isso sei que tolero um pouco mais do que devia.

 

Esta manhã foi um desses dias em que tenho a nítida sensação que tolerei de mais. E não é que se estivessem a portar mal... é que ele escolheu comer papa com bolacha, ela preferiu cereais, mas a dada altura ele disse que depois da papa também queria cereais, e ela pediu-me 'Uma bolachiiiiinha, mamã!' E quando dei por isso era já hora de partir e eu ainda não estava vestida.

 

-A mamã vai-se vestir num instante enquanto vocês acabam de comer, está bem? Qualquer coisa mais... esperam! -disse em tom decidido e algo autoritário a ver se encaixavam a ideia.

 

Perante o aceno de cabeças lá fui eu para o quarto convencida que tinha retomado as rédeas do poder, quando oiço uns passinhos apressados pelo corredor. Era a Patapon:

-Ó mãe! O mano diz que os meus cereais não prestam!

-Querida... ele está a comer igual por isso isso nem faz sentido ele dizer isso. E tu gostas, certo? Isso é que importa.

 

E nisto ela volta para a sala e oiço-a a repetir feita papagaia:

-A mãe diz que tu estás a comer igual e que não faz sentido dizeres isso. E eu gosto! OUVISTEEE?

 

Não passam nem 30 segundos e aparece-me lá ele:

-A mana disse que a minha papa é de chocolate e não é pois não?

-Não, não é de chocolate.

 

Mais passinhos plo corredor de regresso à sala e novo papaguear:

-A mãe diz que não é chocolate! Estás a mentir!

 

Passinhos duplos plo corredor e eu a tentar calçar os ténis. Aparecem os dois com o ar mais queixinhas do Mundo e começa a Pespineta:

-Ó mãe eu...

-Chega! -interrompo eu- Não quero ouvir mais queixinhas. Estou-me a vestir e já vou.

-Mas ó mãe!! -diz ela com um ar muito escandalizado- Eu estava a falar e tu interrompeste. Ora... não se interrompe quem está a falar pois não?

 

E é nestas alturas que acho que se calhar ando a educá-los demais... Meia dose de educação provavelmente chegava e dava menos chatices.

Teorias dos mabecos: O poder do leão

por twin_mummy, em 25.06.14

Cenário de final de tarde: 2ª Circular com uma fila de bradar aos céus e eu encaixotada numa Peugeot com dois mabecos irrequietos sem possibilidade sequer de abrir as janelas por causa da chuvinha parva de Verão. Desde cantarolar, contar histórias, fazer macacadas, valia tudo. Mas nada resultava a 100% e por diversas vezes os miúdos diziam que queriam sair. Até que às tantas o Pandinha sai-se com esta:

-Ó mãe! Buzina para eles saírem da frente que estou farto de estar aqui!

-Não posso buzinar, querido! Estamos em fila e é mesmo assim. Temos de esperar.

-Claro que podes buzinar e eles saem! Carrega no leão!

 

Foto-férias com os gémeos

por twin_mummy, em 22.06.14

Porque uma imagem vale mais que 1000 palavras...

 

 

 

 

 

 



O Preço da Erva e o PIB

por twin_mummy, em 12.06.14

Não, não é o que pensam (ou é apenas em parte). Este post hoje é sobre algo que me atormenta há muito e que desconfio que nem toda a gente tenha essa percepção. Quantos de vocês é que já repararam, ao comprar um simples pacotinho de ervas aromáticas ou especiarias, a como é que pagam o quilo?

 

Nesta era tecnológica os números são simples de obter, acedendo a uma qualquer página online de um hipermercado. Aconselho que o façam de imediato, pois não vão acreditar no que eu vou para aqui transcrever e eu não quero passar por aldrabona. Estão prontos? Comecemos!

 

Pois então vejam por exemplo uma das minhas misturas favoritas que são as ervas Provence. Alguém fazia ideia que pagava as ditas ervinhas a 55€/ kg? Acham caro? Pois acedam aí a um pacotinho de orégãos e reparem que fica em cerca de 98€/ kg. Livrem-se de pensar sequer em comprar em frasco ou passa para uns vertiginosos 142€. 

 

E entre marcas também se nota a diferença, já que o frasco de açafrão da marca X fica nuns meros 44€/kg ao passo que se for da marca Y pagam uns luxuosos 199€/kg.

 

Já dos coentros frescos para o frasquinho de coentros em folha (estes confesso que nunca usei mas faz com que eu me deixe de queixar do preço dos frescos) é uma diferença de cerca de 200€. Não, não me enganei com os zeros, já que frescos custam pouco menos de 20€/kg e secos atingem o estonteante preço de 227€/kg!

 

Acham caro? Astronómico? Então nem olhem para as 'ervas finas' ou ainda têm um ataque cardíaco por pagar mais de 320€ por cada quilinho.

 

Ora tendo em conta uma notícia* recente divulgada pelo Sapo, que falava sobre a forma como os negócios ilícitos (e nestes se incluem o tráfico de droga e o contrabando de tabaco) iam passar a ser contabilizados para o cálculo do PIB, qualquer dia também ainda passam a pagar impostos. E por isso fica a sugestão: vão mas é plantar orégãos!

 

http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=24&did=151815

 

 

O Amigo do Dia

por twin_mummy, em 11.06.14

Aqui há tempos quando fui buscar os miúdos à escola dei com um cartão pendurado no pescoço da Patapon, onde para além de um desenho se podia ver a frase 'Amigo do Dia'. Nem foi preciso perguntar pois de imediato a pespinetazinha fez questão de explicar que era a 'Amiga do Dia' e por isso antes de sair teria de ir devolver o dístico.

 

Fiquei na esperança dela depois me explicar aquilo melhor, mas o tempo foi passando, a vida meteu-se pelo caminho, e só me recordei disso recentemente quando o Pandinha, meio choroso, explicava uma manhã que ainda não tinha sido o 'Amigo do Dia' e que tinha feito de tudo pra merecer tal título. Meio a ferros (porque eles nem sempre gostam de explicar as actividades da escola à chata da mãe) lá me foram contando que o título pertence sempre a alguém que se porta bem. Entre outras 'benesses' o 'Amigo do Dia' é o escolhido para ajudar a Educadora em algumas tarefas.

 

Que bela ideia, pensei eu! Não só fazem para se portar bem como o prémio é ajudar? Sinceramente não sei porque não pensei nisto antes. E claro que me apressei a dizer que iriamos instituir esse título em casa também.

 

Nesse dia do choradinho valeu-me a educadora que, perante o apelo do puto com o ar mais angelical do Mundo -sim... ele já aprendeu a ser matreiro há muito!- e o reconhecimento do esforço realizado nos dias anteriores -se bem com alguns precalços pelo caminho, mas ele reconheceu os erros e pediu desculpa- lá lhe concedeu o título.

 

Foi um puto de ego refeito que eu fui buscar naquele final de dia. E foi aquele sorriso que me fez reafirmar, com mais determinação, que assim que as férias acabassem eu iria comprar material para fazermos a medalha e começarmos o concurso.

 

Entretanto agora durante as mini-férias tenho andado a tentar sacar mais informação. E foi neste contexto que surgiu a seguinte conversa:

-Então depois o 'Amigo do Dia' ajuda a fazer o quê? -perguntei.

-Ajuda a pôr os guardanapos e assim... -explicou de imediato a Patapon.

-Quando vão para o refeitório almoçar? -tentava eu perceber um pouco melhor a rotina.

-Siiiim! -dizia a Patapon já com um ar irritado por ter de responder a perguntas quando estava a brincar.

-Então... ajudam a pôr a mesa? -tento eu dizer em tom de conclusão.

 

E nisto vira-se o Pandinha -até então calado que nem um ratolas- e exclama:

-A mesa não, mãe! A mesa é muito pesada!

 

Dia de Camões

por twin_mummy, em 10.06.14

Como ando um pouco chateada com Portugal, em parte por não ter dinheiro para visitar as Comunidades, hoje decidi que ia celebrar apenas o Dia de Camões. E para todos aqueles que estão em situação semelhante, fica aqui um exemplo de determinação num dos mais belos sonetos daquele que é para mim um dos melhores autores portugueses, assim se saiba ler nas entrelinhas -o que bem sei que dá trabalho, mas é para isso que servem os neurónios que os vossos paizinhos tão gentilmente vos deram. Por favor usem-nos de vez em quando!

 

E claro... sintam-se perfeitamente à vontade para retribuir ou refutar e viva a poesia!

 

 

Sete anos de pastor Jacob servia

Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prémio pretendia.

Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.

Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assim negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida,

Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: — Mais servira, se não fora
Pera tão longo amor tão curta a vida!

 

 

Camões, José Malhoa

Mabecadas

por twin_mummy, em 08.06.14

Chego à sala de estar e dou com 2 putos enfiados debaixo da mesa pequenina. Deitados de corpo oculto debaixo da mesa, viram a cabeça em sincronia e sorriem para mim.

 

-O que é que vocês estão aí a fazer? -pergunto intrigada.

-Estamos a brincar aos 'tartarugos'. -explica a Patapon.

Teorias dos mabecos: O castor

por twin_mummy, em 03.06.14

No rescaldo do recente 'deschuche' (ver Post: A Quinta e as Chuchas) a mabeca vira-se para mim no Dia da Criança e diz -com aquele olhar que derrete tudo à volta:

-É Dia da Criança... dá-me a minha chuchinha!

-Oh! Querida... mas nós fomos por as chuchas à árvore porque já és crescida, certo? És uma criança, sim... mas uma criança crescida. E depois... as chuchas fazem mal aos dentes.

-Fazem? -pergunta ela intrigada.

-Sim. Por isso é que só os bebés sem dentes as usam. É que andar de chucha entorta os dentes.

 

Como ela não parecia lá muito convencida resolvi recorrer a uma técnica pedagógica especial que se chama 'inventar', e lá aleguei:

-Vê lá tu que eu conheço um menino de 4 anos que ainda usa chucha, e a mãe está muito triste porque ele já está com os dentes todos tortos, assim para fora... (e exemplifico nos dentes da frente)

-Ah! Por isso é que os castores têm os dentes para fora, não é? É porque ainda andam de chucha!

 

Dia da Criança: Vida de Mascote

por twin_mummy, em 01.06.14

Quem nunca passou pela experiência de vestir um fato de mascote não sabe do que falo, mas para quem se considerar corajoso, é das experiências mais assustadoras que alguém pode ter.

 

Há muito, muito tempo, era eu praticamente uma criança (ou assim gostava de pensar), quando o jogo de cartas do Pokémon foi lançado. Estavamos a trabalhar para a editora, e tinhamos ao dispor (eu felizmente não, já que o meu papel na história era outro) um fato do Pikachu e um fato do Poliwhirl.

 

O do Pikachu era basicamente uma bola enorme e amarela e uns sapatões colossais (com que chegaram a fazer das corridas mais cómicas que alguma vez assisti), mas o outro... bem... imaginem-se num fato de lycra azul, com apenas um disco estilo chupa-chupa a proteger-vos da cara até à cintura. Mesmo assim, num dos eventos, quem sofreu mais foi o Pikachu, pois talvez por ser dos mais queridos das crianças, tinha direito a gelado simpaticamente enfiado pela boca dentro. 

 

Ora... nem é preciso perceberem muito do assunto para saberem que é por aí que o desgraçado respira e vê. E foi assim que o meu amigo Isidro (desculpa lá de te identificar mas mereces a homenagem) teve que limpar o gelado que lhe toldava a visão e dificultava a respiração.

 

A parte mais entusiasmante da coisa -e fica a dica para quem precisar de fazer dieta- é que aquilo, mesmo em ambiente protegido dos raios solares e ventilado, é a coisinha mais quente que alguma vez vi. Ao fim de 1 semana o Isidro tinha vários quilos a menos e muito mais musculatura (não só pelo peso do bicho, mas por ter de fugir dos pequenos que ofereciam gelados).

 

E porque me recordo eu disto agora? Por causa do dia da criança, e por causa do Leo. O Leo foi hoje a vítima dos meus filhos. O Leo teve de fugir dos meus filhos, o que não foi tarefa fácil, já que estava um agarrado a cada perna.

 

E por isso, a quem quer que estivesse dentro do Leo, fica aqui o meu muito obrigada, e a minha sincera homenagem por ter ainda tido forças para lhes pegar ao colo e dar aquele sentido abraço que fez todas as celebrações do Dia da Criança valerem a pena. Por ter tido energia para rugir, por ter tido coragem para reaparecer depois da merecida pausa.

 

A todos os Pikachú, Panda, Sapo, Leo e afins desta vida: obrigada por fazerem tantas crianças felizes e obrigada por se conterem de lhes dar um pontapé!

 

São os meus heróis!

As imagens utilizadas neste blog são na sua maioria de autoria própria ou de amigos e familiares, com o devido consentimento. A autoria daquelas que são retiradas da internet será indicada sempre que seja possível fazê-lo de forma inequívoca, mas mesmo assim poderão ser removidas caso o autor o entenda, bastando para tal contactar-me para o e-mail aqui indicado.


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