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Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
Aqui há dias quando os fui buscar à escola a Patapon lamentava-se pelo facto de, ao estar sentada na sanita a fazer chichi, ter saltado um pouco do dito para as cuecas e calções, o que fez com que tivesse de trocar de roupa. Expliquei que não fazia mal, que são acidentes que acontecem, e que para evitar situações futuras bastaria puxar a roupa mais para baixo.
À chegada a casa voltou a tocar no tema. Fiquei com aquela sensação que ela se tinha desiludido a ela mesma por ter feito chichi nas cuecas quando na realidade não terá sido propriamente um descuido mas um acidente. E voltei a dizer que não seria culpa dela.
-Mas é que tive de trocar de roupa e eu gostava dos outros calções.
-Pois... percebo, querida. Mas deixa estar que a mamã vai lavá-los já e se quiseres podes voltar a vesti-los amanhã.
E nisto a miúda, que começava a descentrar-se um pouco do lado negativo da coisa exclama entusiasmada:
-Mas as cuecas que me vestiram são giras. São aquelas do castelo e que têm brilhantes!
Nisto o Pandinha, que parecia brincar distraidamente enquanto as gajas falavam de... coisas de gajas... sai-se com esta:
-Mostra-mas!
-O quê? - pergunta a princesa.
-Mostra-me as cuecas!
E nisto algo em mim percebeu que um dia, em vez do pedido ser dirigido à irmã, poderia ser dirigido a uma qualquer flausina com outra qualquer intenção que não saciar a curiosidade em relação a um qualquer desenho. E assustei-me. Não, não vou deixar! Não... ele será SEMPRE o meu bebé! Certo? E então percebi uma outra coisa... um dia o pedido pode partir de um qualquer ranhoso.
E foi nesta altura que me dirigi à cozinha para me servir de uma tacinha de vinho tinto e engendrar o plano de acção para os próximos 30 anos... alguém conhece uma torre alta?
Imagem: uma bela sugestão de mobiliário infantil no site
http://www.decorativehomeinterior.com/
Certamente já devem ter reparado que as últimas semanas não têm sido propensas a novos posts. Em parte porque já antes andava cansada, em muito porque agora ando ainda mais.
Depois do Pandinha ter feito febre por razões desconhecidas e eu ter ficado de vigília 2 noites, estava eu a respirar de alívio quando a Patapon me apanha uma espécie de Escarlatina. E digo espécie pois, apesar do diagnóstico da médica a miúda não tinha mais que febre e garganta inflamada. Ou no meu tempo a malta exagerava um pouco ou a médica estava com aquele carimbo na mão. Seja como for a solução era antibiótico e vai daí... aceitamos qualquer diagnóstico, certo?
Pois mais umas noites mal dormidas e, assim que deixa de ser necessário acordar pela noite dentro para lhe dar a porcaria do antibiótico (para quando os putos poderem tomar daqueles q se dá 1x por dia, hã?) passa o Pandinha para o lado dos bichos.
Para quem mora em Lisboa não será novidade. Pelo que me dizem os meus vizinhos, colegas, amigos parece que o cenário é generalizado e os bichos andam a fazer dos nossos filhos autenticos bichos tal é a quantidade e intensidade das picadas a que os sujeitam. Ao ponto do pediatra considerar lancetar aquela porcaria... estão a ver, né?
E por isso, no meio de tudo isto soltei um suspiro mais profundo enquanto vestia a Patapon.
-O que foi mamã?- perguntou logo ela.
-Desculpa, filha... mas a mãe está cansada.
-Porquê?
-Bem... o mano esteve doente, depois tu, agora novamente o mano... a mãe não tem dormido muito e tem sempre muita coisa para fazer depois de vos deitar...
-Olha mãe... deixa lá que isso são coisas que acontecem!
E pronto... foi assim que eu parei de soltar ais...
Aqui há dias estivemos com uns amigos de longa data do co-irresponsável. O Pandinha depressa os despachou com uns fortes apertos de mão, mas a Patapon insistia em ficar imóvel, agarradinha mim. E mesmo interagindo com eles durante todo o tempo que estivemos lá, à saída foi mais do mesmo.
Ao regressarmos a casa achei que deveria ter uma conversa com ela.
-Sabes bem que a mamã não te obriga a dar beijinhos a quem tu não queres dar. Mas quando a mamã e o papá te apresentam amigos, sabes que devias dizer 'Olá, boa tarde!' ... e quando saímos poderias ter dito 'Adeus'.
-Porquê? Eles não são meus amigos. São amigos do papá e eu não os conheço.
Pespinetazinha do caraças, pá!!
Agora que se aproxima o inverno (ou não, porque isto pelos vistos é conforme a semana) é tempo de constipações. E no caso do Pandinha as alergias também não ajudam.
Como tento sempre evitar a medicação de farmácia é frequente acabar por fazer uns xaropes caseiros para a tosse que, dado o número de solicitações, decidi partilhar aqui convosco.
Fica o alerta de que em nada dispensa uma ida ao pediatra, que devem ter em conta a idade do bebé e os alimentos que já foram introduzidos e que sim, são doces! Mas também não me recordo dos da farmácia serem amargos...
Xarope de cenoura
Num púcaro (se não sabem o que é perguntem à mamã ou à avó) coloquem cenoura ralada, 2 colheres de sopa de açúcar mascavado (aquele mais escuro) e água suficiente para cobrir os dois. Levem a lume brando até formar uma pasta semelhante a... xarope, pois claro! Depois é só deixarem arrefecer e porem num frasco.
Por norma deixo-o fora do frigorífico e, se necessário, faço um novo a cada 3 dias, mas há quem prefira refrigerado.
Xarope de cebola
Ainda mais simples de fazer e bem mais forte que o de cenoura, mas como leva mel não dá para os bebés mais pequenos. Basta colocar um pouco de cebola partida muito fininha num recipiente e cobrir com mel. Deixa-se a repousar umas 2 ou 3 horas até a cebola deixar escorrer parte do líquido para o mel e se obter uma pasta menos espessa (aqui é ao contrário) do que aquela com que se iniciou. Também neste caso não levou ao frigorífico e, se necessário, faço um novo a cada 3 dias. Mas, se bem me lembro, nunca foi preciso repetir a dose e por norma a tosse passa logo no primeiro dia.
Para desentupir o nariz
Certamente que já conhecem a água do mar (eu por norma prefiro o Rhinomer, mas sei que há outras marcas e mesmo a versão natural), sendo que a força 1 é mesmo adequada para bebés a partir dos 15 dias. Depois há os aerossóis. É um dos investimentos que recomendo e podem até pedir como prenda de nascimento que é bem mais útil que um cobertor com o nome bordado (nada contra o cobertor ou mesmo as toalhas de banho com o nome que tão úteis são quando se tem gémeos).
Recentemente, um pouco por acaso ouvi um papá (sim...parece que o elemento masculino da raça também tem uma palavra a dizer nestas coisas) falar de uma outra técnica. Pegam numa cebola grandinha, fazem um golpe em cruz (ou em X ou dois golpes mais ou menos prependiculares, como preferirem designar e não, não é preciso pegarem na régua e muito menos no transferidor) numa das extremidades, e depois deixam durante a noite no quarto.
Convém estar perto da cabeceira da cama mas não tão perto que faça chorar os olhitos do catraio.
Por estranho que pareça, a cebola liberta vapores (mesmo por ela, não é preciso espremer, ok?) que vão desentupir o nariz.
Sim, também fiquei um pouco incrédula mas até já experimentei comigo e é eficaz. O senão... se não gostarem do cheiro bem que vão sofrer mais do que com o nariz entupido...
Garganta inflamada
E eis que decidi partilhar também a técnica mais útil para todas as grávidas e lactantes que, como eu (na altura, ok? agora acreditem que já fechei a loja), tiveram a sorte de apanhar uma bela duma amigdalite.
Para quem nunca se meteu nestas confusões o problema é que além do Ben-U-Ron (que eu aprendi a amar) não há muito mais que se possa tomar que não se corra o risco de fazer mal ao(s) bebé(s). E como a dor de garganta não é das coisas mais cómodas para suportar, aqui fica a dica que me foi dada pelo médico que me assistiu na altura: gargarejar com água e sal.
Parece que sim, o sal mata mesmo os bicharocos todos e acreditem que depois de um dia de gargarejos de água e sal já pouca bicharada resiste.
E pronto... para já eram estas as dicas que queria partilhar, mas muitas mais se seguirão em relação aos mais variados temas. Porque quem é mamã de gémeos cedo aprende a ser desenrascada... Caso tenham as vossas próprias mezinhas então por favor partilhem também!
Diz o Pandinha:
-Depois quero o que a mana quer!
-O que é que a mana quer? -pergunto eu.
-Não sei.... Espera! Manaaaaa... o que é que queres?
Gajos...
Sim, sou amiga de beber uns copos. E com isto não quero dizer embebedar-me, mas confesso que aprecio um copinho de vinho à refeição ou uma bela de uma sidra.
Dito isto, já é cada vez mais rara a ocasião em que eu e o co-irresponsável bebemos um copo. Quando os miúdos cá estão não gostamos de sair até tarde com eles, quando eles vão para a avó aproveito para fazer limpezas, arrumações, ir às compras, e quando chega o fim do dia não é raro adormecermos os dois no sofá ainda antes das 10 da noite.
Por isso aqui há dias lembrei-me daquela outra solução que é aproveitar as bebidas que temos cá por casa e decidi desafiar o co-irresponsável para, depois de entregarmos os miúdos nos braços de Morfeu (dito assim até parece qualquer coisa mais profunda do que atirá-los para a cama e contar-lhes uma história), bebermos um cafézinho com um cálice de Moscatel roxo.
- Queres beber um copo à hora do café? -perguntei eu com a plateia de minorcas a fitarem-me.
- Pode ser! -respondeu o co-irresponsável com ar entusiasmado.
- Porque é que vão beber um copo? -pergunta logo o Pandinha.
- Olha... porque a mamã e o papá também têm direito a descansar e a estar no miminho um com o outro, não é?
- Sim... mas porque é que bebem O COPO?
Ai... esta Lingua Portuguesa...
...e assim chegámos a mais um marco. 50.000 visitas!! Obrigada a todos!