Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
Depois de uma semana complicada confesso que a minha cara acusa já bastante o cansaço físico e mental. E caramba... somos mães, mas infelizmente nem sempre somos assim tão de ferro como gostariamos, certo?
Estava eu a vestir o pijama à Patapon quando esta me segura o queixinho e no tom mais doce pergunta:
-Mãe... 500 é muito?
-Sim, filha... 500 é muito.
-Então... eu adoro-te 500!
E pronto... passou!
No fim de semana passado fomos à festa de Natal da minha empresa. Para além de actividades para os miúdos num dos pisos, disseram-me que o Pai Natal estava a distribuir prendas no outro piso. E porque esse era o ponto alto que eles tanto ansiavam, lá decidimos atalhar caminho, mesmo porque a intensa chuvada que se fazia sentir nos tinha pregado uma partida e estavamos meio encharcados e ansiosos por regressar a casa.
Acontece que a fila para tirar fotografias com o dito barrigudo de vermelho era colossal e havia sempre um chico-esperto a atirar a criancinha para a frente das outras, sem qualquer respeito pela vez alheia. Nisto reparo que algumas crianças mais pequenas estavam a ir pela lateral buscar a prenda, entregue pelas mãos da Mãe-Natal/ Duende e achei que não seria má ideia dispensarmos a fotografia. Explicada a situação aos mabecos, de que a foto tardaria em chegar e que podiamos simplesmente ir receber a prenda e regressar a casa, eles concordaram comigo.
Sim, eu sei que todos os pais acham que os filhos deles são os mais lindos do Mundo. Mas acreditem que os meus são uns castiços e como são dois do mesmo tamanho têm uma piada acrescida. E por isso a Mãe-Natal/ Duende não parava de se meter com eles. A Patapon sorria, mas o Pandinha reparei que estava com ar bastante desconfiado, o que nem é normal para ele, que costuma ser um oferecido que mete dó, a distribuir beijos e abraços por toda a gente -mesmo ranhosa- que se encontre no recinto num raio de 2 kms (e nem as garinas se safam sem muitas vezes levar um beijo na boca, mas enfim... outras histórias essas!). Mas ok... todos temos os nossos dias e o puto estava molhado da chuvada...
Nisto, eles insistem que queriam abrir as prendas e eu deixei. Parámos um pouco mais à frente, noutra sala mais arejada, mas nem por isso com menos colegas e respectivos filhos a passarem constantemente de um lado para outro. E foi neste cenário que o puto começou alto e bom som...
-Sabes, mãe... aquela não era a Mãe-Natal. Era só uma senhora vestida com um fato esquisito!
-Hmmm.... pois... A Mãe-Natal se calhar não pôde vir. -tento eu explicar baixinho..
-Mas não eeeeeraaaa!
-Pois não, querido, mas não fales alto sobre isso que há meninos que estão felizes porque acham que é. -apelo eu.
E foi assim que evitei que o puto estragasse o Natal. Recebo uma prendinha extra por isso???
Iamos de carro para a escola e já estavamos há algum tempo parados num cruzamento. Havia tanto trânsito que era difícil avançar de forma segura e quem tem filhos bem sabe que quando eles vão no carro não se arrisca. Por isso esperámos.
Ao fim de uns instantes diz a Patapon:
-São uns palhaços! Não nos deixam entrar.
Meio hesitante lá avancei mais um pouco a ver se uma alma caridosa nos deixava passar, mas a resposta que tive foi uma buzinadela. E nisto, da boca do Pandinha até então calmamente sentado no banco de trás, oiço um sonoro:
-Fo**-seeeee!!
Dizia a Patapon:
-Onde foi o pai?
-Fugiu para a Dinamarca! -disse eu na brincadeira.
-Oh! Não fugiu nada, tonta! -responde ela a rir.
-Porque é que achas que ele não fugiu?- perguntei.
-Olha...porque ele disse para onde ia!
Conversa com a minha filha de 3 anos:
-Mãe! Olha aqui este rectângulo que eu fiz.
-Pois é... está tão bem feito!
-Tem os 2 lados iguais e depois mais 2 lados iguais... vês?
-Sim, diz-se que são iguais 2 a dois.
-E agora vou fazer um quadrado. Este tem os lados todos iguais, vês?
-Sim... está muito bem.
-Ohhh.... mas não consigo fazer um triângulo. Ajudas-me?
-Claro! Olha... é só fazeres um traço, depois outro e outro...
-Tem 3 lados, não é?
-Sim!
-E se eu fizer aqui uma bola em baixo parece um sino... vês, mamã?
-Pois é! Fica mesmo parecido com um sino. Mas olha... vamos agora vestir para ir à rua?
-Espera! Falta-me fazer um círculo para ter um conjunto de formas geométricas.
Quem tem uma criança de 3/4 anos sabe que eles não só vêm filmes como os vivem. Bem, quer dizer... acontece também com alguns adultos, mas enfim... esses é problema deles, mas estes são os MEUS filhos. E por isso preocupo-me.
Não é que o Mundo de fantasia não faça falta mesmo em adultos. Não fosse eu de vez em quando viajar um pouco na mayonaise para a 'La-La-Land' e certos dias seriam insuportáveis. Sim, confesso que às vezes imagino que isto é tudo um sonho e que o contar de moedas acaba em breve pois na realidade sou uma princesa que vive num palácio. Não daqueles de cristal, mas de ouro mesmo, que é para derreter aquela porcaria toda e... enfim! Depois acordo, claro. E toca de contar moedas outra vez... mas adiante...
Estava a vestir o pijama à Patapon quando reparei que estava com os pés muito frios. Apressei-me a massajá-los numa tentativa de os aquecer, e nisto comento:
-Estás com os pés tão frios, filha...
-Oh! -responde ela com o ar mais triste do mundo- isso foi o Afonso... ele gelou-me os pés!!
-Querida... se calhar é melhor falarmos um pouco sobre isso do gelar coisas. Sabes que o que vemos nos filmes não é bem a sério, certo? É só a fingir, é só imaginação, como quando a gente brinca ao faz-de-conta.
-Sim, mãe... mas o Afonso gelou-me mesmo os pés!
(respiro fundo)
-Querida... O que te quero dizer é que... não há magia. Só nos filmes. Na vida real ninguém consegue gelar nada, percebes? (se bem que dava um jeito...ui!)
-Pois, mas ele gelou-me os pés!! -insiste ela já meio irritada.
-Mas gelou como?
-Então... eu estava a calçar-me e a meia estava meio molhada. Então a Tânia foi por a meia a secar. E ele veio com aquelas mãos geladas e agarrou-me os pés. Ficaram tão gelados, mãe! E ainda estão...
...pois!