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Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
Sim, eu sei que criança que é criança gosta de ter um animal de estimação (ou ''um estimação'' como dizem no filme Croods, que recomendo vivamente para crianças e adultos) e eu também os tive. Mas eu vivia num apartamento com uma enorme varanda e a minha irmã é mais velha 8 anos. Ter um animal num apartamento minúsculo sem varanda a conviver com gémeos de 4 anos é suicídio. Para ele e para nós. E por isso nem toco no assunto. No entanto o assunto é inevitável pois convivemos com muita gente que os tem.
Aqui há dias, assim do nada, diz-me a Patapon:
-Podemos ter um gato, mãe?
-Não filha. Não podemos ter um gato porque não temos muito espaço para ter animais e porque como vivemos num andar muito alto tenho medo que o gato vá para a janela e caia. Sabes a Nikki? A Nikki era a gata da mamã e quando a mãe veio viver para aqui ela ia para o lado de fora da janela. Por isso é que a mamã a mandou para casa da avó. Ela lá vive mas feliz, não achas?
-Mas... eu podia tomar conta.
-Pois... então e ela arranhar os sofás, os bonecos? Ter de se trocar o caixote?
-Hmm... pois... dá trabalho, não é?
-Sim filha. É isso que quero que percebas. Não é só querermos... temos de ter condições para os ter, tempo, paciência...
-Pois... tens razão!
(pausa de 2 ou 3 minutos)
-Então podemos ter um cão??
-Para um cão ainda menos espaço há, querida. E tem de se levar à rua, ao veterinário...
(pausa de mais uns minutos e eu vou dedicar-me às tarefas domésticas)
-Mãeeee!! -chama ela.
-Sim??
-Então e um leão??
...
Eu a chegar a casa com os miúdos e uma das vizinhas apanha-me à entrada do elevador, sorri e sem esperar pelo convite entra para subir connosco. A porta fecha e ela comenta:
-Escolheu bem!
E eu dou por mim a olhar à volta a pensar que raio trazia eu que merecesse tal comentário quando ela decide -Oh! Porquê?- abrir a boca para explicar:
-Ficou com um menino e uma menina. Deve ser uma alegria lá em casa. Casa cheia, hã?
E lá fico eu perdida nos pensamentos... Neste caso nem escolhi nada que os sacanas dos putos vieram mesmo por falha da pílula quando eu menos esperava, mas será que ela estaria a pensar que hoje em dia com as 'modernices' já dava para escolher o género sexual dos catraios? E de repente derrapo para uma explicação mais lógica de que talvez ela pensasse que eram adoptados e que eu tinha 'escolhido' um menino e uma menina. Mesmo assim o comentário continuava a fazer 'tilt' no cérebro, quando ela entretanto remata:
-Eu lembro-me de a ver grávida e de pensar... tomara que tenha sorte e que seja um menino e uma menina. E olhe... foi.
E pronto... foi assim que eu percebi que o Panda e a Patapon afinal não são resultado da falha da pílula mas sim do desejo da minha vizinha do 2º andar (valha-me isso que assim foram só dois pisos de puro deleite). Qual história do Momotaro, o menino que nasceu de um caroço de pêssego só porque os pais há muito desejavam ter filhos. Só que neste caso é por osmose...