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Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
No meio de uma conversa sobre primeiros socorros, que já nem me lembro muito bem como começou, a Patapon pergunta porque é que sei aquelas coisas.
Acabo por lhe explicar que fui bombeira voluntária, ao que ela admirada exclama:
-Ahhh! Foste bombeira?
-Sim!
-Então como é que conseguiste ser mãe?
Contexto: Há um puto na aula de JuJutsu dos meus filhos que não só se porta mal como se arma em bully com todos os miúdos, mas claro que sobretudo com os mais pequenos, como é o caso dos meus.
Por diversas vezes avisei os meus para não irem para perto dele, de forma a evitar confusão, mas o puto não pára. Bate em todos, responde torto aos pais, atira coisas ao chão, bate com portas sem sequer ver se lá vem alguém. Estou sempre cheia de medo que se aleije ou que aleije alguém e nem sequer é meu filho.
Hoje depois da aula contava-me a Patapon que o tal puto tinha-se portado bem a aula quase toda.
-Quase? Então?
E explica o meu filho:
-Olha...estava a portar-se bem, mas depois veio ter comigo a dizer que tu e o pai eram bebés.
E remata a minha filha:
-E o mano deu-lhe um murro na cara!!
-O quê? Um murro?
-Já não me lembro bem... mas acho que depois o empurrei com o pé...
-Deste-lhe um murro e um pontapé?
-Não...só empurrei um bocadinho com o pé... e depois com as duas mãos...
Agora pergunto eu...será que me rio ou choro e será que quero perguntar mais alguma coisa??
Com uma noite destas decidimos encasacar os miúdos e dar um passeio nocturno para ir ver a lua. Resultado? A miúda que queria ser veterinária diz que vai ser veterinária de manhã e astronauta à tarde, para ir à lua, e o mano, como bom apoiante que é, decidiu que quer ser engenheiro para lhe fazer os foguetões!! ahahah
Confesso que sempre gostei do meu 'Time out', de estar sozinha a descansar, a escrever, a babar-me no sofá. Hoje em dia tal torna-se cada vez mais difícil, e não... não é pelo simples facto de ser mãe, pois para tal existem os avós, o pai, a vida profissional e escolar que nos afasta deles em determinado momento. Continuo a ter os meus momentos sem eles (e claro que cheia de saudades deles, mas isso é outra conversa). O problema agora são mesmo os Pokémons.
Recordo-me do tempo em que estavam confinados a cartas, e sim, recordo-me bem pois - e oh! pasmem-se agora e abram as bocas de admiração- fui Gym Leader de Pokémon. Basicamente quer isto dizer que somos babysitter de putos que jogam às cartas, e que por muito que se tente explicar que não é apenas colocá-las ao molho e atirar uma a ver se aterra no topo, nem sempre somos bem sucedidos com a tarefa, e damos por nós a ajeitar o molho das ditas. Não importa pois era bem paga e o trabalho em si não era perigoso.
Ora, passam-se cerca de 20 anos e a coisa muda, e de que maneira. Hoje em dia vivo no terror. Quem me conhece sabe que o telemóvel que uso diariamente é um velhinho Nokia (que se carrega uma vez por semana, tem sempre rede e se cair é só encaixar de novo as peças), que obviamente não dá para instalar a App de que todos agora falam. Agora imaginem... como é que posso andar pela estrada fora sem ter a certeza que não estou a tropeçar num Snorlax? Como é que posso estar à vontade no wc sem saber se um Squirtle me mira de dentro da banheira, pronto a atacar com o seu jacto de água? Pior ainda... como sair à rua sem ser electrizada por um Pikachu?
Onde fica a nossa privacidade no meio de tanto Pokémon?
Dizia a Patapon para o co-irresponsável:
-Eu gosto mais de ti do que tu de mim!
Respondia ele:
-É impossível. Eu gosto mais de ti.
-Não, sou eu que gosto mais de ti! -insistia ela.
Passados uns minutos já o fôlego faltava e ele em desespero diz em tom de brincadeira:
-Ou te calas ou levas uma chapada.
Aproveita ela:
-Estás a ver? Eu bem te disse que gostava mais de ti do que tu de mim!