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Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
Conversa de autocarro para nos fazer acordar às 7h da manhã:
Ele: Estou farto destas obras.
Ela: Eu também. É um problema por causa do trânsito.
-As do Cais Sodré já terminaram. Viste?
-Sim, mas parece-me que está tudo na mesma.
-Não está não. A praceta está diferente. Colocaram uns bancos. Está giro.
-As do Terreiro do Paço é que nunca mais acabam.
-É por causa das descobertas geológicas, sabes?
E fico eu a pensar... deve ser calcário!
De há uns tempos a esta parte a Patapon tem andado fascinada com espectáculos de magia. Confesso que nem sei bem porquê, mas é frequente ela brincar com o mano com esta temática.
Ontem resolveram fazer um espectáculo de magia para nós, e como correu tão bem incentivámo-los a repetirem o show hoje em casa dos avós paternos.
Ora mágico que se preze puxa pelo público e eles sabem fazê-lo bem. Queriam que dissessemos as palavras mágicas sem as quais a magia não acontece. Desde o tradicional Abracadabra ao Alakazam, passando por palavras inventadas. Até que a miúda grita a plenos pulmões...
-E agora digam todos cabra, cabronaaaaaa!
E nós lá obedecemos, por entre risos.
Ultimamente tenho sofrido de má circulação, mas não é das veias, é do Metro!
De há uns meses a esta parte não há dia em que não haja perturbações na linha. Vermelha, Verde, Amarela, Azul ou às bolinhas. Curioso é que embora anunciem perturbações numa das linhas nós -que estamos noutra- acabamos por esperar mais do que o normal.
Não sei por isso se será o tal tipo de epidemia que se pega por osmose, e fica também assim o meu alerta... separem as linhas a ver se o contágio não se propaga, para que a linha da cor A não seja uma má influência para a linha da cor B. E já agora anulem mesmo as estações de ligação com a CP como a do Oriente e a do Cais Sodré, não vão os comboios também começar a atrasar-se... (tarde demais oiço eu)
Mas acima de tudo, e como resposta ao vosso irritante pedido ''Por favor facilitem as entradas e as saídas'' que tão mal cai a quem vai ensardinhado num Metro pelo qual (des)esperou cerca de 10 minutos, que oiçam ecoar mil vezes ''Por favor facilitem vocês a circulação, para que a malta não fique a sofrer do coração''.
O cúmulo da paciência é darmo-nos ao trabalho de fazer a pré-reserva de um jogo, o jogo ser lançado e ansiarmos por o ir levantar à loja, chegar a casa e pufffff!!!!
Sim, para quem ainda não percebeu a gaja aqui é gamer, mas a gaja também é uma menina cheia de esperanças. Escrevam o que digo... um dia -pode ser daqui a muito tempo, mas será um dia- haverá um jogo acabadinho de lançar que não irá precisar de uma actualização de mais de meia hora.
Um dia -escrevam o que digo e façam apostas que ganham!- haverá um jogo que será lançado na sua versão final.
Até lá olhem.... GAME ON! It's all part of the game...
Quem é que adivinha o que se discute cá por casa à hora de jantar com dois mabecos de 6 anos?
Podem não acreditar mas estes sacaninhas passaram a última meia hora a discutir quem tinha mais tutano nas costeletas de borrego que tinham nos repectivos pratos, e obrigaram-me a ir tirar o tutano de mais umas quantas perante inúmeras reclamações de que ainda era pouco ou que um estava em vantagem (sempre o outro, claro).
Moral da história... para se calarem com a conversa e me deixarem comer tive que prometer que esta semana vou desencantar mais tutano de borrego.
Não há dúvida que lhes corre a alentejanice nas veias... e no tutano!
Lembro-me das cartas de amor da minha adolescência. Andei numa escola secundária pouco convencional em que uma das iniciativas era fomentar a troca de cartas de amor no Dia de São Valentim.
Hoje em dia certamente acharão piroso -caramba... eu própria se pensar nisso de forma mais profunda também acho!- mas não há SMS que chegue aos cacanhares de uma boa carta de amor.
Não falo daqueles bilhetes que trocávamos no recreio da primária em que dizia simplesmente 'Gosto de ti. Gostas de mim?' e depois tinha três opções: sim, não e talvez, seguidos de um quadradinho onde o/a destinatário/a deveria colocar um 'X' a assinalar a sua escolha. Esses nunca apreciei. Nem a serenata feita por um admirador inconsciente, ao qual eu já tinha explicado com todas as palavras que não gostava dele. Se decidiu interromper-me a aula de Desenho ao gritar juras de amor para um 2º andar e declarar-se em frente a toda a escola, no fundo merecia a vergonha que passou -quando é que estes gajos vão aprender a ouvir as mulheres?- mas ok, foi um gesto bonito, estupido mas bonito!
Falo antes de cartas melosas e bem pensadas, de poemas roubados a um tal de Camões ou a uma tal de Florbela Espanca ou, muito raramente mas ainda melhor... vindos da alma e escritos por um punho que tremia de emoção.
Sim, no 'meu tempo' escrevia-se à mão. Cartas, trabalhos da escola, postais das terriolas que se visitava. Comprava-se selos bonitos e enviava-se para o destinatário dentro de envelopes igualmente escolhidos a dedo. Hoje bloga-se dedicatorias, publica-se videos no perfil de facebook do objecto da nossa afeição e manda-se selfies de beiçola esticada. E onde fica o amor?
Recordo-me de ter um conjunto de papel de carta em tom de rosa velho (para os gajos leitores deste blog é aquele tipo de rosa em que se mistura água e se deixa secar ao sol, como velhas pétalas de rosa) com uma flor a baixo relevo (como que impressa mas sem tinta, estilo selo em branco). Guardava para as ocasiões mais especiais, para os amigos mais especiais. E a caneta era igualmente escolhida a rigor. Tinha uma caneta de tinta da china, da qual confesso já não saber o paradeiro. Nesse papel tudo fazia outro sentido. O amor era mais... amor!
Mas -pasme-se!- eu não escrevia assim muitas cartas de amor. Poemas sim, escrevi muitos. De amor, de desespero, de amor novamente. Porque as paixões de adolescência são assim... é o êxtase em homenagem àquele amor único, a morte do artista perante o desgosto e de repente a tomada de consciência que há mais peixes no mar e alguns deles que até nadam bastante bem. Guardava-os todos para mim, porque achava que no fundo os meus sentimentos a mim me pertencem, mas sobretudo porque era mesmo para mim que os fazia. Como desabafo, como testemunho, como... forma de existir. E sim, já escrevi alguns ao co-irresponsável que ele insiste em guardar. É aquele lado meloso dele que poucos conhecem.
Sim, hoje estou poética. Talvez porque me apercebi que ao fim de quase 22 anos ainda estou apaixonada pela mesma pessoa que me roubou o coração de uma forma que eu nunca iria esperar. De início detestei-o por não me ter emprestado a prancha de surf, por não ter aceite o meu convite para ir andar a cavalo. Uns anos -e uns copos- depois os olhos deles brilharam de uma outra forma e foi neles que eu me perdi - e que ainda me perco!
Nunca gostámos de tradições consumistas, e por isso o dia dos namorados é por norma um jantar especial a dois. Mas agora somos pais de... dois! De dois mabecos que ainda ontem nasceram e já têm 6 anos. E por isso este ano o jantar será a 4. Fiz questão de convidar formalmente os miúdos para o jantar especial de terça feira. Porque se eu e o pai somos namorados a eles também o devemos. Engane-se quem pensar que as crianças salvam uma relação, pelo contrário penso que a ponham à prova, e como a prova tem sido superada também com a ajuda deles, é apenas justo que celebrem connosco.
E a vocês cuscos que para aí pensam... e que será o jantar? Confesso que andei a pesquisar aqueles pratos especiais que me deixariam na cozinha uma boa hora e meia. Mas para quê? E assim decidi que serão uns especiais... bifes! Daqueles que se derretem na boca, acompanhados de cogumelos portobello e de batata doce frita -que me faz lembrar a infância- e um tinto de ocasião - Ping'Amor! E a parte melhor é que se faz em 10 minutos. E o resto do tempo? Namora-se!
Mas fica o desafio... escrever uma carta de amor pirosa à moda antiga. Quem alinha?