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Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
Há 4 dias que a Patapon insiste em varrer o chão da casa. Hoje lavou a loiça do pequeno almoço. Bem me parecia que ter filhos também tinha a sua utilidade...
Acordo hoje e há um autêntico boom nas redes sociais àcerca do eclipse lunar.
E penso eu... o que é que aconteceu enquanto eu estava a dormir? E agora estou chateada, pronto!
Acho indecente por não me terem avisado e sobretudo por terem começado o espectáculo sem mim. Mas sobretudo, fico chocada por saber que o mundo continua a existir quando eu fecho os olhos.
Gostava de ilustrar este meu desabafo fom uma foto da lua gorducha e vermelha trincada por uma qualquer sombra extra-planetária, mas não posso! Por isso ilustro com um rabisco de decontentamento. Bah!
De férias há duas semanas continuamos à procura do Verão. Perante o cenário primaveril abaixo percebemos que já devemos estar perto...
Já há muito que estava planeada a ida ao 'Jardim dos Budas', como por norma é conhecido. Mas o Buddha Eden é bem mais do que isso. É toda uma experiência que nos aguarda por trás de um portal mágico...
De forma a evitar o calor optámos por sair cedinho de Lisboa e levar uma mochila com o indispensável. Água, protector solar, umas bolachinhas para snack, e lá nos pusemos a caminho. Lições aprendidas: apesar de ser no Bombarral a saída correcta da A8 é Carvalhal / Delgada, e quando se arranja uma mochila é conveniente lembrarmo-nos de a levar.
O trajecto é relativamente fácil e rápido, mas os quase 5€ de portagens que se paga desde Lisboa (e outros tantos no regresso) não torna a viagem nada barata. Já à chegada, e estacionados por entre os inúmeros autocarros turísticos, procurámos em vão a mochila que ficou em Lisboa. Felizmente os bonés iam na cabeça, ou teriam tido o mesmo destino.
A entrada em si é magestosa, a começar pelos wc revestidos a quartzo rosa. São espaçosos e limpos, como se quer quando se vai com crianças.
E vamos a contas novamente... A partir dos 12 anos paga-se a entrada a 5€ por pessoa, mais o passeio de combóio a 4€ por pessoa. Uma familia de quatro com 2 menores de 12 anos como a nossa desembolsa 26€ logo à chegada. Se o passeio de combóio é dispensável? Sim, talvez... mas resistam vocês aos sorrisos rasgados de dois mabecos de 7 anos que deliram ao ouvir a palavra combóio. E sim, pronto... também me soube bem andar de ''rabinho tremido''. Neste aspecto mais um conselho... vão mesmo de manhã cedo se não quiserem estar na fila interminável para o dito.
Existem duas opções viáveis se for esta a vossa escolha. A primeira é darem a volta completa de forma a fazer o reconhecimento e depois planear e explorar a pé. A segunda é entrarem e sairem nas 3 paragens pré-estabelecidas. Fica o alerta de que, embora os combóios passem com intervalos de cerca de 10 minutos não é garantido que tenham lugar caso optem por entrar e sair.
No nosso caso fizemos as duas primeiras paragens e depois saímos na terceira, a partir da qual explorámos o jardim. Fizemos o troço final já à saída quando o cansaço começava a instalar-se, e penso que terá sido uma boa opção.
Quanto ao jardim em si não há palavras para descrever tamanha beleza. Conforme indicado no site, ''o jardim foi criado em protesto contra destruição dos Budas Gigantes de Bamyan, naquele que foi um dos maiores actos de barbárie cultural''. Sito numa área de 35 hectares, está ainda em construção e divide-se por áreas temáticas com características distintas. São centenas de estátuas dispostas estratégicamente por entre zonas mais ou menos arborizadas, regatos e recantos que esperam por nós.
Atravessado o arco principal deparamos com o lago central, repleto de carpas Koi. O coreto central convida à selfie e mesmo ao romance, assim se tenha a capacidade de ignorar o mar de gente que nos circunda e os patos que pedincham comida.
Ao fundo, do lado esquerdo do lago, somos vigiados por um dos ''exércitos de terracota'' (versão azul) existentes na propriedade. As figuras são personalizadas com feições distintas, à semelhança do exército original, encontrado perto da cidade de X'ian. Vale a pena subir a encosta relvada para tirar a foto da praxe com o Imperador Qin Shi Huang (a única figura a vermelho), mas cuidado com o campo minado por aquilo que penso ser dejectos de raposa.
Poderia ter analisado melhor a mina que ficou agarrada às sandálias do Pandinha mas não sei porquê não me apeteceu. Também não tive coragem de abordar as duas meninas inglesas que decidiram sentar-se mesmo à frente do exército a apreciar a paisagem. Deixem-nas ser felizes enquanto podem...
Desta zona principal, onde se situa também o café com uma ampla esplanada, o ponto de venda de gelados, e o único wc existente na zona do jardim (o segundo fica perto do restaurante, à entrada), pode-se optar seguir para uma de 3 áreas.
Pelo que percebi outras há já planeadas, mas infelizmente falta um folheto informativo com a história em si e com uma planta do que agora já é um extenso jardim. Apesar das placas estratégicamente colocadas junto à maioria das estátuas, convinha ter-se algo mais completo para leitura. Fica a sugestão...
Saltitando de pedra em pedra por cima do regato e subindo até a uma gloriosa estátua de Shiva, oculta por entre as árvores, passámos para a parte mais desértica de forma a começar o tour pela zona Africana, ainda em construção.
Conforme se pode ler no site esta zona é dedicada ao povo Shona do Zimbabué. Este povo acredita na união entre o fisico e o espiritual, que as pedras possuem um espírito vivo que ifluencia o artista a libertar a parte espiritual através da escultura.
São vários os exemplos em que acho que o artista conseguiu isso mesmo. E claro que todo o meio envolvente ajuda. Mas mais do que as esculturas de espírito libertado através da pedra, esta área impressionou-nos pelos agrupamentos de animais feitos em metal. Imponentes, perfeitos! Desde as estátuas individualizadas dos grande crocodilos, junto à água, passando pelas manadas de gnus ou elefantes, até aos pequenos suricates, sempre atentos na pose que lhes é característica. Faz-me lembrar aqui os meus...
No final desta zona deparamos com as esculturas mais megalómanas. O jardim de Escultura Moderna e Contemporânea possui obras de vários os artistas, algumas pertencentes ao próprio Berardo, que acabámos por encontrar nesta zona de transição, nitidamente a observar o andamento das obras em curso. Embora algumas não sejam de carácter permanente, espero que a de Peter Burke por lá fique. As centenas de mãos dispostas em série denunciam a formação em Engenharia do artista, e o estágio na Rolls-Royce traduz-se no carácter industrial da escultura. Numa palavra (e perdoem-me o estrangeirismo): MASSIVE!
Mas mais do que isso, penso que encontrou ali o espaço perfeito para exibição publica, como que a emoldurar o horizonte.
E explorada esta primeira área recomendo a descida e paragem no café. Atenção no entanto ao que consomem que os preços são bastante inflaccionados. Para terem uma ideia cada garrafa de água (das pequenas) custa €1.50. Poderão também optar por comer ali uma fatia de pizza e assim enganar o estômago, mas bem feitas as contas, e em termos proporcionais, rende mais almoçar no restaurante, que se situa na entrada do parque. Vão com tempo porque ainda têm muito que subir.
A parte boa é que se não estavam com muita fome, no cimo da subida acabam por ficar. Ou então aproveitem apenas o facto de ficarem boquiabertos com a escultura da entrada...
Apenas está disponível o serviço de Buffet em que os adultos pagam €14.80, as crianças até aos 10 anos €7.80, o que não é demasiado pelo menu completo, mas não fica barato para uma familia de 4 pessoas. E por quase €50 sei de imensos sítios onde se come bom peixe e mesmo bom marisco. Fica a sugestão para fazerem um menu familiar de forma a facilitar a vida das famílias portuguesas de classe cada vez menos média...
Quanto à quantidade e qualidade nada a apontar. Como podem ver pela imagem inclui um belo de um queijinho para entrada, pão, sopa, salada (vai desde a salada mista até à salada de atum com feijão frade que o meu filho devorou), prato principal (embora houvesse 4 à escolha todos nós escolhemos o arroz de pato que estava divinal), sobremesa, bebida e café. Apesar do ar de cantina conferido pelo tabuleiro, estava tudo excelente.
Com o calor a apertar seguimos para a zona dos Budas gigantes, para depois nos embrenharmos na parte mais densa do jardim. Difícil é conseguirem tirar fotos aos ou com os ditos Budas, porque são sete cães a um osso. Um osso grande, é certo, mas mesmo assim...
E se a experiência em si é única para crescidos, para crianças atinge-se outro nível por se poder interagir com as estátuas. Tenho impressão que se deixasse ali o Pandinha 3 horas ele não se teria cansado de contornar o Buda deitado. Mas se querem ver adultos a correr e a trepar estátuas então subam mais um pouco.
Junto a uma das rotundas por onde passa o comboio há um Buda colossal. Não é dificil subirem à base, mas é uma aventura fazerem-no sozinhos para a boa da foto e arranjar aquele equilibrio perfeito entre fotografar o Buda por completo sem parecerem formigas. Uma GoPro de certeza ajuda muito, mas foi mais uma coisa que me esqueci de levar...
Seguimos pelo lado esquerdo (lado direito do Buda), por aquilo que passámos a designar como a 'Floresta dos Budinhas'. São centenas deles, dispostos por entre a vegetação, como se tratassem de gnomos de jardim, mas numa versão bem mais 'fashion' e zen. Cada qual tem a sua expressão, uns olham para o lado, outros para cima, uns têm livros, outros parecem em meditação. Este é o meu preferido...
Estivemos naquela zona cerca de uma ou duas horas. Poderia ter sido um dia inteiro e não nos iriamos cansar. O lugar preferido do Pandinha era num banco junto a uma cascata, e foi difícil convencê-lo a prosseguir.
É curioso podermos dar-nos ao luxo de ficar ali no silêncio a ouvir nada mais que a água a correr e os pássaros a chilrear apesar dos inúmeros autocarros estacionados à entrada. Parece que o jardim tem uma qualquer capacidade de absorção daqueles magotes de gente.
Ao seguir cascata abaixo ficamos com a sensação que todas essas pessoas se transformaram em pequenos Budas e passaram a fazer parte do Jardim. É esta a magia que ali se sente e que nos prende.
De repente alguém fala em gelado e pronto, voltamos à realidade. Dirigimo-nos pelo trilho dos pequenos Budas até ao quiosque central onde se come um Olá Olá Olá, e a vida sorri. (esta provavelmente só a malta do meu tempo entende)
E é de sorriso nos lábios por um dia bem passado que nos dirigimos à terceira paragem do comboio de forma a apanharmos boleia até à saída. São muitos os momentos imortalizados nos écrans dos telemóveis que levamos para casa. Mas outros tantos na memória. Por tudo isto... Gostamos e recomendamos!
PS: também gostámos muito da saída pela garrafeira. Recomendamos o Moscatel Roxo Superior e o Licor de Amora para aumentar a conta da visita.
Neste dia dos avós, e estando eu a tentar ter férias no sossego do campo, gostaria de prestar a minha homenagem aos avós do puto aqui do lado que está a aprender a tocar saxofone.
Fico com a certeza de três coisas:
1. Fazer escalas repetidamente de manhã e à tarde é um bom começo e um mal necessário, mas não é o mesmo que saber tocar (por isso não vale a pena filmarem e baterem palmas);
2. Compreendo agora melhor a relação entre velhice, paciência e surdez. Só isso explica o sorriso que lhes persiste nos lábios depois de dias a fio de escalas...
3. NUNCA serás a Lisa!
-Mãe! - diz ela em tom inquisitório enquanto olha para a minha bela tábua de queijos- Os queijos que cheiram mal são aqueles que vão para os pés?
Não, não sinto o tempo a esvair-me das veias. Nem sequer páro para pensar nisso. Tenho coisas mais importantes para fazer.
Não, não passo a vida a olhar para o espelho à procura de uma ruga ou de um cabelo branco. Talvez por isso não os tenha.
Não, não desejo que o tempo volte atrás e me transporte para a minha infância. Tal como recordo as coisas boas não me esqueço das más, e sinceramente não me apetece passar por tudo aquilo novamente...
Não, não penso como poderia a minha vida ser diferente se tivesse feito outras escolhas, pois foram estas que me tornaram aquilo que sou. E embora haja muito a melhorar há também muito de que me orgulhar.
Sim, sinto a falta de muita gente que deveria ser eterno de forma a fazer-me sempre companhia nestes dias. Mas sei que, de certa forma o são. Em tudo o que digo e faço, estarão sempre por cá...
E sim, é assim que me continuo a ver, a brincar de joelhos na praia enquanto procuro pelos aviões que passam bem alto. Um dia vou alcancá-los... a TODOS!
Ao fim de quatro dias de férias em que se aproveita este tempo primaveril o melhor que se pode, virar-me para ele e dizer com orgulho:
-Já estou a ganhar uma corzinha!
Ele responder:
-Estás. É vermelho!
E eu não lhe dar um murro. Isto... é amor!
Por muito sono que se tenha é sempre bom acordar e perceber que afinal não aspirámos o Playmobil...
Entro em casa e diz o pandinha em tom sério:
-Preciso falar contigo, mãe.
-Acabei de chegar. Pode esperar até depois do jantar ou é urgente? - pergunto eu.
-É urgente. Podemos falar no teu quarto agora?
-Sim... - respondo quase a ter uma ataque cardíaco.
Chegados ao quarto ele começa a murmurar:
-Sabes... eu às vezes digo asneiras lá na escola. E depois arrependo-me.
-Compreendo. E estás-me a contar isso porquê? Ficaste de castigo, foi isso?
-Não. É só porque me arrependo. Fico envergonhado depois por ter dito as asneiras.
-Isso são coisas que acontecem filho. Às vezes também me escapa uma. Ainda hoje tinha imensa coisa para fazer e o computador lá do trabalho estava sempre a bloquear e olha...escapou-se uma. O importante é que tenhas a consciência que não se deve dizer.
Puto pensa e uns segundos depois replica:
-E tu quando dizes também ficas arrependida?
-Ohhhh... claro que sim!!
E depois fugi dali para não me desmanchar a rir...
Depois de um banho de espuma veio a tempestade, e por fim o ataque dos ursos de peluche...
Foi muito complicado, mas lá consegui sobreviver a mais uma lavagem automática!
...quando ligamos a tv e percebemos ter acordado à hora em que fecha a emissão.