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Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
Pois é... aqui agora há gato! Mas não será bem como pensam e nem é dos miúdos.
Acontece que o co-irresponsável -vá-se lá saber porquê- sempre achou piada àqueles gatos da sorte que abanam o bracinho e que estão amplamente dissiminados pelas lojas e restaurantes de origem oriental. Mas uma coisa é achar piada, outra é trazer um desses animais cá para casa e isso ele felizmente teve o bom senso de não fazer. Eu não contava era com o sentido de humor mordaz da minha sogra, que aproveitou uma ida com os miúdos à loja chinesa, para adquirir um destes exemplares tamanho XL e enviar para o filho.
Agora tenho um gato XL em plástico branco que passa o dia a abanar o braço fazendo daqueles barulhos irritantes que faz lembrar um relógio de pêndulo. De vez em quando a Patapon apanha-o, enrola-o num pano de cozinha com pintinhas (um dos brinquedos preferidos dela) e deita-o numa almofada. São apenas estes os meus momentos de sanidade mental, porque impede os movimentos do braço e o tal barulho. De resto até sustos já apanhei por o mudarem de sítio e eu ser apanhada de surpresa com algo que mexe na minha direcção.
Perante tudo isto vieram as memórias mais remotas à superfície e lembrei-me daqueles belos tempos em que eu, a minha mana e a minha mãe iamos com o meu avô materno às rifas da Santa Casa da Misericórdia. Era uma forma de ajudá-los a angariar dinheiro no Natal ou nos Santos Populares, mas também uma grande diversão para nós, e apesar do meu avô já ter partido há muito a tradição das rifas manteve-se.
Recordo-me bem, aqui há uns anos atrás, de termos ido a mais uma dessas festinhas de angariação de fundos e termos comprado um monte de rifas. A competição era não só pelo maior número de rifas premiadas (quem inventou aquele sistema em que sai sempre devia ser fuzilado porque perde toda a piada, já que tira metade dos motivos para gozarmos com os outros a quem não saiu nada) mas também pelos prémios em si (ora este motivo é sempre válido). Já não me recordo o que me saiu a mim nem à minha mãe, mas ficou-nos gravado na memória uma estatueta XL, em barro pintado, de um estudante de Coimbra, que saiu à minha irmã.
Ela bem tentou deixá-lo lá, mas nós à socapa trouxemos para casa. E claro que esta minha perversidade teria que ser herdada de algum lado, pelo que foi com muita dificuldade em conter o riso que eu e a minha mãe embrulhámos a dita estátua e nos aguentámos até ao Natal. Haviam de ver a cara da minha irmã quando escolheu para desembrulhar logo em 1º lugar aquela prenda enorme que se destacava junto à àrvore e deparou com o estudante. Mas claro que achou piada e se riu.
No ano seguinte a história foi diferente e ela já achou que seria demais termos-lhe dado o estudante pela 2ª vez. Mas pelo menos concedeu-nos algum crédito por termos conseguido disfarçar o embrulho. Acontece que no terceiro Natal consecutivo em que recebeu o estudante a miúda não se conteve e acabou por o esmigalhar para evitar brincadeiras futuras. Maus feitios...
Pois foi pena ter acabado, mas foi giro enquanto durou... e vai daí ocorreu-me agora que ainda não comprei a prenda para a minha sogra...
PS: foto do cesto de rifas retirada do blog 'florescoreseamores'