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Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
Confesso que desconhecia de todo o local e o conceito antes de ser mãe. Mesmo em frente ao antigo Olivais Shopping -actual Spacio Shopping o que é muito mais esclarecedor que ter a localização no nome, mas adiante...- existe uma Quinta Pedagógica, igual a tantas outras, ou não seria pelo facto de ter lá uma Árvore das Chuchas.
Explicando melhor, é uma árvore perfeitamente banal, com tronco e ramos e miraculosamente folhas, pois que com tanta chucha que lá têm pendurado ao longo dos anos já mal se nota que é uma árvore.
Da primeira vez que visitei o espaço, e alheia a tal conceito, confesso que até achei aquilo um pouco 'creepy' (que é quase como quem diz arrepiante, mas não é bem a mesma coisa e por isso perdoem-me o estrangeirismo). Pior mesmo só o Chucky (para quem não viu o filme acho que não perderam nada a não ser pesadelos)!
Mas depois de passarmos pelas tentativas de desfralde e 'deschuche' (belo neologismo este!), já começamos a achar qualquer técnica interessante. E por isso no Domingo passado lá fomos nós à Quinta Pedagógica dos Olivais com o intuito de pendurarmos as chuchas nas árvores.
Confesso que hesitei muito. Afinal eles 'ainda' só têm 3 anos, afinal estamos também a tentar o desfralde e isso parece-me até mais prioritário que as chuchas, afinal a chucha facilita muito quando temos que os acalmar.
E acreditem que quando se tem 2 putos gémeos e apenas 2 braços por vezes ajuda por a chucha num enquanto se embala o outro, mesmo que esse outro tenha sido o causador daquela confusão toda!
Só que crescer também é isso, certo? Deixar os objectos de transição da infância e 'transitar'. Mais tarde ou mais cedo teria de ser, e já andávamos a falar nisso há tempo. Disse sempre que eles só iam lá por quando quisessem e se quisessem. Que no fundo era por já estarem tão crescidos e quase a deixar a fralda que não fazia sentido estarem sem fralda e com chucha, e olhem... para eles fez sentido. Na véspera, enquanto preparava umas fitas para pendurar as ditas confesso que ainda hesitei. Seria cedo demais? E como os iria depois acalmar? Mas voltei a questionar e eles foram muito convincentes na resposta.
Chegados à Quinta Pedagógica foram direitinhos à Árvore e pediram se podiam ser eles a pendurar. Claro que sim! Claro que a intenção era essa. E por isso lá os erguemos na direcção de um tímido sol, por entre ramos apinhados de chuchas (muitas delas em plena decomposição). Braços em riste, um sorriso nos lábios, e foi assim que eles disseram adeus às chuchas.
Enchi-me de orgulho naqueles pequenos bebés-crianças. E prometi que os iria recompensar com um miminho. A Patapon fez-me prometer que lá iriamos vê-las de vez em quando e não saiu sem, depois da voltinha da praxe para dar cenouras e pão aos animais, fazer mais um adeus à chuchinha.
Curiosamente o Pandinha, que era o que me parecia mais agarrado à chucha, encaixou por completo a ideia de que é crescido, e foi a Patapon que teve dificuldade em adormecer nessa tarde. Perante a choraminguice da noite já eu me questionava 'O que foste fazer minha parva?', mas o miminho também era apreciado (eles acabaram por escolher uns Estrunfes que andavam a namorar há muito) e foi a ele que recorri para justificar que uma devolução da chucha implicaria uma devolução do miminho.
Quem me valeu foi o Pandinha, que criticou a mana por estar a choramingar. Disse que já eram crescidos e que não precisavam. E depois de inicialmente dizer que não, lá acedeu a que a mana fosse para a caminha dele. Dormiram juntos nessa noite, como nos primeiros meses de vida. E na noite seguinte já a situação acalmou.
Desde quarta feira que ela não pede a chucha, mas eu sei que na terça ainda levou o estrunfe à boca para chuchar... minha pequena grande malandra!