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Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
Imediatamente depois do Jantar a Patapon sai a correr para a casa de banho a queixar-se que doía a barriga. Ora quem tem putos pequenos cedo aprende que quando eles dizem isto é melhor manterem-se ao largo pois o que se passa a seguir dentro das paredes do WC é em quase tudo semelhante a uma Guerra Nuclear. E por isso fiquei na sala.
Não terá passado muito tempo até ela chamar com voz decidida:
-Mamã!!!! Podes vir aqui??
Meio a medo mas intrigada lá fui e deparei com a pricesa sentada na sanita de ar pensativo e intelectual.
-Mamã... estava a pensar... 'Pum' começa com a mesma letra que 'Pão' não é?
Não querendo saber pormenores sobre o porquê dela ter começado com aquela associação de idéias, limitei-me a responder orgulhosa à minha filha de apenas 4 anos:
-Sim, amor. A letra é a mesma!
E dei de frosques...
A quem se anda a interrogar qual o motivo desta minha ausência, na realidade não há uma razão concreta. Foi um acumular de situações que levou a que eu não tivesse tempo nem energia para ir actualizando o blog.
Os posts estão mais ou menos escritos pois tentei ir continuando a registar todos aqueles momentos que tenciono não esquecer. Falta apenas colocá-los em formato de leitura, o que tentarei fazer durante os próximos dias e colocá-los na data certa, na medida do possível.
Por aqui a vida continua, mesmo com os precalços de quem é mãe de 2 mabecos já com 4 anos, que adoeceram em pleno inverno como seria de esperar, e filha de 2 pais que adoro e que não estão mais novos, mas que se vão aguentando por cá. Desde Dezembro que as gripes, as viroses e as infecções pulmonares bacterianas correram toda a famíla. No meu pai com mais gravidade devido ao estado de saúde dele já debilitado.
A todos os que enviaram mensagens de apoio e carinho e que de uma forma ou outra se queixaram da minha ausência, muito obrigada. Sometimes barely, but we're still alive and kicking!
Em conversa com a Patapon esta queixava-se que um dos meninos da turma a teria chamado 'bebé' e que outro andava a tratar todos os meninos por 'cocó'. Notei que ela se estva a sentir particularmente incomodada com a situação, porque andava-se a tornar uma coisa repetitiva e decidi então ter uma conversa mais 'profunda' com ela para lhe reforçar um pouco o ego.
-Sabes que há meninos assim... Há meninos que dizem as coisas por dizer, por acharem que têm piada. Não deves ficar chateada com isso porque sabes que não és nem bebé nem cocó, certo? És linda, inteligente, e ao contrário deles, és uma boa amiga... não dizes esses disparates. Tratas os outros meninos sempre bem, não é?
-Pois... mas ele olhou assim mesmo para mim (e exemplifica) e disse 'beeeeee-bééé'!
-Olha... ele até está a ser tolinho, querida. Porque ele é mais novo que tu e o mano. Se ele te está a chamar bebé então imagina o que ele é... seria ainda mais bebé que tu, não é?
-Pois é! Eu estou a ficar crescida, não é? Já vou fazer 4 anos.
-Pois vais! olha... sabes que mais? Se eles insistirem com essa do 'bebé' e do 'cocó' sabes o que lhes podes dizer? Precisamente... que estás quase a fazer anos e que se eles não gostam de ti então nem serão convidados para os anos. Porque só queres na tua festa quem seja teu amigo e te trate bem.
-Boa! Vou dizer isso. Se me chamam bebé e cocó não estão a ser meus amigos, não é? E assim não os convido para a festa.
-É isso sim. E vais ver que eles vão perceber que estão a ser tontos e deixam de dizer disparates porque querem vir à tua festa.
-Pois... a Bia é minha amiga e eu gosto muito dela. Ela não me chama bebé e eu quero que ela venha à minha festa. Mas eles se chamam não vêem, não é? Vou convidar a Bia e a Carolina e... Olha... eu sou convidada também, não é? Eu vou à minha festa?
-Sim, claro! Claro que vais à tua festa.
-Pois... tenho que ir porque precisam de alguém para apagar as velas, não é?
E foi então que acordei um pouco para a 'triste' realidade dos gémeos. A verdade é que ela nunca terá uma festa de anos exclusiva. A verdade é que haverá sempre mais alguém para apagar as velas. Alguém que nasceu 3 minutos antes dela e que ela felizmente adora. Para o bem e para o mal nunca estará sozinha, e em vez de festas em tons de rosa, de princesas e fadas, acaba por ter sempre festas unisexo. Mas ela nunca se queixou disso, tal como o mano. Tento sempre que as temáticas sejam adequadas aos dois e sim, cada um tem sempre o seu bolo e sopra as suas velas.
Porque para mim serão sempre 2 pessoas diferentes, que calharam nascer no mesmo dia. E por isso sorri e respondi:
-Sim, querida. Iremos sempre precisar de ti para soprar as velas mas também porque és a princesa da festa sempre, não é? És sempre a minha princesa!
E ela sorriu de volta com um ar bem mais seguro. E eu senti-me bem por ser mãe de uma menina tão crescida que percebe o quão essencial é para mim.
Conversa entre a Patapon e o pai aqui há dias (não faço ideia de que estavam a falar, mas ao passar pela sala oiço o co-(ir)responsável dizer em tom sério:
-Eu é que sei!
Resposta pronta da Pespineta, que ainda está a meses de fazer 4 anos:
-Não sabes nada, pai! Tu achas é que sabes!!
E pronto... lá tive eu de me afastar enquanto tentava conter o riso, e ia pensando para mim que devia ter-lhe dado o nome de Mafalda...