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Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
Fim de semana de Páscoa e eu a trabalhar. Como ninguém devia ficar de castigo por minha causa achei por bem que eles fossem com a avó Gija até paragens mais solarengas e lá fiquei eu de coração despedaçado.
Como as saudades apertavam, aproveitei para ir jantar com eles no sábado à noite e logo me apressei a perguntar o que tinham feito. E fo a desfazer-se em riso que a avó me contou que na véspera tinha andado a treinar o desfralde.
Como a Patapon se estava a aguentar bem e ia fazer xixi à sanita ela tentou convencer o Pandinha, mas este insistia que queria o bacio. Até que a avó decidiu usar aquela estratégia pedagógica que é comprar os putos e ofereceu-lhe uma moeda para ele ir à sanita.
-Quero o bacioooo! -insistia ele.
-...e se forem duas moedas?- perguntava a avó.
-Dá-me três que eu vou! -exigia ele.
E a avó lá concordou e ele lá foi.
Mas conforme a avó me contava o sucedido o mabeco, que até esta altura estava a escutar em silêncio, diz com voz grossa e decidida:
-Pois foi! E tu ainda não me deste!
E assim se consegue por uma avó a correr para o porta-moedas...
Bacio:IKEA
Depois de muitas evidências, hoje cheguei à conclusão que existem vários locais da minha casa com botões ocultos, só ainda não percebi a localização exacta e a lógica de activação dos mesmos, mas penso que tenham também alguma correlação com o cansaço. Quanto mais cansada estou melhor aquilo funciona.
Ontem à noite foi assim que aterrei completamente exausta no sofá que a Patapon começou a choramingar. Inicialmente foi lá o co-irresponsável, e até lhe chegou a trocar a fralda, que estava cheia de chichi, mas não resolveu o problema. E bastava de alguma forma eu tentar aninhar-me (no sofá ou depois na cama) que o choro recomeçava. Ainda tacteei a tentar perceber onde estavam os manhosos mas não os encontrei.
Entretanto esta manhã comprovei que o tampo da sanita também os tinha, mas neste caso activaram o Pandinha e de uma forma completamente diferente. Pois após esta noite mal dormida tudo o que eu queria era acordar atempadamente e fazer tudo com calma, mas puto que é puto troca-nos sempre as voltas e eram 7h00 quando eles já se faziam ouvir.
Uma boa mãe diria que quanto mais cedo acordarem mais tempo passam juntos, mas como eu não tenciono ganhar nenhum troféu, e perante a privação de sono a que fui sujeita, vou admitir sem quaisquer renitências que nessa altura só pensei 'Vou despachá-los para irem para a escola'. E o plano até estava a resultar, na medida em que se sentaram à mesa sem confusão e comeram relativamente rápido. Mas eis que depois de os alimentar e vestir, pensei que poderia ter direito a fazer um simples chichi e calçar os sapatinhos. E foi assim que o meu rabiosque tocou o tampo da sanita que tudo aconteceu...
-AHHHHHHHHHH! O mano, o mano!! -gritava a Pespineta em desespero.
-Já vou! Já vou! -respondia eu aflita sem compreender o que se passava.
Naqueles breves segundos que demorei a desenrolar o papel higiénico (quem tem filhos sabe que adquirimos uma velocidade supersónica nestas coisas) passaram-me os cenários mais tenebrosos pela cabeça. Imaginei que tinha caído, que o ia encontrar estatelado no chão e coberto de sangue, sei lá!! Confesso que nem lavei as mãos e saí a correr para chegar à sala e deparar com um cenário bem pior do que poderia imaginar...
O Pandinha tinha cometido o maior crime da vida dele, SIM!! E a Pespineta apressou-se em relatar... Tinha rapinado o Booo ao seu doce regaço, enquanto esta o embalava e estava em cima do sofá, deitado sobre ele, como se de uma bola de rugby se tratasse. E assim que me viu começou a rir, vejam bem!! A rir daquela vilanice pegada que, não fosse o facto de me ter arrancado desesperada do wc até poderia ter tido piada.
E dada a descasca ao Pandinha tentei mais uma vez explicar que a mamã também tinha direito a fazer chichi, e que como não usava fralda não podia ser na sala, pelo que de vez em quando tinham mesmo de me deixar ir e esperar sem confusões. Resposta pronta da fulaninha:
-Faz no bacio!!!
Ah, pronto!! Nem sei como é que não me tinha lembrado disso antes. Claro que posso sempre fazer no bacio, mesmo no meio da sala e até em frente a visitas, porque não?? Pode ser que pelo menos o sacana do bacio não tenha botões instalados que accionem os comportamentos mais estranhos dos meus filhos...
PS: Créditos da imagem- sanita da série Gap, da Roca, in site da Roca. Podem patrocinar à vontade que eu adooooro a Roca e pelos motivos descritos acima dá para perceber que estou a precisar de uma sem botões e transportável.
Quem tem filhos sabe de que falo! Se há dias na vida em que a Lei de Murphy se aplica, quando envolve crianças o efeito é exponenciado, e quando tentamos ir de férias com eles então... bem... é inexplicável!!
Mas para quem não percebeu ainda, vou tentar dar umas luzes. Num dia normal é certo que o pão cai sempre com a manteiga para baixo, e que quando temos pressa todos os semáforos são vermelhos. Mas nestes casos não envolve necessariamente uma criancinha a rebentar-nos os tímpanos. Agora imaginem estes mesmos cenários ou outros quaisquer em que os acontecimentos de bosta se sucedem e que temos não uma mas, no meu caso, até duas criancinhas histéricas a tentar ajudar.
Querem pior? E tudo isto numa casa que não é a nossa e a kms de casa? Ainda não estão convencidos? Vou tentar então ser mais explícita, e quem já tem mabecos por favor pronunciem-se se não é assim para que os outros não achem que é exagero. Ora aqui ficam algumas das Leis de Murphy Infantis mais observadas cá em casa sempre que tentamos ir para algum lado com eles.
E claro que com tudo isto contem em voltar mais cansados do que aquilo que foram, e pensem sériamente antes da próxima viagem se não seria melhor deixarem-nos com alguém e fugirem vocês.
Querem saber que mais?? Foi mesmo isso que tentámos fazer logo de seguida...
Nos meus tempos de monitora cantava-se nos autocarros a caminho da praia a seguinte canção (cuja coreografia não consigo aqui exemplificar mas que é igualmente bela...lol):
Era uma vaca leiteira,
não era uma vaca qualquer.
Dava leite e manteiguinha,
mas que vaca tão fofinha
DALÃO DALÃO.... DALÃO DALÃO
Um chocalho se comprou,
e a vaquinha até gostou.
Dava passeios pelo prado,
matava moscas com o rabo
DALÃO DALÃO... DALÃO DALÃO
Um passarinho voou,
e na vaquinha pousou,
A vaquinha sacudiu,
passarinho não saiu
DALÃO DALÃO... DALÃO DALÃO!
Como poderão perceber é uma música muito apreciada em faixas etárias mais baixas, mas os cromos de 10-12 anos não achavam tanta piada, e por isso cantavam de socapa (lá nos banquinhos do fundo) uma versão alternativa que terminava assim:
...um passarinho voou,
e um GRANDE POIO MANDOU
a vaquinha sacudiu,
MAS O POIO NÃO CAIU
DALÃO DALÃO... DALÃO DALÃO!
E porque raio me fui eu lembrar disto agora?? Ora...por causa da noite de ontem, claro!
Estavamos em familia reunidos nos salões a fazer os chatos dos puzzles (sim...já estou farta daquilo...lol) quando os putos se começam a queixar de calor. Vai daí autorizei a que tirassem a t-shirt e ficassem apenas de fralda. Mas o Pandinha, encalorado como é, queria tirar a fralda. Inicialmente disse um rotundo não, mas depois pensei... eles estão a fazer o desfralde na escola, a educadora diz que estão a portar-se muito bem, e caramba.... mais tarde ou mais cedo terei que experimentar, e hoje está taaaaanto calor e...
-OK, podem tirar a fralda MAAAASSSS têm que pedir quando quiserem fazer chichi, ok??
-Eu quero fazer chichi!- diz a pespineta!
-Bacioooooooooo!- vai logo o Pandinha a correr buscá-lo.
E foi assim que começou a minha agonia. Faziam umas pinguitas e queriam ir depejar e lavar. Também queriam toalhetes para limpar, e depois ir deitá-los ao lixo. Ao fim de 5min queriam fazer novamente e eu pensei que iria ficar naquilo a noite toda, mas não... volvidos talvez uns 20min (em que também deu para o Panda brincar com a pilinha) voltaram aos puzzles. Entretanto o papá (que está tão ''Helgast'' quanto eu) aproveitou para ir descansar um pouco e eu fiquei sozinha com eles.
Tudo a correr bem e de repente a Pespineta vai buscar um boneco e estanca em cima do tapete de actividades (felizmente não é de pêlo mas sim daqueles de borracha q encaixam).
-Queres fazer cocó, querida?
-Não, mamã!
-Então porque estás aí parada?
-Olha, mamã! O que é? (e aponta para a rua onde passava uma ambulância)
-É uma ambulância, para levar para o hospital quem está doente. Apita para os carros a deixarem passar. Mas... tens a certeza que é só por isso que estás parada? Parece-me que estás a fazer força...
(silêncio)
-Querida... não achas melhor a mamã ir buscar o bacio??
(silêncio)
..e eu decido ir buscar o bacio. Dou 4 passos e oiço num tom entusiasmado:
-Mamã!!! Mamã!! Olha um cocó!
E eu olhei e vi um POOOOOOOIIIIOOOOO de todo o tamanho no tapete de actividades.
Riam-se, riam-se!! Não perdem pela espera!!