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Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
Por um motivo ou por outro este 2016 que hoje acaba foi certamente difícil para todos nós. Eu diria feitas as contas finais parece uma bosta de ano.
Gostava de poder garantir que o 2017 vai ser melhor. Mas a verdade que estes quase 40 (PORRA!) anos me ensinaram é que a Lei de Murphy é a lei mais certa do Universo, e por vezes parece que quando algo pode correr mal, não só corre como tem aquele incrível poder de arrastar tudo à volta.
Por isso de certeza que os dias de caca vão continuar por 2017 e pelos anos vindouros. E de cada vez que gritarem ' Não pode ser pior' lá vem outro dia ainda pior só para vos tirar a razão.
Assim, e porque vos adoro a todos vou deixar um conselho (vale o que vale mas juro que ainda só bebi leite). Comecem 2017 a beber que nem umas esponjas. Não importa se é champanhe, vinho ou cerveja (se bem que nunca irei perceber porque raio alguém gosta de cerveja, mas respeito), importa é que seja de qualidade. Aquela garrafa que têm aí guardada há 10 anos... essa! Estão a guardar para quê? Já está boa... bebam! E deixem para trás esses momentos menos bons.
Porque no fundo, lá bem no fundo, termos dias de caca significa que existem outros que, por oposição, não o são. E são precisamente essses que dão sentido à vida. E se pensarem bem tiveram também muitos desses, certo?
Confesso que estou na esperança de que se dermos mais importância aos bons os maus não parecerão tão maus e talvez a malta consiga convencer os bons a aparecerem mais vezes, só pelo simples facto de serem bem recebidos. Por isso um copo para esquecer os maus, o resto da garrafa para celebrar os bons, ok?
Mas mais importante que tudo, ter dias de caca é sinal que ainda estamos cá para os ter, e para sermos confortados por quem nos quer bem. Isso é que importa, certo? Abram a porra da garrafa melhor que aí tiverem e partilhem, pode ser?
E quando vos passar a bebedeira digam-me se resultou.
Um BOM ANO para todos os que me querem bem!
Alguma vez sentiram que a vida vos passa por entre os dedos? Que numa vã tentativa de sermos melhores mães, melhores namoradas, melhores profissionais, ou simplesmente melhores pessoas há qualquer coisa que se perde?
Hoje dei por mim a pensar que talvez essa perda seja de tempo. Porque parece cada vez mais impossível conciliar tudo isto.
Sou uma pessoa de natureza optimista, e como também nunca fui de baixar os braços tenho sempre aquela vã esperança de que as coisas vão correr melhor. E passam-se dias, semanas, meses até, em que tudo parece é piorar. No meio disto tudo pesa-nos ainda mais porque há outras vidas que dependem da nossa e não lhes queremos falhar.
De repente uma luz ao fundo do túnel, e devo confessar que desta vez quase parecia um clarão desta bonita trovoada que tivemos esta madrugada. Era de tal forma intensa que eu pensei que não seria para mim, e embora me mantivesse na secreta esperança de que tudo iria correr bem, aquele vil bichinho chifrudo que habita o meu ombro esquerdo insistia que eu estava a sonhar, ou então com uma extraordinária e entusiasmante bebedeira, o que acabava por ser ainda mais cruel pois não me recordava de sentir o néctar doce a percorrer-me as veias.
Vencemos uma etapa e começamos a levantar a cabeça daquele buraquinho na lama para onde ela escorregou em tempos. E segue-se outra etapa, outra vitória, e de repente começamos a achar que a luz não só é para nós como é parte de nós. Que poderia andar para aqui escondida (quiçá alojada no estômago devido ao efeito Maria-misturada da gravidez -ver post: 'A boca do estômago') mas que nunca desapareceu completamente.
Sim, eu recordo-me de ter brilhado em tempos. Recordo-me de achar que poderia ser uma estrela, mas também do sentimento de super-nova que se lhe seguiu. De toda aquela explosão que deixou estilhaços demasiado espalhados para os conseguirmos abarcar numa vida que fosse, menos ainda numa simples existência... E eis-me aqui, anos volvidos, com aquela sensação de que algures existe uma cola suficientemente poderosa não só para os colar como para reunir mesmo os estilhaços mais remotos. E eles aparecem sim, e reunem-se numa forma coerente parecendo voltar ao local que lhes pertence.
Mas por muitos pedaços reencontrados, fico sempre com a sensação que existem alguns que perdi para sempre. Espero sinceramente que não sejam os que mais falta me fazem. Espero sinceramente ter força para vencer as restantes etapas (não sei porquê mas fico por vezes com a sensação que a vida é um jogo sem limite de níveis, em que quando ousamos respirar fundo por ultrapassar mais um reparamos que há uma plataforma em cima com um piano prestes a cair), não apenas por mim, mas por aqueles que gostaria que viessem a sentir orgulho em mim. Espero sinceramente que por milagre tudo se encaixe com algum sentido e de forma funcional (não gostaria de todo ficar com um braço na cabeça ou o rabiosque no peito). E espero sinceramente que depois de tudo isto a luz ao fundo do túnel não seja apenas um comboio...
Desculpem-me por este meu lado mais... complicado/ depressivo/ chato/ entediante/ humano (pf riscar as hipóteses que não achem adequadas e deixar as que façam sentido para vós, ou siplesmente acrescentem a vosso belo prazer), que tanto irrita o co-irresponsável, mas por algum motivo eu sou a gaja das psicologias com coração de manteiga e ele é o gajo das engenharias com coração de tijolo. Felizmente no meio do caos, e contra todas as expectativas, ainda nos conseguimos entender, embora nem sempre se consiga evitar o comboio...
Questiono-me muitas vezes quando é que os meus filhos irão colocar a célebre pergunta ‘Como é que se conheceram?’ e o que deverei responder. Tenho a certeza que haverá dilemas piores que os meus, e quem simplesmente se limite a mentir, mas a mentira é algo de que não gosto. Sempre fui educada para ser sincera e por muito que a verdade às vezes custe faz parte dos valores que tenciono transmitir aos meus filhos. Mas… e adoçar… pode-se?
A verdade é que o co-(ir)responsável não era mais que uma ‘curte de verão’ de uma grande amiga minha e para o qual, por motivos óbvios eu nem olhei duas vezes. Claro que percebi que era giro, que tinha os olhos da cor do céu… do mar, bem… daquilo que estiverem na altura, e isso fascinou-me (ainda hoje me fascina… baba-te!!). Mas a mão que lhe tocava não era a minha e isso bastava-me para me afastar.
Ora se uma curte de verão acaba no final do verão, as amizades perduram, e nós partilhávamos gostos e interesses. Por isso, e porque também tínhamos muitos amigos em comum, fomos mantendo o contacto. Juro que de forma sempre inocente fomos conversando em festas e aniversários, ou quando calhou de simplesmente o encontrar no autocarro. Mas nada mais que isso. Era para mim difícil encaixá-lo noutra categoria que não a do ‘Puto com quem eu estou a andar’ como diria a minha querida amiga, que delirou com a novidade.
Até que um dia, no extinto Aqualua, junto ao Aquaparque do Restelo, calhou de irmos a mais uma festa de aniversário onde o espaço escasseava, já que eram 2 aniversariantes e milhentos convidados. No meio do caos calhou ficarmos lado a lado a partilhar uma fatia de bolo e calhou de apanharmos uma bebedeira das valentes. E já lá vão 18 anos, celebrados no mês passado em Madrid.
Para ti que tens esse mau feitio tremendo e com quem toda a gente entendida de astrologia e afins diz que não é suposto me relacionar sequer deixa-me aproveitar para dizer publicamente (correndo o risco de ser gozada para todo o sempre)… LUV U!!
Mas achas que posso dizer aos miúdos que nos conhecemos numa festa, trocámos olhares e nos apaixonámos, ponto final?