Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
Já anteriormente referi aqui a paixão doentia que os meus filhos sentem por cães (ver post 'A menina Blackie'). São várias as fotos que temos com eles a abraçarem, beijarem, ou simplesmente a rebolarem com eles. Pois é tanta paixão que ainda há dias a levaram ao extremo.
Se aqui no prédio até há bastantes cães que fazem as delícias dos meus filhos, na rua então nem se fala, e nessas coisas eles não são nada envergonhados e avançam indiscriminadamente para qualquer animal de 4 patas que abane a cauda para eles. Por acaso desta vez o alvo foi o 'Óscar', que calha de ser o animal de estimação de uma ex-colega de escola, o que me facilitou a vida. É que o Óscar, apesar da sua idade, é muito brincalhão, e como ainda tem um tamanho considerável, é bom saber que ela tenta logo acalmá-lo assim que os gémeos entram no campo de visão dele. E eu, pela minha parte, tento acalmar 'os meus animais'. Mas não é fácil... sobretudo o Pandinha delira mesmo com os cães.
Acontece que desta vez o Óscar tinha acabado de chegar de uma looonga caminhada pelo mato e estava sujo e transpirado, pelo que a dona apressou-se a alertar os miúdos de que não deveriam tocar-lhe para não se sujarem. Olha a quem... alguma vez o pandinha deixaria de tocar no amigo dele? Não só tocou, como abraçou e deu BEIJOSSS! E eu bem tentei separá-los, mas o Pandinha alegava:
-Ó mamã... está só sujo...
Como o puto não deixava de ter razão e sujidade não é doença, lá os deixei a partilhar os germes durante alguns minutos antes de retomarmos o caminho para casa.
Não passaram nem dois dias e voltámos a cruzar-nos com outro canídeo. Desta vez o Tommy, um barbaças (arraçado de podengo de pelo cerdoso- ai! que a miúda percebe de cães) que reside cá no prédio e que tem uma história deliciosa de vida e igual a tantas outras (onde é que já ouvi uma assim?). O dono do Tommy teve um outro cão antes que se chamava... Tommy. E esse Tommy faleceu. E claro que o dono proferiu aquela célebre frase 'Não quero mais nenhum!' Mas eis que aparece este cão abandonado e maltratado umas semanas depois e o segue para casa. E por aqui ficou o Tommy2, gozando de todos os mimos que o outro já gozava e mais alguns. E por muito que ande pela rua, não sei como é que o cão sai tanto ao dono que chega junto a nós sempre bem aprumado e cheiroso.
Mas quem tem miúdos de 2 anos e meio, mesmo que não sejam gémeos, bem sabe que é dificil (leia-se impossível) termos algum controlo sobre o que dizem, e invocando a memória mais recente que tinha o Pandinha sai-se com esta:
-Olha o Tommy! Ele está sujo?
E perante o meu olhar de pânico e vergonha o dono do Tommy lá se riu e explicou que o Tommy toma banho com frequência, mas que era normal vir um pouco sujo da rua.
-Não faz mal!- diz o Pandinha enquanto se abraça ao Tommy aos beijos.
Os meus mabecos têm uma predilecção especial por cães. E calha de termos vários vizinhos que são possuidores de diferentes exemplares da raça canina, que acabam por fazer as delícias dos meus filhos.
Frequentemente no patamar do prédio encontramos uma cadelinha já velhota, preta. Fico toda embevecida de os ouvir tratar carinhosamente a cadela pelo nome que, por coerência, é 'Blackie'. A dona da cadela também adora os meus miúdos e acaba sempre por os deixar dar-lhes umas festinhas e uns mimos antes de seguir para a rua com ela. Pois calhou de a encontrarmos 3 manhãs seguidas, e aquilo já quase parecia rotina. Mas ao 4º dia nada de Blackie, e claro que os miúdos comentaram.
-Talvez a gente a veja mais ao fim do dia. -disse eu a ver se os animava.
Pois se acham que os putos esquecem... esqueçam vocês! Aquelas memórias chegam a ser quase fotográficas, e por vezes referem certos acontecimentos de há dias atrás quase como se tivessem acabado de acontecer. Por isso não foi espanto quando, ao ir buscá-los à escola, a primeira coisa que a Pespineta perguntou foi:
-A Blackieee???
Lá tentei distraí-la, justificar que devia ter ido ao veterinário e devia voltar mais tarde. E desviei logo o assunto.
Estacionado o carro junto ao prédio oiço um grande grito histérico vindo do banco trás.
-Olha a mãe da Blackie!!!- dizia a Pespineta enquanto procurava pela menina Blackie...
Não pude deixar de sorrir, e atendendo ao amor que vejo que a senhora tem pela cadelinha, nem sequer fui capaz de corrigir. Simplesmente entrei no jogo e deixei-me levar por aquele momento.