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As birras dos mabecos

por twin_mummy, em 24.06.18

aviao.jpe

Depois de levar o co-irresponsável ao aeroporto a mabeca começa em prantos. Desde que entrámos no carro até termos chegado ao supermercado onde prometi irmos comprar gelados para o lanche, parecia um afluente do Tejo.

 

Já no supermercado começa a birra porque queria um brinquedo, porque queria cajus com picante (WHAT??), porque não queria que eu comprasse alheiras. Porque apenas os deixei escolherem duas caixas de bolachas quando queriam várias dado trazerem desenhos diferentes. Porque queriam trazer livros mas escolhiam e depois mudavam de ideias ao fim de 30 segundos (comigo já na fila para a caixa). Porque o irmão lhe passou à frente, porque o irmão tentou empurrar o carrinho das compras. Porque eu tentei empurrar o carrinho das compras...


Em tom de desespero digo que caso se acalmem eu pago-lhes um bolo e um sumo. Chegamos a acordo e eles atiram-se a duas bolas de berlim e dois néctares de pêra como se não houvesse amanhã. A meia hora seguinte -até chegarmos a casa- foi o céu, a hora e meia depois disso o inferno. Porque afinal eu sou má, porque nunca dou nada, porque não os deixo fazer nada e... porque o pai não está. 

 

Sessão de abracinhos e os ânimos acalmam. Dirijo-me à cozinha para fazer o almoço e interrompem-me umas 5 vezes. Coisas inadiáveis, claro...

 

Nova birra quando peço para se acalmarem um pouco e deixarem-me fazer o almoço. Mando-a sair da cozinha e ela fica no corredor, mesmo junto à porta, a gritar o mais alto que pode. Ignoro-a. Cala-se e vem pedir se pode jogar Playstation. Respiro profundamente... uma, duas, três vezes. Respondo no tom mais calmo e grave que consigo:

-O que tu podes fazer depende da forma como te portares. A portares-te assim podes antes ir para o quarto.

 

Novo afluente do Tejo a fazer cascata direito ao queixo, e aquele arzinho de pespineta a bater com o pé:

-Não vou!!! Não vou para o quartooooooooooo!!! Eu porto-me beeeeeeeeeeemmmmmmmmm...

 

cookie.jpe

Dez minutos depois e eu lá consigo acabar o almoço. Almoçam bem e sem prantos. Pedem para comer o gelado de sobremesa e eu cedo a ver se ambiente arrefece. Mini-bola de baunilha, mini-bola de morango, um pouco de chantily e um pouco de canela. Umas taças lindas de se ver  e o Pandinha sai-se com a ideia de misturar tudo. Em menos de 2 segundos deixa de se distinguir o gelado do chantily. Sorvem a papa de gelado pelo canudo de bolacha e eu tento ignorar a ver se sobrevivo as restantes horas que me faltam até o dia terminar. Penso para mim... isto não é grave, sê a mãe do Ruca! Sê a mãe do Ruca!

 

Peço aos putos para me deixarem descansar um pouco a seguir ao almoço. Sento-me no sofá com um cafezinho e respiro fundo. Quase de imediato vejo-o a passar no corredor a falar com ele próprio:

-Xiuuuuuu! A mãe disse que precisa descansar...

 

Peço para irem brincar para o quarto. Decidem brincar aos pais e aos filhos. Ela é a mãe, ele o filho que faz uma birra que se ouve... na sala! Explico mais uma vez o que significa deixarem-me descansar. Peço 10 minutos que seja e eles resolvem vir para junto de mim. Deixo-os ficar na condição de me deixarem estar a descansar. Ele estica-se no sofá. Ao fim de 3 pontapés desisto e vou para o meu quarto.

 

Ele choraminga para eu não ir. Diz que se vai portar bem. Peço por favor para me darem apenas 10 minutos. Ambos prometem que sim. Menos de 5 minutos depois grita ela.

-Mãeeeee! O mano deu-me uma chapada!

 

Estão os dois agora de pena de castigo suspensa. Dependendo de como se portarem na próxima meia hora... ou vamos dar uma volta ou vão para o quarto. E eu estou a pensar se tomo uma Aspirina ou duas...

Patapon, a voz da razão

por twin_mummy, em 07.07.15

Num dos muitos momentos em que os mabecos se tentam esgueirar para a sala para ver TV sem arrumar o quarto onde estiveram a brincar com TUDO em simultâneo -e quem tem filhos sabe que por muito que a gente tente explicar que se brincarem com um de cada vez e depois arrumarem antes de passarem ao seguinte custa muito menos eles não nos ouvem- o co-irresponsável colocou-lhes travão a fundo e mandou-os arrumar tudo antes de irem ver os desenhos animados. 

 

Cerca de 10 minutos depois -e durante os quais eu tentei não pensar para onde iriam as pecinhas pequeninas que eu ouvia cair- aparece a Patapon a queixar-se que o irmão não a estava a ajudar porque, segundo ele, como apenas brincou com eles mas não foi ele que os tirou da caixa, não deveria ser ele a arrumar.

 

Apressei-me a ralhar com o Pandinha, e a explicar que se tinha brincado também lhe competia arrumar. E que, de qualquer forma, o quarto era dos dois e o pai tinha-os mandado aos dois arrumar. E ele lá foi contrariado.

homemelastico.jpg

 

Passados uns breves momentos grita ele do quarto:

-A mana não me está a ajudar!

 

Ao que eu respondo:

-Então agora és tu que não ajudas?

 

Resposta pronta da Patapon:

-Então... porque ele quer que eu o ajude a arrumar os LEGOs mas eu agora estou a arrumar os bonecos. Eu não sou um polvo de 8 braços nem o homem elástico!!

 

E foi assim que ele se viu obrigado a mexer as patinhas, e que eu e o co-irresponsável nos derretemos a rir a uma distância segura, de forma a que ela não ficasse demasiado convencida de que tinha piada. 

Sacana do avô

por twin_mummy, em 26.02.15

Terminada a saga da varicela, começo eu a respirar de alívio e a pensar nas noites bem dormidas, sem ter que acordar durante a noite para dar medicação, recolocar luvas ou besuntar putos com pomada, por entre gemidos. E nisto recomeça a saga já que o Pandinha, dado estar com as defesas em baixo, apanhou uma infecção no tracto respiratório superior. Expressão pomposa para explicar que, no fundo, deita ranho que até mete dó.

 

p22 A P anos.JPG

 

Por isso só regressará à escola hoje. Por isso, e porque eu e o co-irresponsável já tinhamos esgotado as baixas (o gajo também ficou doente entretanto mas diz que já está melhorzito) e as férias, veio para cá o avô paterno tomar conta do catraio. O Avô paterno que nem sequer avô é, que infelizmente nunca chegou a ser pai, mas que os ama da forma como o avô verdadeiro (que nem sequer teve interesse em conhecer os netos) deveria. Ou ainda mais... Enfim... outras histórias que não vêm ao caso.

 

bola.jpg

 

Isto para dizer que quando se junta um puto de 4 anos e um bastante mais experiente -e que por isso já deveria ter juizo- acontece o caos. Pelo menos foi isto que o Pandinha explicou quando eu e o pai o questionámos pelo estado em que estava a casa ao final do dia. Bola de futebol no corredor, livros pela sala, brinquedos espalhados pelo quarto, outros tantos metidos de qualquer forma nas prateleiras:

 

-Foi o avô! Ele é que desarrumou tudo. Eu estava sossegado e ele foi buscar os brinquedos.

-O avô???? -questionava o pai.

-Sim! E depois foi embora e deixou tudo desarrumado!

-Ai o malandro! -alinha o co-irresponsável - Vou já ligar à avó e dizer para o por de castigo.

-Vais ligar? -pergunta o Pandinha meio a medo.

-Pois! Se foi o avô que fez isto vou ralhar com ele e pô-lo de castigo.

-Hmmm.... se calhar eu também desarrumei um bocadinho....

Pérolas dos mabecos: O Rino...

por twin_mummy, em 16.04.14

No meio de tanto brinquedo que já lhes passou pelas mãos há alguns que perduram. E um deles é a ambulância 'Lance', do Selva Sobre Rodas. E nem é que costumem ver a série mas, como todos os miúdos, gostam de brincar aos médicos e aquilo é no fundo um posto hospitalar móvel, facilmente transportável para qualquer local de brincadeira... acaba por ser dos brinquedos favoritos dos mabecos.

 

Acontece que, não havendo espaço para tudo, este era um dos brinquedos que estava guardado e que agora voltámos a colocar em local visivel. Pois hoje, enquanto vestiamos os pijamas a Patapon olhou para a prateleira e pediu:

-Mamã! Dá-me o hipopótamo!

-Não é um hipopótamo, querida. O que é, sabes? -Pergunto eu ao Pandinha.

Perante o olhar pasmado dele tento ajudar:

-É um rino... rinooo...

-Rinoestrunfe!

 

A generosidade da Patapon

por twin_mummy, em 12.04.14

Como a confusão na sala de estar começava a passar os limites do tolerável, aproveitámos aqui há dias eles estarem em casa da avó paterna para mudar os brinquedos todos deles para o quarto. Assim que chegaram a nossa mente retorcida evocou o célebre vídeo do desafio Jimmy Kimmel 'Comi os teus doces de Halloween' (para quem desconhece o dito vale a pena ver os links* que vos deixo abaixo e ver a reacção das crianças) e perante a admiração deles ao verem a zona dos brinquedos vazia exclamámos em uníssono:

 

 

-Demos os vossos brinquedos!

O Pandinha ficou praticamente sem reacção, mas a Patapon começou a esboçar um esgar de boca que se transformava gradualmente num dos 'beicinhos' mais tristes que já vi.

-Sabes a Luna, querida? Dei a uma menina pequenina...

(para quem não conhece a história desta boneca vejam o post 'A amiga Luna')

-DESTEEE? -perguntou ela meio incrédula.

-Sim, querida... sabes aquilo que falámos de darmos alguns dos nossos brinquedos a alguém que não tem?

-Siiimmmm...

-Pois a menina não tinha. E ela estava triste...

-E ficou feliz com a Luna?

-Sim. Ficou muito feliz.

-Está bem... -concluia ela com o ar mais triste do Mundo, mas sem verter uma lágrima.

 

Nessa altura que não aguentei mais e reconheci a trama:

-Ainda bem que eras capaz de dar a tua Luninha, querida. Mas a mamã estava a brincar... a Luna está no quarto e a mamã nunca a daria a ninguém sem tu dizeres.

 

...e foi então que levei o maior abraço do Mundo e percebi que naquela altura todos aqueles brinquedos por vezes meio esquecidos voltaram a ter outro valor para eles ao serem reencontrados na segurança do quarto.

 

 

*

http://youtu.be/WOlpdd7y8MI

http://youtu.be/RK-oQfFToVg

 

Dose diária paciência

por twin_mummy, em 26.10.13

Aqui há tempos, num daqueles momentos em que achamos que os miúdos parecem ter tirado o dia para nos infernizar a vida, o co-irresponsável queixava-se por já não saber o que fazer, e que já teria esgotado a paciência. Acabámos por ter (bem depois deles se terem ido deitar e de termos conseguido recuperar neurónios suficientes para voltar a falar) uma daquelas conversas mais filosóficas em que introduzimos o conceito da 'dose diária de paciência'. 


A teoria é simples... imaginem como que uma caixa onde cabem todas aquelas respostas 'Que giro, amor' que vociferamos entre-dentes quando deparamos com o Pandinha a fazer obras de arte na parede, ou quando percebemos que a Patapon, ao tentar comer sozinha, parece ter rebentado com uma bomba no prato da comida e espalhado quase todo o conteúdo no metro quadrado que a circunda, num chão acabadinho de lavar. Ora a caixa tem um limite. Podem caber lá 10 frases fofuxas, 20 inspirações profundas, e 40 desviar de olhos, ou até mesmo o dobro destas doses, mas haverá um ponto a partir do qual já não haverá conteúdo na caixa, e acabamos por explodir, ou implodir... sei lá!

 

E por muito conteúdo que haja, por muito treino e preparação para termos uma graaaaaande caixa, acreditem que quando se tem gémeos na fase dos 2 anos (os famosos 'terrible two') aquilo esgota-se num instante.

 

Acontece que quando somos mães parece que a tal caixa se torna quase ilimitada. Não é que por vezes não acabe por perder a paciência mas isso ocorre bem mais ocasionalmente do que eu pensava alguma vez ser possível. Acho que nestes quase 3 anos de convívio com os mabecos deve ter acontecido umas 5 ou 6 vezes. E como se consegue isto? Não sei... Mas dou por mim às vezes, no meio do caos, com os gémeos a gritarem um com o outro e a morderem-se, a sussurrar: 'Pronto, pronto! Vamos lá falar um pouco.' E juro que nao me reconheço. Onde está a Miss Impulsiva? Onde está aquela pessoa que nunca teve paciência para estar horas a fio na mesma actividade, quando acabo por ficar uma eternidade a brincar com legos ou a ser vítima dos penteados deles?


O co-irresponsável tem momentos. Tem momentos em que consegue e acaba por me salvar, e outros em que parece ficar vermelho como os desenhos animados. E eu nem me posso queixar porque ele avisa: 'Tenho que sair', e vai quanto mais não seja para o wc. É uma sublimação engraçada esta, em que a cumplicidade que desenvolvemos ao longo destes 18 anos (daasssssss) acaba por se reflectir nas palavras que não necessitam ser proferidas. Sei, quando ele diz isto, que está no limite, e que precisa de respirar.


As quantidades monumentais de fraldas que se gastam cá por casa também lhe dão uma desculpa muito válida para ir à rua. E eu percebo-o. Filho único, sempre brincou sozinho a fazer diálogos de um tropinha para outro (claro que já desconfiei disso, mas ainda não tenho provas que seja esquizofrénico), que sempre foi mimado pela titi, pela mamã, pela vovó... e agora vê-se com dois mabecos que até lhe roubam os 'brinquedos' dele, que sujam, dessarrumam, gritam e barafustam, e quebram aquele silêncio que ele tanto valoriza. Muito equilibrado anda ele... lol

 

E eu? Eu tenho uma mana mais velha. Ela torturava-me com as brincadeiras das mercearias em que ela era sempre a dona 'Ou não brinco contigo'. Nunca soube o que era estar sozinha até ir para a faculdade. E bem que gostei desse tempo, e bem que por vezes sinto também necessidade de fugir, e saudades do silêncio, mas quando eles estão presentes juro que já tentei, mas não consigo. Porque por muito que o papá tente reconfortar... faz-me lembrar aquela série infantil 'Os Dinossauros' (sim... fazendo a analogia e a piadinha barata eu sou desse tempo dos dinossauros) em que quando o pai se tentava aproximar do bebé levava sempre com uma frigideira na cabeça e a explicação 'Tu não és a mamã!'.


Claro que não é uma questão de falta de confiança, e já os tenho deixado sozinhos com o pai. Também com a minha sogra chegam a passar fins de semana e uns dias de férias. Mas durante todo esse tempo o espírito não descansa. Se eu não estou por perto e me ligam imagino logo o cenário mais tenebroso e que irei ser apedrejada por não ter estado presente. Mas a verdade é que eles também gostam de estar sem a mamã, e eu terei de encarar isso com naturalidade. Por vezes nem querem falar comigo ao telefone, estes sacanas!!

 

Não... no meio de tudo isto percebo que, para mim, o pior não é ter a dose diária de paciência suficiente para as 24h, mesmo porque eu tenho uma técnica bem desenvolvida no sentido de os fazer dormir pelo menos metade desse tempo, o que facilita muito no doseamento. O problema maior é a 'dose diária de energia', que no meu caso confesso que anda sempre no limite. E mesmo assim, quando achamos que vai acabar, e que temporáriamente culmina com um cair para o sofá a babar-me cerca das 21h30, renasce a qualquer choro ou mesmo sussurro vindo do quarto dos mabecos. Como é que isto é possível?


E já agora... alguém me explica como é que se consegue desviar este automatismo para as tarefas domésticas? Estilo... cerca das 3h00 da matina acordar electrizado para ir passar a ferro ou limpar o chão? Isso dava cá um jeito!!

PROCURA-SE!!

por twin_mummy, em 24.05.13

 

 

Procura-se saco do Sport Billy para guardar os brinquedos dos miúdos. E não... não me refiro a sacos com desenhos do famoso boneco dos anos 80 mas sim ao versátil saco ORIGINAL do dito cujo que não tinha fundo e no qual era só meter a mão que se encontrava logo à primeira tudo aquilo que se procurava.

 

Ahhh... e já agora não haverá uma versão em mala de senhora??

 

Grata pela informação...

As imagens utilizadas neste blog são na sua maioria de autoria própria ou de amigos e familiares, com o devido consentimento. A autoria daquelas que são retiradas da internet será indicada sempre que seja possível fazê-lo de forma inequívoca, mas mesmo assim poderão ser removidas caso o autor o entenda, bastando para tal contactar-me para o e-mail aqui indicado.


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