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Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
O meu carro foi para a revisão e por isso a minha sogra emprestou-me o dela. Passei os primeiros 2 minutos a tentar abrir o carro com o comando da garagem, e os 10 minutos seguintes a ver se descobria como abrir o vidro do condutor...
Muita gente me pergunta como se faz férias com gémeos. Da mesma maneira que se faz com um filho ou com dois... não se faz! Ou melhor, faz-se de uma maneira diferente daquela que se fazia quando não se tinha filhos.
Desengane-se quem achar que vai com putos para a praia apanhar sol, ou que vai tirar uns dias para descansar pois por norma quando se regressa de umas férias com putos estamos mais cansados do que quando viemos.
Vale pelo tempo de qualidade que se passa com eles. Vale porque se tem tempo para certas coisas que não se tem no dia a dia. E há estratégias, claro... Estas são as minhas:
1-Planear a Estadia
Acabou-se o pôr duas mudas de roupa na mochila e partir à aventura. Há quem o faça mesmo com um rebanho de filhos atrás, é certo. Mas certamente tem mais energia que eu, mais paciência que eu e menos trabalho que eu. Ou não... ou serei simplesmente eu que não sou capaz.
Seja como for cá em casa as coisas planeiam-se com uns mesinhos de antecedência. O local é cuidadosamente escolhido em função do interesse da zona em si mas também das características do alojamento.
Até cerca dos 2 anos ainda é execuível colocá-los nuns bercinhos no nosso quarto, mas há duas coisas a reter. Primeiro é que nem todos os locais (à excepção dos hóteis de maior dimensão) têm muitos berços ao dispor, e por isso ou a reserva é logo feita com garantia de inclusão dos ditos ou corre-se o risco de ter cancelar à última hora. A outra é que convém levar resguardos. Estejam ou não com o desfralde feito acidentes acontecem e ter de pedir outro colchão para o berço é coisa a evitar.
Eu dou sempre preferência a apartamentos, aparthóteis ou hóteis com quartos comunicantes. Enquanto são pequeninos ter acesso a uma kitchenette é essencial. Não só para os que estão a leite artificial, mas também para se fazer uma papa ou guardar uns iogurtes.
Em Vilamoura por exemplo ficamos sempre no meu T1, reservamos o quarto para os miúdos e ficamos nós na sala. Estamos nós mais à vontade que assim também podemos ficar a ver TV depois deles se deitarem e ficam eles também mais resguardados. E quando forem mais crescidos é uma boa desculpa para controlar entradas e saídas...lol
Já ficámos no Vale de Milhanos, um monte alentejano na zona de Serpa, onde optámos por quartos contíguos com serventia de cozinha, e mais recentemente no Parque Biológico de Vinhais, onde tivemos direito a um bungalow inteirinho. De uma forma ou de outra wc privativo e acesso à cozinha são mais que aconselhados. E dou sempre uma espreitadela às críticas online. Tudo o que tenha nota baixa de higiene elimino.
2-Planear a viagem
Sabendo o destino há que depois ver qual o melhor trajecto. Sendo longe ir pela Auto-Estrada é mais rápido mas também mais monótono e as paragens não ficam baratas. Assim sendo caso seja perto prefiro as estradas nacionais ou vias rápidas. Sendo o trajecto pela auto-estrada inevitável, leva-se um farnel no carro que é mais saudável e mais barato e em vez de ir aos restaurantes da área de serviço assim pode-se parar na zona dos piqueniques e torna-se tudo mais divertido.
Há que não esquecer as actividades para fazer durante a viagem. Para os mais pequenos sou fã das Lousas Mágicas -confesso que tive de ir pesquisar o nome à net pois para mim sempre foram e serão 'aquelas-coisas-para-desenhar-e-apagar'- pois são versáteis e infindáveis. Melhor que levar uma resma de papel atrás e permite uma variedade incrível de jogos. Por exemplo desenhar o que se vai vendo pela estrada, treinar letras e números, ou simplesmente desenhar algo em que se está a pensar e depois o resto da família tenta adivinhar.
Pode-se também aproveitar o tempo para cantar e contar histórias (esta segunda é sempre a mais segura para quem tem voz de grafonola como eu) e olhem que não me refiro apenas a uma relação unilateral pais-filhos. Acreditem que por volta dos 3/4 aninhos já eles conseguem contar histórias -simples, claro... mas nem por isso menos interessantes- que vos irão com certeza surpreender. E assim não só descansam vocês a voz como estimulam a imaginação deles.
Também levamos sempre umas mini-mochilas com brinquedos para o caminho. Na dele invariavelmente terão de estar carros, na dela bonecas. Deixo-os sempre escolher o que levar, mas há que supervisionar a tarefa ou em vez de mini-mochilas passam a ter malas do Sport Billy (para quem não percebeu a piada vá navegar pela net).
E não esquecer de levar água para a viagem e uns quantos snacks (qualquer coisa que não faça muitas migalhas no carro é o principal critério). Em relação à água em todas as viagens confirmo que optar pelas cadeiras Graco Nautilus foi a melhor escolha que poderia ter feito. Não só são robustas e confortáveis como têm uns úteis compartimentos para guardar brinquedos e... um porta-copos onde costumamos encaixar uma garrafa de água para cada um.
3- Fazer as malas
Saber o que levar é sempre complicado, pois quando se tem filhos pequenos não se pode pedir para aguentar o frio que surge de repente em pleno verão ou as famosas chuvas de Agosto e por isso há que ir prevenido e pecar ligeiramente por excesso. E digo ligeiramente ou de repente em vez de ir de carro passam a ter de ir de autocaravana. Mesmo assim, e como já aqui tive oportunidade de referir, ter uma carrinha ajuda muito. Bendita a hora que a Peugeot veio fazer parte da família pois no meu Corsa quase deixávamos de ver os putos no banco de trás, tanta era a tralha que não cabia no porta-bagagens.
Aconselho vivamente a que façam uma lista e que a sigam a rigor. Se possível, ponham o dia anterior de férias (mesmo férias, o que implica que seja sem os putos, ok?) para conseguirem fazer as malas com antecedência, e ao regresso recomendo o mesmo... um dia de férias extra. Deveria ser para descansar mas quem é mãe sabe que é para tratar das toneladas de roupa suja, fazer compras para a casa, e arranjar espaço para as 200.000 pedras e conchas que eles insistiram em trazer de recordação.
Partilho aqui a minha lista, constantemente sujeita a melhoramentos.
Para as criancinhas:
-Roupa de cama: Os resguardos para a cama de que aqui já falei (dois por cada puto para se poder trocar a meio da noite e dar tempo para lavagens) e confirmar se há lençóis, cobertores, etc;
-Roupa: 1 muda de roupa por dia mais uma extra a cada dois dias, para evitar ter de se lavar roupa;
-2 ou 3 pijamas por semana (ter em conta a temperatura do local para onde se vai e a eventualidade de haver um descuido nocturno ou dois por causa da excitação);
-calçado: chinelos que tanto dão para andarem por casa naquelas situações em que o piso é mais frio como para uma ida à piscina ou à praia, um par de ténis e um par de sandálias a cada um;
-chapéus para proteger a moleirinha dos catraios e não terem de passar as férias a baixar-lhes a febre;
-objectos de transição (incluem-se nesta categoria as chuchas e os bonecos para dormir, mas também as fraldas ranhosas que muitos putos insistem em arrastar pelo chão antes de colocar na caminha lavada)
Para todos:
-Kit de primeiros socorros não só com o normal para crescidos (ainda tenho de aqui falar sobre isso mais em pormenor pois já lá vai o tempo da água oxigenada, ao contrário do que muita gente ainda acha), porque acreditem que pelo menos um joelho esfolado há sempre, e um penso rápido daqueles com bonecos toda a gente sabe que tira as dores;
-Kit de praia: chapéu de sol, toalhas, protector solar, baldes e pás e meia dúzia de forminhas; um saco grande para um dos crescidos levar as toalhas e as braçadeiras dos putos e de resto os baldes eles que levem e vão ver como a vossa vida fica muito mais fácil e eles deixam de insistir em levar a casa às costas; não esquecer depois no destino de levar água e qualquer coisita que se coma (pessoalmente sou fã de fruta, uma ou outra bolachinha e porque não uns frutos secos);
-Kit roupa: daqueles simples que se encontram por pouco mais de 1€ à venda em cada esquina mas que são sempre precisos quando as lojas estão já fechadas e que incluem linha, tesoura e meia dúzia de molas e botões para um arranjo de emergência;
-documentos (documentos de identificação e cartões de saúde para uma eventual ida ao médico que seja necessária)
-medicamentos SOS: para nós, aqueles mais básicos como Aspirina ou Ben-U-Ron para aguentarmos aqueles dias em que o céu se parte e cai um toró que nos obriga a ficar fechados em casa com aqueles pequenos anjos que se transformam em diabretes, mas também um Imodium ou um Ultra-Levur vêm muitas vezes a calhar para os disparates alimentares que se fazem nestas alturas; para eles NUNCA esquecer o parzinho maravilha Ben-U-Ron Xarope e Brufen Xarope, mas também as belas das pomadas como o Fenistil e uma pomadinha hidratante;
-toalhetes (mesmo depois do desfralde acreditem que dá sempre jeito quanto mais não seja para limpar mãos e bocas);
-produtos de higiene: para não esquecer nada o segredo é pensarmos naquilo que vamos fazendo ao longo do dia e assim temos champô, gel de banho, desodorizante; escova/ pente cabelo, elásticos e ganchos; escovas dentes, pasta, fio dental e elixir; e.... algo que muita gente esquece: kit unhas com o belo do corta unhas, uma tesourinha pequena e uma lima;
-repelente insectos: se forem para uma zona costeira ou de grande vegetação que vos cheire levemente a que possa ter insectos, e porque em férias de verão a probabilidade de ter de se abrir uma janela ou apetecer dar uma volta mais tardia pelo exterior é grande, é aconselhável levar aparelhos repelentes de insectos. Há os de tomada e há os de lapela. Nós temos um desses de lapela da Chicco, que tanto encaixa no carrinho de passeio ou na mochila, mas confesso que o que uso mais regularmente é o de tomada. Ou coloco no corredor e deixo lá ficar, ou no quarto deles e retiro antes deles se deitarem.
4- Planear actividades
Durante a estadia há que não esquecer que as actividades devem ser diversificadas. Não custa nada levar papel e uns lápis de cor para aqueles momentos em que precisamos estar mais sossegadas a preparar refeições. Caso exista leitor de DVDs também não pesa nada levar um ou dois filmes de desenhos animdos para se ver em família, mesmo porque a TV cabo que existe nos locais de destino nem sempre é igual à que temos em casa e assim sendo aqueles desenhos animados que eles estão habituados a ver poderão não estar disponíveis.
Depois para as actividades ao ao livre, raquetes e bolas vêem sempre a calhar mas do que eu sou mesmo fã é dos papagaios de papel. Quando eu era pequena o meu avô materno ajudava-me sempre a fazer um com canas e jornal. Hoje em dia já conseguem encontrar em muitos hipers e lojas da especialidade a um preço acessível. Na Tiger por exemplo têm papagaios muito originais e em conta.
5- Divirtam-se!
Parece estranho acabar esta forma, mas na realidade (e falo por mim) damos por nós tão stressados a seguir as rotinas das férias (da mesma forma que seguiriamos se estivessemos a trabalhar) que nos esquecemos de nos divertir. Não é obrigatório irmos para a praia, não é imprescindível almoçar ao meio dia em ponto. Férias são para relaxar, curtir estar com os putos sem tempos definidos e rirmo-nos da chuva que não tarda em passar enquanto nos enroscamos em família no sofá. Por isso, independentemente do destino escolhido... aproveitem o tempo de qualidade! Façam aquilo que normalmente não conseguem fazer. Aproveitem para os conhecerem melhor e darem-se a conhecer melhor. Contem histórias da vossa infância ou do tempo em que eles eram bebés. Falem da família, das vossas experiências de vida, de como se ligava um ZX Spectrum 48K ou se saltava ao elástico. De certeza que eles vão gostar e de certeza que isso vos irá aproximar.
E depois... venham cá contar e partilhar sugestões!!
Ida para a escola:
-Pai! Vais mto depressa!
-Estou atrasado...
-Pai! olha que vem lá o polícia e manda parar!
-Espero que não.
-Pois... se o polícia te levar preso quem é que depois nos leva à escola?
Vinhamos da escola quando em plena estrada passa por nós um senhor de bicicleta sem as mãos na dita. Ía descontraidamente de bracinhos junto ao corpo para completo choque da minha filha que se apressou a comentar:
- Vieste aquele, mãe? Não levava as mãos no volante! E não pode, pois não?
- Pois, querida... é muito perigoso... -comentava eu quando fui interrompida pelo Pandinha.
- Volanteeee? Aquilo é um guiador! As motas e as bicicletas têm guiador, percebes? -dizia ele encarando a irmã nos olhos com a expresão mais irritada do Mundo- Os carros é que têm volante!
E não acalmou enquanto a mana não repetiu com ele que volante têm os carros. Porque, convenhamos.. para que serve um gajo se a própria irmã diz disparates automobilisticos destes? Estou mesmo a ver que não tarda nada estamos a falar de pistons e cambotas.
Imagem retirada de: bikerepairingtips.blogspot.com
Há quem tenha queda para a música, quem tenha para o teatro ou mesmo para a escrita. Há quem declame poemas a fio de memória, e quem saiba dar toques na bola e fintar como ninguém. E há a minha filha... que tem queda para pisar cocó de cão!
Pois hoje, para não variar, num passeio pelo parque com os avós paternos, calhou de acertar em cheio com um dos ténis novos (que embora tenham sido estreados na semana passada quase parecem ter feito já todo o inverno, ter sido atirados para o lixo, e depois resgatados numa qualquer reciclagem) num enorme poio. Não que eu o tivesse visto, pois por essa altura estava eu ainda no trabalho, mas dei por ele quando apertava os elaborados cintos da Graco, para iniciarmos a viagem de carro de regresso a casa.
Pais que são pais têm sempre toalhetes à mão, e pais de gémeos por norma têm um pack inteiro deles (e quando digo pack é sempre acima de 200 unidades dos ditos), e por isso respirei de alívio e fui buscar os toalhetes ao porta bagagens. Mas nem mesmo se tivesse gasto um pack deles conseguiria tirar o dito cocó, de tão agarrado e seco que estava (nota mental... não é boa ideia comprar ténis com solas de elaborados relevos). A solução passou mesmo por lhe tirar o ténis para, pelo menos, não sujar as costas do meu banco, como tinha acontecido no incidente anterior e que envolveu uma igual (senão maior) quantidade de caca.
Mas claro que isso não nos impediu -pelo contrário- que pudessemos gozar com a situação e com a pontaria da miúda. Mas bastou percorrer alguns metros, com a conversa de crescidos e Pandinha a roçar o limite da estupidez -sim, a malta reconhece!- para a resposta-pronta da Pespineta se fazer ouvir. Do alto do seu metrinho de altura, com voz segura e bem colocada, como se falasse para uma plateia sai-se com esta:
-Sabes... eu acho que é um disparate os cães fazerem cocó na rua. Os donos deviam ensiná-los a ir à sanita para eu não pisar mais cocó!
Pois... eu também acho! E subscrevo!
Vinhamos a chegar de carro da escola quando junto ao prédio deparámos com vários outros carros a fazer manobras que nos impediram a passagem. Num deles estava uma vizinha nossa que costuma falar muito bem connosco mas cujo nome desconheço.
Naquele pára arranca e chega para um lado e para outro ela apercebeu-se que éramos nós e disse adeus de dentro do carro, ao que eu respondi de igual modo. Muito admirado o Pandinha apressa-se a perguntar:
-Quem era aquela no carro?
-Era uma vizinha do prédio. Tu até sabes quem ela é, mas como estava no carro não deves ter reparado. -expliquei.
-E como se chama? -pergunta ele.
-Não sei, querido! -reconheci eu.
-Nãooo sabeeeesss? -replica ele com ar admirado. - Como é que não sabes?
-Filho... eu não sei o nome de toda a gente!
-Não sabes o nome de toda a genteee? -insistia.
-Não filho, não sei...
-Então e o nome de todas as senhoras?
Inevitavelmente quando se tem gémeos acabamos por ter de trocar o nosso carrinho citadino, que cabe em qualquer metrinho quadrado, por um carro mais espaçoso. Como cá por casa temos alergia às monovolumes (desculpem a quem as tem, mas parece que vamos trancados numa marmita), optámos por uma break (e eis que neste momento acabei de captar a atenção dos gajos que por aqui andam silenciosos, a fingirem que cairam aqui por acaso).
Mais uma vez tenho de agradecer ao meu mecânico (que como passa o dia debruçado sobre automóveis provavelmente nunca irá ver isto, mas mesmo assim sinto-me melhor de agradecer publicamente) pela ajuda preciosa em encontrar aquele que eu já considero o espécime perfeito. A quem esteja no mesmo dilema, fica a dica de quem muito viu e ponderou, e acabou por optar por uma Peugeot 206 SW.
Peugeot porque o co-irresponsável já teve um e não deu nenhuma chatice, 206 SW porque foi aquela que o mecânico arranjou que a minha escassa carteira poderia pagar. Mesmo assim, se me saísse o euromilhões acho que agora não a trocava. Ok, ok... talvez apenas a quitasse um bocadinho (às gajas frequentadoras do blog e que, ao contrário de mim não se interessam grandemente pelo mundo automóvel, fiquem a saber que há possibilidade de transformar os carros, não apenas na versão tunning saloia, mas há por aí coisas feitas com muito gosto). E claro que com um euromilhões contrataria o 'Chip' Foose.
Mas como tenho de viver um pouco na realidade, e enquanto o euromilhões não chega, dei por mim a deambular pela Norauto a ver coisas para a carrinha nova (sim, tem quase 10 anos, mas nas minhas mãos é nova e por isso um brinquedo, capisce??). Árvores de cheiro para o retovisor... pensarão alguns, ursinhos de peluche para o tablier, afirmarão outros. Não... nada disso. Nota-se logo que não me conhecem. Andei a ver caixas de ferramentas, camurças, kits de lâmpadas e fusíveis para aquelas inúmeras viagens que não fazemos pela UE (a quem não sabe há países onde é obrigatório andarmos com um kit extra de lâmpadas e fusíveis, e bolas que agora devo ter deixado a minha prima Luisinha -que é instrutora, examinadora e sei lá mais quê- orgulhosa), mas que temos sempre planeadas para fazer 'para o ano', e chamem-me parva mas ter o kit faz-me sentir mais perto... Também andei a refazer a mala de primeiros socorros e terei de recarregar o extintor, e depois fico feliz!
E sim, nestas coisas eu sou muito gajo, e isso também deu para perceber quando tive de lá deixar o meu carrito. Deu-me imensa chatice, mas foi o primeiro (e em principio permanecerá o único) carro novo que tive, e acompanhou-me em tantas aventuras que acabou por ficar com uma parte de mim lá. Bem... parte da carteira ficou de certeza, mas adiante... chorei, sim! Vim todo o caminho a chorar como uma Madalena, mas felizmente como chovia quem olhasse de fora pensava que era reflexo (ou assim eu espero).
Curiosamente, com tanto receio da Peugeot ser demasiado grande ou difícil de estacionar, de ser estranho conduzir uma viatura a diesel, ou de simplesmente não atinar com os botões, acabou por encaixar tudo no meu cérebro, como se a bichinha fosse minha há anos. E agora gozem à vontade, mas reconheço que a única coisa que me faz espécie é o limpa pára-brisas do lado do pendura ser torto. Melhor dizendo... aquela porra faz um ângulo, e eu vim todo o caminho com a sensação que estava partido ou a partir-se e aquilo stressa-me de morte.
Por isso... e aproveitando que este blog já é mundialmente conhecido (ahahaha, 'yeah...right!', diz a minha consciência, mas entretanto calou-se que acabei de a pontapear para longe) lanço um apelo aos nossos amigos franceses para alterarem o dito limpa pára-brisas para um normal, direitinho, sem ângulos. Mas se acharem que é pedir assim tanto quando me sair o euromilhões compro-vos e obrigo-vos a fazerem-me a vontade!!
E já agora... nota super-positiva para os consumos, já que em 2 dias de voltinhas por Lisboa o ponteiro não se mexeu. ADORO-TE LEOAZITA!!
A vida tem destas coisas e o que se quer é educação.
No outro dia os mabecos estavam a brincar calmamente. Ela com um boneco, ele com um carro. Pode parecer-vos um cenário normal mas acreditem que é deveras estranho. E quem tem gémeos percebe que este será um dos poucos momentos de acalmia que se vive ao longo do dia.
Pois a dada altura ela decide tirar-lhe o carro à força e aleija-o num dedo da mão. Ele queixa-se e eu vou lá dar miminho e dizer que ela só pode estar tonta. E realmente não é nada típico dela já que quem costuma tirar brinquedos é ele.
E foi então que o Pandinha, com o ar mais doce do mundo, me perguntou apontando para a irmã:
-'Podo' magoar ela?
Neste exacto momento tenho o Pandinha dentro da caixa dos legos, pernas em riste, encaixado, a dizer que vai de carro para o trabalho, e a pedir à mana para empurrar.
E ao contrário do que poderia acontecer há uns anos, antes de experimentar esta incrível sensação que é ser mamã de gémeos, dou por mim a rir-me da situação e a esquecer completamente que me estão a f---- o chão todo.
Duvidas houvesse, e quando ele se levanta ligeiramente e coloca as pernas de fora, uma de cada lado da caixa, dizendo:
-Agora vou de mota!
fico com a certeza que mais nada importa no Mundo a não ser estes momentos deliciosos.
Obrigada filhotes...por me fazerem sorrir depois de uma semana destas.
Ainda aqui há uns tempos vos falei do 'Cartaz que vira' (ver o post ''Fascinante!'') que existe no trajecto que de vez em quando fazemos a pé para a escola.
Ora acontece que já há algum tempo não íamos a pé. Por um lado porque o tempo está mais fresco e até tivemos já direito a levar com chuvinha no lombo, por outro lado porque eu também tenho andado mais cansada e ir com eles a pé demora o dobro do tempo e gasta o dobro da energia que eu não tenho... Mas esta semana o co-irresponsável tinha uns diazitos de férias pelo que deu para irmos os 4, como se de uma familia feliz e funcional se tratasse (e eu juro que até tentamos que as coisas sigam nesse sentido mas caraças que é difícil!!!).
Assim que iniciámos caminho já os miúdos se questionavam qual a imagem que estaria no dito cartaz, e a Pespineta até se lembrava que da última vez era uma senhora com pulseiras (do anúncio da Pandora) e um senhor com um relógio, e começou logo a questionar se estaria lá a senhora. Da da forma como o fazia quase parecia crer que a dita mulher lá vivia, mas também com tanta vontade que a miúda tem em ir brincar com os gatinhos (ver post ''Momentos deliciosos: a televisão'') já não me admira nada.
Qual não é o meu espanto quando, colocados frente àquele incrível espectáculo de rua, a Pespineta exclama:
-Olha, mamã! Tem as pulseiras.
E eu fico feita tosca a olhar para o cartaz do novo Audi e a tentar perceber onde aparecia a gaja das pulseiras. Não era preciso muito até para perceber que nem sequer é tipico da Audi usar esses estratagemas para publicitar carros (e eu concordo em pleno já que sou da opinião que se o carro for bom dispensa bem a gaja, mas enfim...), e por isso lá esperei que o cartaz virasse e revelasse a senhora das pulseiras. Mas nada! O cartaz virou e a única coisa que se via era o Audi, já que os 3 painéis publicitários eram iguais.
Nisto decido perguntar à Pespineta:
-Onde está a senhora das pulseiras que a mamã não está a ver?
Ao que ela responde:
-Estão só as pulseiras, mamã... ali...
E foi nessa altura que olhei com mais atenção para os 4 elos que formam o símbolo da Audi. Qual Pandora??? Gaja que é gaja consegue ver aplicações para bijutaria em qualquer parte. Gajo que é gajo apressa-se logo a explicar aos filhos que os elos derivam da união de 4 marcas distintas e daí a primeira nomenclatura ter sido Auto Union, e que se transformou entretanto na famosa Audi. E com esta lição de história automobilistica lá seguimos para a escola...
Os meus mabecos têm uma predilecção especial por cães. E calha de termos vários vizinhos que são possuidores de diferentes exemplares da raça canina, que acabam por fazer as delícias dos meus filhos.
Frequentemente no patamar do prédio encontramos uma cadelinha já velhota, preta. Fico toda embevecida de os ouvir tratar carinhosamente a cadela pelo nome que, por coerência, é 'Blackie'. A dona da cadela também adora os meus miúdos e acaba sempre por os deixar dar-lhes umas festinhas e uns mimos antes de seguir para a rua com ela. Pois calhou de a encontrarmos 3 manhãs seguidas, e aquilo já quase parecia rotina. Mas ao 4º dia nada de Blackie, e claro que os miúdos comentaram.
-Talvez a gente a veja mais ao fim do dia. -disse eu a ver se os animava.
Pois se acham que os putos esquecem... esqueçam vocês! Aquelas memórias chegam a ser quase fotográficas, e por vezes referem certos acontecimentos de há dias atrás quase como se tivessem acabado de acontecer. Por isso não foi espanto quando, ao ir buscá-los à escola, a primeira coisa que a Pespineta perguntou foi:
-A Blackieee???
Lá tentei distraí-la, justificar que devia ter ido ao veterinário e devia voltar mais tarde. E desviei logo o assunto.
Estacionado o carro junto ao prédio oiço um grande grito histérico vindo do banco trás.
-Olha a mãe da Blackie!!!- dizia a Pespineta enquanto procurava pela menina Blackie...
Não pude deixar de sorrir, e atendendo ao amor que vejo que a senhora tem pela cadelinha, nem sequer fui capaz de corrigir. Simplesmente entrei no jogo e deixei-me levar por aquele momento.
Mais uma nova secção do blog! Desta vez para opinar sobre os locais onde vamos (sozinhos ou com os miúdos), e até que ponto gostámos ou não de lá ir.
Obviamente que não somos especialistas na matéria e que dias maus toda a gente tem, pelo que se tiverem uma opinião contrária façam o favor de partilhar.
Inauguramos as hostilidades com uma ida ao The 50's, na Expo (quero lá saber que aquilo se chame Parque das Nações). Já o conheciamos de há anos, e já tinhamos lá ido a dois, mas nunca nos tinhamos aventurado por ali com os miúdos. Acontece que anda a passar um clip da Popota (ou Popotami, como diz o meu filho) antes da 'Casa do Mickey Mouse', e que é rodado nesse restaurante. A música em si está muito bem conseguida e dificilmente se consegue apenas ouvir sem abanar o rabinho. E como foi graças a esse abanar de rabinho da Popota que os miúdos nasceram antes de tempo (outra história para outro dia), achámos que seria lógico darmos-lhes pelo menos o gostinho de lá ir. Para quem não conhece o vídeo cá fica, e depois digam lá se não tenho razão:
http://www.youtube.com/watch?v=T5C_tBymWnQ&feature=youtu.be
Quanto ao restaurante, fomos numa noite de sexta feira jantar, como miminho aos miúdos por se terem portado particularmente bem naquela semana. Claro que bastou a gente dizer que iamos para começar a confusão e ainda hesitámos se deveriamos mesmo continuar com os planos para uma morte que parecia certa. Mas depois de um ultimato 'Quem não se portar bem não vai ao restaurante da Popota!' lá os conseguimos domesticar.
Para estacionar acabou por ser mais fácil do que esperávamos e foi muito giro fazer aquele pequeno trajecto do estacionamento até ao restaurante, com os miúdos a acelerar o passo de excitação. Ao entrar a bela da jukebox convidava a um passinho de dança e toda a decoração de época não deixou os miúdos indiferentes.
Uma vez sentados num sofá a imitar a traseira de um Cadillac, começaram logo a procurar pela Popota, e mesmo a Pespineta, que costuma ficar mais envergonhada na presença de terceiros, não se coibiu de perguntar à Carmen, a empregada que nos servia vestida à época, onde estaria a dita cuja.
Foi enternecedor ver a forma como a Carmen olhou para a minha filha e explicou que naquele dia a Popota teve de ir trabalhar para o Continente, mas que ela também sabia dançar.
-A Carmen também participou no video, filha. Lembras-te de a ver?- perguntei eu. E ela, ou pela forma convincente como o disse, ou pelo sorriso da Carmen, lá anuiu. A partir daí não sei bem o que se passou, mas gerou-se ali um entendimento entre as duas, que quase fez a Pespineta esquecer que tinha lá ido ver a Popota. E até teve direito a um pézinho de dança...
Explicaram-nos então que o menu infantil vinha nuns carrinhos e deixaram-nos escolher a cor. Estupidez minha, ou falta de vista, mas pareceu-me que os carros em causa faziam parte do décor do restaurante e passei os minutos seguintes a tentar convencer os miúdos de que nos iam emprestar uns carros, mas que eram dos meninos dali. Qual não foi o meu agradável espanto quando chegaram os menús e percebi que os carros eram de cartão e que eles poderiam levá-los para casa. Não sei se terá sido disso ou da pilha de batatas fritas que ladeava o hamburguer, mas os miúdos ficaram com um daqueles sorrisos parvos na cara, tão resistentes que não me parece que desse para os tirar nem com esfregão palha de aço!!
Quanto ao co-irresponsável ainda questionou se haveria de pedir o hamburguer de quilo, mas depois resolveu jogar pelo seguro e optou por um normal. Entretanto percebeu que a ideia de mandar vir um batido não teria sido das melhores quando os mabecos descobriram que aquilo era giro e...doce!
Mas portaram-se tããããooooo bem que mereciam todos os batidos do Mundo. Confesso que ainda hesitei em deixá-los comer com o garfo, mas mais tarde ou mais cedo teria de ser, e eles estavam tão entusiasmados de comer como os crescidos que lá decidi que pelo menos poderiam experimentar. Felizmente correu bem.
Daí a pouco entrou um menino com cerca de 4/5 anos, que se sentou com os pais na mesa ao lado da nossa. E a Pespineta não resistiu a comentar:
-Olha que bebé... é a mamã que lhe está a dar a comida!
E lá ficaram os meus dois bebés crescidos, sentados à mesa a brincar com os carrinhos. Ficaram também a ganhar o Pooh e o Tigre com as novas viaturas, que fizeram as delícias dos miúdos nos dias seguintes.
No fim de semana passado cheguei à concusão que os meus filhotes têm 'Síndrome de Houdini'.
Ora já por diversas vezes os apanhei a brincarem 'À magia'. Desde pequena que ela coloca um lenço de papel num copo, passeia com o copo na mão e de repente perante uma plateia repleta de fãs (a mãe e o pai) saca do lenço e diz 'Magia!!!' Como se a gente não a tivesse visto a pô-lo lá, mas enfim... há por aí tanto profissional que faz pouco mais que isso, que há que desculpar a miúda. Também me ficou gravado na memória ela com pouco mais de 4 meses a despir as calças e tentar fugir da alcofa. Quanto a ele, consegue esgueirar-se de tudo quanto é sítio, qual serpente barrada em manteiga e sempre que lhe tentamos pegar ao colo contra vontade simplesmente levanta os braços e deixa-se escorregar.
Mas confesso que não estava de todo preparada para o mais recente número de escapismo coordenado dos dois mabecos, que em plena via rápida enganaram o sistema segurissimo da Graco (para leigos é a cadeirinha do carro). Começou com o pandinha, com uma vozinha que transbordava orgulho, a dizer 'Olha papá!! Olha!!'' e deparamos com o estaferminho já de braços soltos a vangloriar-se. E eis senão quando ela decide imitar e pronto... 2 putos soltos em plena via rápida. Toca de parar na berma e apertá-los até lhes sairem as órbitas e mesmo assim o Houdini ainda se conseguiu soltar parcialmente e só a 'partenaire' se queixava por já não conseguir.
Juro... se encontrar uma corda suficientemente grande para a próxima vão mesmo amarrados!!