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Um filme que gostaria de rever numa sala de cinema

por twin_mummy, em 30.01.14

Pegando em mais um desafio interessante do Sapo, e porque me aviva belas memórias, o filme que gostaria de rever no cinema seria o 'Gremlins'. Porquê?

 

O meu avô era um orgulhoso GNR e por causa disso (não por ser orgulhoso mas por ser GNR, vocês perceberam, certo?) costumávamos passar todo o verão no Parque de Campismo da dita Instituição, na Costa da Caparica. Entre os inúmeros divertimentos que tinhamos por lá, entre os quais apanhar caranguejos nos pontões da praia, surfar (eu posso até confessar a minha descoordenação total para o efeito, mas em nada invalida o divertimento em si), andar de escorrega de cabeça para baixo, esfolar os joelhos ao cair de bicicleta (sem protecções, claro... que ali havia elementos do sexo feminino mas não necessariamente florzinhas de estufa), destacavam-se as sessões de cinema no campo de hoquéi (sim, deveria haver por ali alguma tradição hoquista oculta já que não me recordo de ver o campo servir para essa modalidade).

 

Não me perguntem a que dias era (salvo erro à quinta-feira) porque já lá vão mais anos do que aqueles que eu gosto de reconhecer, mas uma noite por semana era colocado um écran gigante no dito campo onde passavam repetidamente os mesmos filmes interessantissimos, como 'O Senhor das Aranhas' (a imagem não é do filme já que em português não encontro registo dele e não faço ideia do titulo em inglês, mas não resisti a torturar quem possa eventualmente ter uma pitadinha de aracnofobia... just because) ou outros tais. Por norma implicavam porrada, cenas a preto e branco ou pouco mais que isso (NÃO, NÃO SOU DO TEMPO DO CINEMA MUDO), e uma história entediante que teria sempre um herói e uma princesa em apuros, que acabava por ser salva (ora bolas, que de vez em quando seria interessante ver um dos bons a morrer, só para variar um pouco).

 

Estávamos nos anos 80, é certo, e não haveria as tecnologias que existem hoje em dia como a tv por cabo com os seus canais temáticos (havia 2 canais generalistas e já era uma sorte termos um televisor na tenda pois nem toda a gente tinha) e as gravações automáticas (já tinham sido inventados os gravadores video, sim... simplesmente não havia toda esta facilidade em rever um filme como há agora) mas caramba... de certeza que existiam filmes mais recentes e interessantes que aquilo.

 

E por isso não seria de admirar que a malta acabasse por fugir sair do Parque para ir para programas mais interessantes. Por norma íamos para o centro da Costa, para uma casa de jogos que havia na rua principal. E pergunta agora a geração mais jovem...qual a lógica? Pois... na altura não havia consolas e o ZX Spectrum levava meia hora a carregar um jogo (ou não, já que o fulano tinha um sentido de humor retorcido e em muitos casos depois do tempo de espera simplesmente tinha de se voltar a tentar), e ping pong e o-outro-jogo-que-não-me-recordo-como-se-chamava (mas que tinha uma espécie de disco de hóquei -e pronto... ainda levo com um stick no focinho por falar tanto do dito e não lhe dar a devida importância, mas sim... gosto e sou apoiante, e tenho até um priminho que é praticante) nem hoje em dia se jogam sem ser com esforço físico envolvido, pelo que era necessária a nossa presença- ou assim justificávamos perante os adultos que tomavam conta de nós (no meu caso os avôs maternos).

 

Massssss -e eis que chegámos ao ponto fulcral da temática do post- também iamos para os parques de campismo adjacentes, bem mais evoluidos nessas questões cinéfilas. E como um deles tinha sala de cinema (salvo erro era o Inatel) foi lá que vi pela primeira vez o 'Gremlins', com a plateia a achar que a parte em que a fita (sim, sou do tempo das bobines... bah!) parecia deteriorar-se seria mesmo a sério, já que aquela sala de cinema não seria obviamente das mais evoluidas, e portanto a ocorrência de uma tal situação seria até bem plausível. Ouviram-se inúmeros insultos e houve até pessoas que se levantaram para ir ter uma conversazinha com o projeccionista. E que depois tentaram disfarçar assim que ouviram o riso dos bicharocos. mas já era tarde...

 

Claro que depois disso já o revi vezes sem conta na televisão, e curiosamente continua a ser dos meus preferidos na classe 'filmes para ver enquanto se come pipocas'. É simples qb e divertido qb para uma tarde em familia, e a voz do Gizmo continua a ser das minhas imitações preferidas (também sei imitar um rouxinol, mas isso não vem agora ao caso). E não... nunca desejei que o Gizmo fosse real porque uma coisa é ouvir o cantarolar dele 30 segundos, outra diferente seria aturar aquilo constantemente aliado àquele sorriso de marmelo. Enjoa-me. Ao ponto de, se tivesse mesmo um, ser capaz de lhe dar comidinha depois da meia noite só para ver se ele acordava para a vida...

 

Mas tal como disse em vez de tê-lo, preferia voltar a vê-lo no grande écran, com uma sala repleta de pessoas a barafustarem por o filme estar estragado. Over and over again... e eu a comer pipocas!!

Pais da tanga: Deus e o Pai Natal

por twin_mummy, em 01.12.13

Sim, é verdade que toda a gente fala no Pai Natal. Sim, é verdade que ele não existe e por isso todos vocês, ao invocarem a dita criatura, estarão a mentir aos vossos filhos, afilhados, sobrinhos... Shame on you! Mas aqui reconheço que levámos o fenómeno mais além e fazemos chantagem usando o senhor das barbas. Não, não é o António Ramos, fervoso adepto do Benfica, e proprietário do restaurante 'O Barbas' que mora na Costa da Caparica, é mesmo o Nicolau que vive no Pólo Norte e pelo que sei tem uma fábrica de brinquedos onde explora elfos ou duendes ou anõezinhos (já ouvi diferentes versões do fenómeno), e que se morasse na China era apedrejado, mas no Pólo Norte já não faz mal.

 

E o que tem isto a ver com Deus? Pois para além de dizerem que tem barba, à semelhança de Deus, o Pai Natal é omnipresente. E por isso vê qualquer disparate que eles estejam a fazer, mesmo quando a mamã e o papá não estão por perto (no meu tempo era o menino Jesus). E como é uma pessoa justa (tal como Deus... hmmm... começo a notar aqui demasiadas semelhanças... queres ver que... enfim!) também sabe recompensar quem se porta bem e castigar quem faz mal. Por isso risca prendas da lista a cada mau comportamento e acrescenta mais uma a cada gesto bondoso (esta última parte é a tal tanga da minha autoria... o resto não sei quem inventou). 

 

Agora claro que os miúdos nestas coisas não são tão ingénuos como a gente pensa e -vá-se lá saber porquê- por vezes duvidam da sua existência (da do pai Natal, ok?). Não os critiquem por favor porque no fundo tantos católicos em momentos de maior dor também questionam a Sua existência (neste caso é mesmo a Deus que me refiro) e eu própria duvidei que o menino Jesus fosse real porque a chaminé da minha casa era demasiado estreita para ele espreitar por lá, e de qualquer forma também não me fazia sentido alguém tão virtuoso andar a espreitar para casa das pessoas. Por isso aqui há dias, num daqueles momentos de sarrafada entre os mabecos, dei por mim a repreendê-los e a alegar que o Pai Natal já estaria a questionar qual das prendas ia retirar da lista, quando o Pandinha se sai com esta:

-Não está nada a ver!

 

Ora como eu não gosto de passar por mentirosa e a chantagem do pai Natal tem dado tanto jeito, dei por mim a magicar como deveria convencê-lo do contrário, e já andava a planear ir a um qualquer Centro Comercial tirar uma foto com o velhote das barbas (o Pai Natal, certo?) para os convencer. Mas eis que surge uma oportunidade de luxo ao ir buscá-los à escolinha. Confesso que sou um pouco cusca e questiono-me sempre o que é que os meus filhotes farão por lá na minha ausência, e por isso quando eles estão no refeitório (que tem vidros espelhados) aproveito para os observar incógnita por alguns instantes. Então não é que assisto a um cenário dantesco de palmada e dentada entre o Pandinha e uma menina da turma dele? Assim que a educadora virava costas lá ia fiambre! E não pensem que era só ele a dar, mas seja como for, sempre lhes tentei ensinar que o facto dos outros nos baterem não pode ser nunca justificação para devolvermos o gesto. Pelo menos esse ensinamento de catequese ainda por aqui ficou gravado, já o dar a outra face... bem... não me estou própriamente a candidatar a santa, pois não?

 

Por isso assim que os mabecos vieram ao nosso encontro fiz um ar triste e pesaroso.

-O que foi, mamã? -perguntou logo a Patapon.

-Estou triste com o teu mano! O Pai Natal veio-me contar que ele bateu na Carolina quando estavam no refeitório. -e virando-me para ele perguntei- É verdade?

 

Pois garanto-vos que a cara de espanto que ele fez perante o confronto com a dura verdade mas, mais que isso, com a prova de que o Pai Natal era omnipresente, foi impagável. Acho que se o miúdo tivesse um buraquinho ali por perto iria de certeza imitar uma avestruz. Mas como em vez disso me tinha a mim a fitá-lo acabou por dizer:

 

-Eu não bato mais, mamã! Eu porto bem!

 

Sim, eu sei que esta ingenuidade não irá durar muito tempo, e sim também sei que mais cedo ou mais tarde ele irá perceber que se vê através daqueles vidros unidireccionais. Mas tal como dizem 'Até ao lavar dos cestos é vindima' e por isso a malta vai aproveitando para encher a barriga de uvas, ou seja, para o aldrabar. Melhor que isso é que ele tem procurado cumprir a promessa, e sempre que a mana (que esta semana, como já vos tinha referido, anda bastante afectada com a ausência do pai) se porta mal ou faz algum disparate para chamar a atenção ele argumenta logo:

 

-Não fui eu, Pai Natal! Eu porto bem!

As imagens utilizadas neste blog são na sua maioria de autoria própria ou de amigos e familiares, com o devido consentimento. A autoria daquelas que são retiradas da internet será indicada sempre que seja possível fazê-lo de forma inequívoca, mas mesmo assim poderão ser removidas caso o autor o entenda, bastando para tal contactar-me para o e-mail aqui indicado.


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