Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
Como costumo sempre dizer dia do pai, da mãe, da mulher ou mesmo o Natal deveria ser todos os dias. E é nesse sentido que educo os meus filhos, a dar valor à família, à vida, e às pessoas que os querem bem sempre. Mas mesmo assim não poderia deixar de hoje fazer a devida homenagem aos pais. E digo no plural porque não pretendo fazer apenas ao meu mas a todos aqueles que fazem por merecer tal título. Sejam eles pais de sangue ou de coração.
Àquele que me ensinou a andar de bicicleta mas também a usar um canivete, que me embalou nos braços noite fora quando eu estava com otite, que me massajava os pés à noite, até eu adormecer... não há palavras para explicar o quanto te adoro. Obrigada por veres mais além e não me limitares ao papel que a sociedade nos parece tentar vergar. Sou e sempre serei o teu 'João' e tomara eu que ainda tivesses saúde para me levar à caça.
Ao meu avô Chico, por todos aqueles passeios de eléctrico que nunca esquecerei e pelas mihentas vezes que me proporcionou ver filmes de cowboys confortavemente instalada nos camarotes do Odeon. Para onde quer que a bruma te tenha levado, espero que continues a assistir aos combates de Wrestling e que estes ainda façam cair aquela tua fachada militar. Porque é a sorrir assim que ainda me recordo de ti.
Ao meu sogro, que nem pai chegou a ser, mas que quis o destino viesse a tornar-se avô. Que não haja qualquer dúvida que não é o sangue que nos une mas o coração, e que é um segundo pai que os meus filhos vêem nele. Por ser o avô mais babado e criançolas que conheço e por ser também como um pai para o pai dos meus filhos... obrigado!
E como não poderia deixar de ser, àquele pai que me permitiu ser mãe. Que sejas sempre o herói dos teus filhos, o mestre, o exemplo, mas sobretudo... que nunca esqueças aquele lado doce que te deixa de sorriso rasgado e ar de puto, a rebolar com eles no chão.
De um modo geral, a todos os homens da minha vida, que de uma forma ou outra se cruzaram no meu caminho, e a quem alguém tem o orgulho de chamar pai. Que sejam sempre bons pais e nunca se esqueçam o que é ser filho. Nenhum dos dois papéis é fácil, mas existem as mães, as filhas e as irmãs para ajudar... ahahah!
Ser mãe de gémeos por norma não deixa muito tempo para nos embonecarmos. Mas é preciso, penso eu. Sabe bem continuar a sentir-me mulher, a sentir-me alvo de alguma atenção, e penso que não só serei eu que o mereço como também aquelas pessoas que me rodeiam e me amam merecem que eu dê o melhor de mim. Em tudo! Não nos devemos esquecer que, para além de mães funcionais (que implica satisfazer as necessidades básicas dos putos como dar a comidinha a horas certas, o banho, trocar a fraldocas cheia de cocó com um sorriso na cara) devemos ser um exemplo de ser humano para eles. E para nós, caramba!
E nesse sentido tenho ultimamente feito um esforço para não vestir a primeira coisa que me vem à mão, investir num ou outro vestidinho sexy, ou arranjar energia para me maquilhar às 5h00 da manhã.
Acontece que por norma opto por uma maquilhagem escura (apesar de saber que não é adequada para o dia, é um truque para retirar os olhares das olheiras que teimam em aparecer àquela hora da madrugada), mas esta semana calhou de ir com um dos tais vestidos que por acaso era azul. E vai de me maquilhar de azul meio eléctrico e por-me a caminho, deixando parte do meu coração ainda a dormir em casa. E por isso os mabecos acabaram por só me ver naqueles preparos já ao fim do dia, quando os fui buscar à escola. Diz o Pandinha (que parece estar a entrar na tal idade dos 'Porquê?'), perante uma plateia enorme de miúdos, pais e auxiliares, a plenos pulmões assim que me vê:
-Ohhhhh, mãe! O que é isso que tens nos olhos?
-É maquilhagem, querido. Tu já viste a mãe maquilhada...
-Mas está azul, mamã! -insistia ele, perante os risos daqueles que, estando mais próximo, se aperceberam da conversa.
-Porque estou vestida de azul e assim fica a condizer.
-E porquê?
-Porquê o quê? -tentava eu baralhá-lo.
-Porque pões? -respondia o Pandinha com aquele ar de que iria até ao último porquê para obter uma resposta satisfatória.
-Para me sentir mais bonita, acho eu...
-E porquê?
-Olha... para o papá continuar a gostar de mim. Para eu continuar a gostar de mim...
E foi então que com o ar mais admirado do Mundo ele me respondeu naquele tom 'DUUUUHHHH'
-Ohhhhh, mãe! Mas ele goooosta de ti!
E pronto! Como dizem que as crianças não mentem, saí dali nas nuvens.