Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
A minha filha estava a chorar porque achava que tinha perdido os trabalhos de casa!
Dizia a minha filha ao jantar:
-O Filipe hoje andava atrás de mim porque me queria beijar.
-O QUÊÊÊÊ? - digo eu quase a engasgar-me com o bife.
-Sim... aqui há dias era uma manada!
-Uma manada? Como assim?
-Uma manada de miúdos atrás de mim, a quererem-me beijar...
(pesquisa na net: onde comprar uma espingarda com mira telescópica)
Porque no dia das mulheres não se deve olhar a tamanhos quero aqui publicamente fazer a minha homenagem à minha filha que ontem, com 6 anos de idade, e ainda na pré-primária, conseguiu ler pela primeira vez.
Eu sabia que ela já reconhecia algumas palavras e quase todas as letras (às vezes ainda faz confusão com algumas minúsculas), e por isso quando me apareceu na cozinha a dizer que me ia ler um livro não estranhei. Ela costuma olhar para os desenhos e inventa uma história. Mas desta vez foi diferente. Ao fim de 5 páginas de real leitura (com muitas pausas pelo meio, mas mesmo assim impressionante) de um livro infantil extremamente didático (O Panda do Kung Fu) vira-se para mim e diz:
-Mamã... já começo a ficar cansada. Achas que posso ir ver desenhos animados agora um bocadinho?
Fartei-me de rir, claro. Mas foi também nessa altura que acordei para a realidade de que aquela pequenita que ainda ontem nasceu é já uma pequena mulher.
A ela, e a todas as da geração dela, faço meus os votos de um amigo meu, de que um dia não seja preciso haver um dia da mulher.
O meu filho está a explicar à minha filha que ter pilinha é bom porque pode fazer xixi em pé e depois abanar. Certo...
Dizia a minha filha:
-Adoro-te 519.
-E porque não 520? -pergunto.
-Está bem! Adoro-te 520!
-E porque não 560? -provoco eu.
-Olha... adoro-te até ao número que sabes contar!
Imediatamente depois do Jantar a Patapon sai a correr para a casa de banho a queixar-se que doía a barriga. Ora quem tem putos pequenos cedo aprende que quando eles dizem isto é melhor manterem-se ao largo pois o que se passa a seguir dentro das paredes do WC é em quase tudo semelhante a uma Guerra Nuclear. E por isso fiquei na sala.
Não terá passado muito tempo até ela chamar com voz decidida:
-Mamã!!!! Podes vir aqui??
Meio a medo mas intrigada lá fui e deparei com a pricesa sentada na sanita de ar pensativo e intelectual.
-Mamã... estava a pensar... 'Pum' começa com a mesma letra que 'Pão' não é?
Não querendo saber pormenores sobre o porquê dela ter começado com aquela associação de idéias, limitei-me a responder orgulhosa à minha filha de apenas 4 anos:
-Sim, amor. A letra é a mesma!
E dei de frosques...
-Mamããããããã!! -exclama a Patapon de forma séria e preocupada.
-Que foi, querida? -respondo eu enquanto entro no quarto dos mabecos.
-Olha ali!!
-O que foi?
-Os Pequenos Escuros, mamã!! (para quem não conhece é um excelente livro da Chicco que ajuda os miúdos a ultrapassarem o medo do escuro, contando a história dum bonequinho que tinha medo da luz e que nós aproveitámos para transformar mesmo em boneco)
-Olha, pois é... estive a fazer as vossas caminhas de lavado e esqueci-me deles ali. (eles 'dormem' debaixo da almofada dos mabecos)
-Mas estão à luuuuz! E tu sabes que têm medo! -diz ela no tom mais preocupado do Mundo.
-Tens razão, mas esqueci-me...
-Ai, ai! -repreende-me ela a abanar a cabecita.
... e foi assim o primeiro raspanete que levei da minha filha que ainda nem completou 3 anos. Isto promete...
Hoje a minha filha de 2 anos e meio deu com uma moeda de 50cts em cima da minha mesa de cabeçeira e ficou radiante. Perguntou se podia ficar com ela ao que eu respondi que sim. De imediato e com um sorriso contagiante nos lábios exclamou 'Que bom! Dá para comprar comida e biscoitos e brinquedos e tudo!'
Ahhhh.... como é bom ter-se a inocência da infância estampada no rosto e não se ter a noção do quanto que este Mundo custa...
E foi com esta frase que a minha filha de 2 anos se queixou quando o comboiozinho de madeira dela descarrilou aqui há dias.
Para mim que assisti ao 'acidente' até percebo a preocupação com o bem estar dos passageiros, mas pensei que não seria caso para tanto já que apenas tombou ligeiramente uma das carruagens e outras alturas houve em que ele se estatelou mesmo por completo no chão e da boca dela nem um 'Ai'.
Por isso achei exagerado, sim. Mas por outro lado questiono-me que se calhar para ela até era caso para isto e muito mais. Afinal eu quando era pequenina também me preocupava com o bem estar dos meus bonecos e não havia noite em que não os fosse tapar, não fosse dar-se o caso de se constiparem durante a noite e eu depois ficar com um peso na consciência, né?
Também me preocupava em vestir as bonecas a condizer porque em qualquer altura poderiam ter de ir para alguma festa para que fossem convidadas, claro!!! E fazia cortes de cabelo arrojados nas Nancys... se bem que até hoje ainda não percebi porque é que não voltava a crescer...
Por tudo isto lembrei-me de partilhar esta história para desejar boa tarde a todas as crianças grandes que estão por aí a fingir que são apenas mães...