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Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
Agora que se aproxima o inverno (ou não, porque isto pelos vistos é conforme a semana) é tempo de constipações. E no caso do Pandinha as alergias também não ajudam.
Como tento sempre evitar a medicação de farmácia é frequente acabar por fazer uns xaropes caseiros para a tosse que, dado o número de solicitações, decidi partilhar aqui convosco.
Fica o alerta de que em nada dispensa uma ida ao pediatra, que devem ter em conta a idade do bebé e os alimentos que já foram introduzidos e que sim, são doces! Mas também não me recordo dos da farmácia serem amargos...
Xarope de cenoura
Num púcaro (se não sabem o que é perguntem à mamã ou à avó) coloquem cenoura ralada, 2 colheres de sopa de açúcar mascavado (aquele mais escuro) e água suficiente para cobrir os dois. Levem a lume brando até formar uma pasta semelhante a... xarope, pois claro! Depois é só deixarem arrefecer e porem num frasco.
Por norma deixo-o fora do frigorífico e, se necessário, faço um novo a cada 3 dias, mas há quem prefira refrigerado.
Xarope de cebola
Ainda mais simples de fazer e bem mais forte que o de cenoura, mas como leva mel não dá para os bebés mais pequenos. Basta colocar um pouco de cebola partida muito fininha num recipiente e cobrir com mel. Deixa-se a repousar umas 2 ou 3 horas até a cebola deixar escorrer parte do líquido para o mel e se obter uma pasta menos espessa (aqui é ao contrário) do que aquela com que se iniciou. Também neste caso não levou ao frigorífico e, se necessário, faço um novo a cada 3 dias. Mas, se bem me lembro, nunca foi preciso repetir a dose e por norma a tosse passa logo no primeiro dia.
Para desentupir o nariz
Certamente que já conhecem a água do mar (eu por norma prefiro o Rhinomer, mas sei que há outras marcas e mesmo a versão natural), sendo que a força 1 é mesmo adequada para bebés a partir dos 15 dias. Depois há os aerossóis. É um dos investimentos que recomendo e podem até pedir como prenda de nascimento que é bem mais útil que um cobertor com o nome bordado (nada contra o cobertor ou mesmo as toalhas de banho com o nome que tão úteis são quando se tem gémeos).
Recentemente, um pouco por acaso ouvi um papá (sim...parece que o elemento masculino da raça também tem uma palavra a dizer nestas coisas) falar de uma outra técnica. Pegam numa cebola grandinha, fazem um golpe em cruz (ou em X ou dois golpes mais ou menos prependiculares, como preferirem designar e não, não é preciso pegarem na régua e muito menos no transferidor) numa das extremidades, e depois deixam durante a noite no quarto.
Convém estar perto da cabeceira da cama mas não tão perto que faça chorar os olhitos do catraio.
Por estranho que pareça, a cebola liberta vapores (mesmo por ela, não é preciso espremer, ok?) que vão desentupir o nariz.
Sim, também fiquei um pouco incrédula mas até já experimentei comigo e é eficaz. O senão... se não gostarem do cheiro bem que vão sofrer mais do que com o nariz entupido...
Garganta inflamada
E eis que decidi partilhar também a técnica mais útil para todas as grávidas e lactantes que, como eu (na altura, ok? agora acreditem que já fechei a loja), tiveram a sorte de apanhar uma bela duma amigdalite.
Para quem nunca se meteu nestas confusões o problema é que além do Ben-U-Ron (que eu aprendi a amar) não há muito mais que se possa tomar que não se corra o risco de fazer mal ao(s) bebé(s). E como a dor de garganta não é das coisas mais cómodas para suportar, aqui fica a dica que me foi dada pelo médico que me assistiu na altura: gargarejar com água e sal.
Parece que sim, o sal mata mesmo os bicharocos todos e acreditem que depois de um dia de gargarejos de água e sal já pouca bicharada resiste.
E pronto... para já eram estas as dicas que queria partilhar, mas muitas mais se seguirão em relação aos mais variados temas. Porque quem é mamã de gémeos cedo aprende a ser desenrascada... Caso tenham as vossas próprias mezinhas então por favor partilhem também!
...e foi com esta simples pergunta que a minha vida mudou. ''Se quero o quê???''
Para quem estava a tomar a pílula e ficou em choque por perceber que estava grávida ouvir esta pergunta logo na primeira eco não me deixou mais serena. Bem pelo contrário! Por momentos pensei que estariam a brincar, ou que seria a primeira pergunta de uma qualquer checklist manhosa de aprendizes de ecografistas (nem sei se a palavra existe e não me vou dar ao trabalho de procurar no Priberam porque a vantagem de se ter um blog também terá de ser escrever os neologismos que nos vierem à cabeça, certo?).
E com a voz meio trémula ela lá insistiu 'Perguntava se quer ter um ou dois bebés...'
'Está a brincar??' (juro que procurei dizê-lo no tom mais meigo do Mundo mas provavelmente não deve ter sido assim que saiu)
Nisto ela diz ''Não estou não...olhe! Um... dois. Está a ver?'' E eu vi! Eram 2 coisinhas minúsculas com caudinha e ar de crocodilo, que eu até duvidaria serem de origem humana, mas não havia dúvidas que eram dois.
Sei que pode parecer de pouca sensibilidade para quem há anos tenta engravidar e não consegue, mas foi também a pensar nessas pessoas que me saiu aquele mar de disparates pela boca. Com tanta gente a sonhar com ter gémeos porque raio é que aqueles mabecos me foram escolher a mim??? Logo a mim que até gostava de um dia EVENTUALMENTE ser mãe mas não me sentia ainda minimamente preparada para ser mãe de um, muito menos de dois. Até estavamos ambos (eu e o outro co-irresponsável) numa situação económica estável, até teriamos alguma maturidade (achava eu...loooool), até namorávamos há mais tempo do que a memória me permitia recuar, até tinhamos toda a gente em redor a ansiar para passarmos para esse Mundo maravilhoso da parentalidade, mas... E a crise? E as despesas que teriamos? E eu não ter logo percebido que estava grávida e ter feito os maiores disparates que poderiam ter afectado o bebé? OSSSSSS bebés!! OSSSSS bebés!!!
De imediato começaram-me a escorrer as lágrimas e eu perdi o chão. Pedi para não deixarem entrar a minha mãe e o meu sobrinho mais velho porque não queria que me vissem assim. Porque me sentia completamente perdida. Tentei limpar as lágrimas para ver o resto da eco. Afinal queria que me garantissem que eu não lhes tinha feito qualquer mal, e no meio de tanta coisa que não ouvi, recordo-me que a médica me tentou confortar a dizer que estaria tudo bem com eles.
O papá só dizia que ia correr tudo bem e que estava muito feliz e eu sentia uma dor que me trespassava por não conseguir sentir o mesmo. Ao sair e deparar com a minha mãe foi mais um mar de lágrimas. Recordo-me das palavras dela como se fosse ontem: ''Se um está a rir e outro a chorar é porque não deve ser grave.'' E não era claro, massss.... eram DOIS!! E mais uma a passar para o lado dos felizes e eu ali, com um peso cada vez maior na consciência. Nisto telefonemas para a minha mana, para a minha sogra, mais risos... e eu a achar que devia pertencer a outro Mundo.
Até que senti um abraço forte e as palavras 'Eu percebo, tia... é muita responsabilidade!' trouxeram-me para este Mundo novamente. E foi assim que um rapazinho de 13 anos me fez perceber que não estaria assim tão desfasada da realidade...