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Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
E depois de duas idas ao hospital intercaladas com visitas a várias farmácias e um ror de quilómetros percorridos (porque os médicos têm aquele dom de escolher sempre o medicamento mais difícil de encontrar e os putos caem sempre fora do horário normal de abertura das farmácias) eis que estou de volta a casa com o sacana do antibiótico que o meu puto precisa para fazer face aos 4 pontos que acabou de levar. Em 5 anos de vida esta é a segunda vez que vai à costura, ou não fosse ele filho de quem é (o paizinho foi ao corte e costura 'apenas' 7 vezes).
No meio da desgraceira tenho de lhe louvar a coragem, já que desta vez correu bem melhor que da anterior. Quase... quaaaaaaase que me esqueço a estupidez que o levou a abanar o banco e aterrar com o focinho na mesa da sala só porque não queria ser o primeiro a tomar banho.... PUTOS!
Acabei de saber que tenho duas das minhas melhores amigas no mesmo hospital.
Uma delas pelas piores razões pois arranjou como companhia um bicharoco que conseguiu enganar as equipas médicas por vários dias. E infelizmente esta é uma história que já conheço pois tive um primo que gosto de igual modo e que também passou por essa estupidez de estar à beira da morte por algo tão incrivelmente parvo, e perdi assim a minha querida avó Vitória.
Não consigo imaginar se será pior a dor física que se sente de ter uma tal companhia dentro de nós ou a dor psicológica de não descobrirem o que temos ao ponto de começarmos a ver o Mundo com outros olhos. Seja como for, nenhum deles merecia. É injusto, e agradeço que informem a Gerência Superior que algo está mal na lotaria das doenças.
E se em relação à minha avó acabámos por perder a luta, a do meu primo, longa que foi, acabou por ser ganha. E tenho agora a minha querida Sónia, que sempre tive como um exemplo de coragem e de altruismo a travar a mesma luta. Felizmente já tudo parece estar bem, mas foram momentos complicados vividos por uma familia que já tanto teve de ultrapassar nos ultimos anos. É INJUSTO!
Valha-me o facto do Mundo ser tão pequeno que a minha querida enfermeira do coração calhou estar no sítio certo, na hora certa. Fizemos juntas a secundária e foi por pouco que não segui enfermagem com ela. Conforta-me saber que a Sónia está bem entregue, nas mãos da Teresa. Conforta-me saber que posso encomendar beijos que estes ser-lhe-ão entregues.
Por tudo o que já passámos juntas, aproveito para lhes agradecer publicamente às duas, e ao Mundo, por ser tão pequeno, que possibilita que dois pedaços do meu coração coexistam no mesmo hospital a dada altura.
Melhor me sentiria ainda se a minha mãe não tivesse acabado de dar entrada nas urgências, com a tensão a 23/11. Também ela está bem acompanhada, pela minha irmã, mas ainda não está livre de perigo. E isto desculpem, mas dilacera-me o resto do coração...
Por isso desculpem se não passar por aqui no fim de semana. Beijos a todos os que me querem bem.
Começo a achar que ando a educar estes miúdos em excesso.
Aqui há dias tive que ir com o Pandinha ao hospital fazer exames de audiometria (e deverei regressar a esse assunto de uma forma mais séria para elogiar o meu herói, mas dêem-me entretanto um pouco de tempo para amenizar a mágoa que me vai na alma) e como chegámos com bastante antecedência e ele se estava a portar de forma exemplar perguntei-lhe se queria ir até ao bar comer um bolo.
Depois da última vez que o deixei comer bolos de pastelaria (ver post: 'O efeito Pastel de Nata') confesso que estava bastante apreensiva, pelo que demorei algum tempo na escolha, tentanto identificar qual seria o mal menor. Nisto oiço a voz doce do Pandinha a perguntar:
-Mãeeee... 'podo' apanhar?
Foi então que num cantinho escuro, por debaixo de uma cadeira, vislumbrei o objecto da atenção dele... uma moeda de 0.50€. Perante a minha concordância a cara dele iluminou-se com um sorriso, e ele apanhou aquele tesouro e colocou-o em cima da bancada.
-Podes ficar com ela, querido.
-Não, mamã. Não é minha.-explicou ele, enquanto se sentava a comer o bolo de arroz, sob o meu olhar de completa admiração.
E nisto por entre conversas e risotas, em que lhe tentava explicar o que iria acontecer no consultório da médica, para que ele não estranhasse tanto, reparo que ele tinha parado de comer o bolo.
-Não tens fome, querido? Não gostas desse bolo?
-Gosto, mamã... mas é para levar para a mana.
Depois deste episódio tenho de me retratar em relação a tudo o que disse no post 'A Inflação'. O meu puto não vai ser Ministro das Finanças... vai mas é ser pobre e tanso!