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Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
Um dos melhores hinos ao amor que conheço. Um dos sonetos de Camões que, a meu ver, deveria ser mais divulgado. Porque Camões não é só Lusíadas (aqui neste cantinho rosa em que nenhum Português extremista me apanha, devo confessar que os Lusíadas são... uma seca!!!) e porque hoje é dia dos namorados. Ao amor eterno!
Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
mas não servia o pai, servia a ela,
e a ela só por prémio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia,
passava, contentando-se com vê-la;
porém o pai, usando de cautela,
em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
lhe fora assi negada a sua pastora,
como se não a tivera merecida,
Começa de servir outros sete anos,
dizendo: Mais servira, se não fora
pera tão longo amor tão curta a vida!
(Luís de Camões)
(imagem de autor desconhecido)
Como ando um pouco chateada com Portugal, em parte por não ter dinheiro para visitar as Comunidades, hoje decidi que ia celebrar apenas o Dia de Camões. E para todos aqueles que estão em situação semelhante, fica aqui um exemplo de determinação num dos mais belos sonetos daquele que é para mim um dos melhores autores portugueses, assim se saiba ler nas entrelinhas -o que bem sei que dá trabalho, mas é para isso que servem os neurónios que os vossos paizinhos tão gentilmente vos deram. Por favor usem-nos de vez em quando!
E claro... sintam-se perfeitamente à vontade para retribuir ou refutar e viva a poesia!
Sete anos de pastor Jacob servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
E a ela só por prémio pretendia.
Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.
Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assim negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida,
Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: — Mais servira, se não fora
Pera tão longo amor tão curta a vida!
Camões, José Malhoa