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Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
Reconheço que sou uma dinossaura no que toca a músicas infantis. Há muitas que me ficaram gravadas na memória e que agora dou por mim a cantarolar para os miúdos, completamente descontextualizadas, pois os desenhos animados a que pertenciam já há muito que desapareceram do écran.
Temos a música do Dartacão, de que eu ainda tenho o disco, que costumamos cantar quando vamos a pé para a escola (saltitamos na parte do 'Dartacão, Dartacão', o que eles adoram) do Hey Hey Vicky (esta também tem direito a coreografia com um agitar de braços no ar, a exemplificar o vento a bater nas velas, mas não no meio da rua, claro!), o 'Vitinho' (na hora de deitar vem sempre a calhar e eles já sabem completar os versos).
Também há uma música que pertencia ao genérico de um programa estranhíssimo que era o 'Zarabadim' (sim, era português e contava, entre outros, com o Carlos Alberto Moniz, a São José Lapa, e o António Feio em tristes figuras), cujo título não me recordo, mas a letra era qualquer coisa do género 'Olha o céu lá no fundo do chapéu/ olha o sol e a lua a namorar/ olha o céu lá no fundo do chapéu/ onde tu e eu vamos chegar'. E temos uma pérola de que me recordo vagamente porque tenho uma mana mais velha que me torturava com isto, que é 'Os amigos do sono' (eram 3: Manel Esfrega, João pestana e Chico Escuro):
http://www.youtube.com/watch?v=PbMwRUqAjEI
e a que já recorri tanta vez também para os preparar para a caminha (antes da do Vitinho porque esta é bem mais mexida).
Ultimamente tenho andado siderada no genérico do 'Era uma vez no espaço', de que provavelmente muitos de vocês ainda se recordam, mas nunca é demais ouvir mais uma vez:
http://www.youtube.com/watch?v=TAz8YW0AUdM
Pois a Patapon achou piada e acabou por adoptar a música também para o repertório dela, mas... numa outra versão, que ela insiste ser a correcta:
'Lá em cima há planetas sem fim
Há estrelas!
Nós podemos comê-las...
Há o Sol'
Calculo que deva ser por culpa dos cereais 'Estrelitas' (que lhe deram na escola), mas seja qual for o motivo, é mais que válido para não só justificar a cantilena como nos corrigir quando a tentamos cantar da forma original.
Aqui há dias, num acesso de nostalgia, recordava como os meus mabecos eram pequeninos quando nasceram e daqueles primeiros tempos em que pouco mais faziam que comer, dormir e sujar a fralda. E lembrei-me também da forma como entoava para eles (desde os tempos de barriguinha) a melodia de uma música inglesa (porque não sei a letra toda e fazia na mesma efeito) que os acalmava.
Já numa fase posterior, em que eram mais exigentes, e sem saber mais a que recorrer (Oh! Que falta me faz a minha avó com as suas histórias e canções) decidi inventar uma que aliasse a cantilena a gestos para aquelas alturas especiais (e raras…claaaaro!!) em que estão ‘com a telha’. E correndo o risco de uma visita ultra-super-sónica da Proteção de Menores, o resultado foi este:
A mamã vai panar
(faz-se o gesto de por pão ralado e rola-se os putos de um lado para outro)
E fritar os bebés
(pega-se e finge-se que os largamos na frigideira)
Começa na cabeça
E acaba nos pés
(cócegas da cabeça aos pés)
Tostados, quentinhos…
Bem à maneira
E acaba-se já com esta choradeira/ chinfrineira
(conforme o caso)
E pronto! Agora está tudo escandalizado a pensar ‘’Ah! E tal… a gaja a chamá-los de amores e queridos, a dar alcunhas fofinhas, e vai na volta anda a ameaçar que os vai fritar e comer…’’
Então e se eu fosse a velhinha da casinha de gengibre do Hansel e Gretel? Essa nem cantava! Simplesmente arranjava uma casinha de engodo e era vê-los a cair na artimanha, pô-los na gaiola e engorda-los até estarem rechonchudos e apetitosos.
Mas tudo bem… não é uma canção, certo? Não tem tanto impacto. É apenas uma história, talvez para uma faixa etária superior, escrita por um fulano que nem é português. Vamos então cantar umas coisinhas mais lusas do nosso vasto repertório infantil? Com uma componente mais educativa, certo? Tipo…
Atirei o pau ao gato
Mas o gato não morreu…
NÃÃÃÃOOOO!! Esperem que esta não é um bom exemplo já que incentiva os maus tratos aos animais e depois para além da Protecção de Menores fico com a PETA no meu encalce e esses são bem mais agressivos. Hmmm… deixa ver…
(...) A saia da carolina
não tem prega, nem botão
tem cautela, ó carolina
não te caia a saia no chão
a saia da carolina
uma barra encarnada
tem cuidado ó carolina,
não fique a saia rasgada
a saia da carolina
é da mais fina combraia
tem cautela ó carolina
que o lagarto leva-te a saia (...)
É impressão minha ou há aqui uma pressão latente para que a Carolina -seja lá ela quem for- fique com o pernão à mostra?? Não sei porquê mas não me parece correta. Vamos ver outra…
O balão do João
Sobe, sobe, pelo ar
Está feliz o petiz a cantarolar
Mas o vento a soprar,
Leva o balão pelo ar,
Fica então o João a choramingar.
Beeeeem!! Esta é de fazer chorar as pedrinhas da calçada. Mas querem pior? E que tal para além de cantar o mal alheio ainda gozar com ele? Não acreditam? Aqui está…
O Manel tinha uma bola,
que rolava pelo chão
na calçada ela rebola,
deu-lhe uma dentada um cão
[refrão]
Olha a bola Manel,
olha a bola Manel
foi-se embora, fugiu
olha a bola Manel,
olha a bola Manel
nunca mais ninguem a viu
O Manel tinha uma bola,
mas por falta de atenção
lá deixou ele ir a bola
entre os dentes de um cão
O Manel tinha uma bola
mas agora não tem não
e a gente a ver se o consola
vai cantar esta canção
Então o puto tem uma bola, distrai-se e a bola é levada por um cão e a forma que encontram para o consolar é andar-lhe a esfregar o erro no focinho em vez de o ajudar a ultrapassar a questão?? WHAT!!??? Sou só eu que noto aqui algum humor retorcido?? Mas há pior…
Que linda falua
Que lá vem, lá vem
É uma falua que vem de Belém
(estão a ver que lindo, com alusão religiosa e tudo)
Vou pedir ao Sr. Barqueiro
Que me deixe passar
Tenho filhos pequeninos
Não os posso sustentar
(Hã?? Bem… é um pouco depressiva, mas é a realidade de muita gente… vamos continuar…)
Passará, passará
Mas alguém ficará
Se não for a mãe da frente
É o filho lá de trás.
Ora quem já brincou à ‘Linda Falua’ deve recordar-se que ela acabava por deixar, à vez, um dos filhos de trás. E sim… lenocínio não deve ser tão grave quanto ameaçar que se vai panar os putos!! Certo!