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Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
Sim, o carnaval está quase a chegar. E com ele um consumismo desmesurado que acabou por adulterar tudo o que de tradicional e familiar esta quadra tinha.
Recordo-me de ser pequenina e ver a minha avó costurar as nossas máscaras de carnaval. Não eram destas em tecidos berrantes com penas e lantejoulas, mas eram os tradicionais e realistas fatos de varina, de princesa, ou até de capuchinho vermelho, mas com aqueles tecidos com diferentes texturas que pareciam usáveis e ajudavam a encarnar o papel.
Era também a única altura do ano em que a minha mãe me deixava usar maquilhagem. E nessa campo confesso que até tremi quando a minha filha aqui há tempos, ainda sem os 3 anos completados, veio pedir-me para pôr verniz porque uma coleguinha da turma tinha. MEDO! Não é medo que cresça... é apenas que não aproveite a infância pela ânsia de crescer...
Mas voltando à temática dos fatos cá por casa também procuramos ser um pouco mais originais do que simplesmente chegar a uma loja e retirar um fato de lantejoulas de entre um varão onde se acotovelam mais 50 fatos iguais (e não me venham dizer que os fatos não se acotovelam porque eu já assisti a uma cena dessas e é de bradar aos céus de tamanha violência). Claro que a vida já não é como era antigamente e o meu jeito para costura ficou-se por pregar botões, fazer bainhas, e algumas lições de bordado inglês à máquina com a minha querida avó Vitória que insistia 'Não é assim, filha!' até eu achar que não tinha jeito. Mas mesmo que houvesse tempo e conhecimento nem sequer tenho máquina nem sítio para a por, e por isso acabamos por fazer apenas alguns acessórios.
Este ano mais do que fazer, resolvemos reciclar aquele que no ano passado foi o capacete do Buzz Lighthyear. Comprado já em segunda mão, num tom azul de meter dó, acabou por ficar assim depois de passar pelas 'manitas de plata' (como ele gosta de lhes chamar e eu concordo para o fazer feliz) do co-irresponsável.
Este ano, como o fato é do Faísca McQueen decidimos pintar de vermelho e colar uns autocolantes. Tudo obra do co-irresponsável, que não só pintou como fez, imprimiu, recortou e colou os autocolantes. Eu escrevi McQueen (sim, ele pediu para parecer que eu também estava incluida no trabalho, mas a verdade é que a letra dele é terrível) e coloquei (também sugestão do gajo) o tipo de óleo, à laia de grupo sanguíneo (para quem não percebe a piada todos os pilotos têm à frente do nome o grupo sanguíneo para o caso de haver algum acidente em que precisem de transfusão). E digam lá que não está fabulástico!?
Mais uma vez tenho o co-irresponsável ausente. Aguenta-se conforme se pode, com ajudas pontuais de uma e outra avó, e com muita técnica e jogo de cintura adquirido durante estes quase 3 anos de convivência com os mabecos. Quando o pai partiu trocaram um beijo por cada dia de ausência, que depois guardaram nos respectivos bolsos. Assim podem ir lá buscá-los quando as saudades apertam. A questão é que por norma apertam quando eu estou sozinha com eles...
São agora 21h00 e eu estou morta de cansaço e fome. Está um franguinho assado no forno à minha espera. Tenho a princesa a chorar com saudades do pai, e o mini-co-irresponsável a chorar porque não quer que pintem o prédio do lado. A sensibilidade deve-a ter deixado cair na banheira, onde esteve a tapar os olhos do sapinho enquanto eu dava banho a ambos...