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Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
Alguns de vocês que acompanham o blog há mais tempo e que me conhecem de outras paragens sabem o que tenho lutado para encontrar uma solução para as alergias do Pandinha.
Tudo começou quando ele tinha 2 anos e uma daquelas constipações pinga-nariz que teimam em não passar. Ao fim de 1 mês de nariz entupido, depois de uma noite em que mal respirava, decidi ir com ele às urgências da Estefânia. Garantiram-me que não tinha nada nos pulmões mas tinha realmente o nariz muito entupido aliado ao facto de ter os adenóides e as amígdalas grandes e propuseram referenciação para Otorrino. Fez-me sentido e por isso esperei ansiosamente pela consulta.
Sem querer citar aqui nomes, pois calculo que toda a gente tenha os seus dias, embora num médico isso possa ser problemático, confesso que saí daquela consulta com vontade de apresentar queixa da Senhora (não, não a vou tratar por Doutora pois acho que não merece o título). Desde fazer o diagnóstico assim que entrámos pela porta (sem sequer o auscultar, sem ver a garganta ou fazer qualquer exame, e ignorando o facto de que ele andava a correr há mais de uma hora e meia, que foi o tempo de atraso da consulta, decidiu que era para operar aos ouvidos, nariz e garganta) até criticar o facto dele estar na escola e não entregue aos cuidados da avó, pois estaria muito melhor protegido.
Pois, compreendo que nem toda a gente ache a educação importante, mas para sermos então coerentes devia tirar a Patapon também, certo? Mesmo porque se a alergia (que era o que nós desconfiávamos dado o meu historial e do co-irresponsável) é contagiosa, mais valia ela também não estar exposta aos micróbios dos coleguinhas para depois os trazer para casa, certo? E já agora, que tal castigá-los ainda mais e obrigá-los a ficarem trancados em casa numa redoma?
Perante a minha insistência lá mandou o miúdo fazer um raio-X onde realmente dava para ver os adenóides aumentados. Mas por muito que eu questionasse que importaria saber o porquê, para ela não interessava. Tirava-se e pronto! E se à pergunta:
-Ele faz quantas otites, quantas amigdalites? A resposta era:
-Nenhuma! Nunca fez, sempre foi saudável. Anda é ultimamente com o nariz entupido.
Para a médica a audição selectiva era: -De certeza que deve estar enganada. Vou por aqui que sim, que faz....
E quando eu disse que me fazia sentido ele ser visto por um alergologista antes de tomar tal decisão quase levei com o processo dele em cima, acompanhado por um:
-Se quer que ele tenha uma insuficiência cardio-respiratória tome lá isto e vá pedir as segundas opiniões que quiser!!
Claro que tendo nós dois dedos de testa, tendemos a pensar o que é melhor para eles e, perante aquele cenário eu achava que o melhor era uma segunda opinião. Mesmo assim, a incerteza mexe connosco e seguiram-se meses de ansiedade.
Felizmente encontrei um bom alergologista e uma boa otorrino, e graças também às medicinas alternativas o Pandinha lá se foi aguentando. Os testes de alergia foram inconclusivos, dado ser na altura ainda muito pequeno, os primeiros testes auditivos revelaram algum bloqueio que poderia levar a surdez e assim justificar a operação. Mas a medicação deu uma ajuda e conseguimos estabilizar tudo com Zyrtec+Nasomet e muita praia. Desde os 2 anos até aos 3 e meio, foi assim que ele se aguentou. Não ficava mais vezes doente que a mana, simplesmente tem de vez em quando o narizito mais entupido e de x em x meses lá fazia um dia de febre baixinha.
Entretanto, um pouco por acaso, soubemos da existência de um centro de haloterapia no Parque das Nações. A filha de uns amigos nossos anda lá e ele notou melhorias, e por isso deu-nos o contacto.
Sempre fui da opinião que experimentar não custa e por isso lá fomos com o Pandinha. Durante o mês que lá andou antes do Natal de 2014 deixou por completo a medicação e nunca mais o vi de nariz a pingar. Na primeira semana foi todos os dias, desde então 1x por semana. Quando interrompemos nas férias de Natal foi precisamente quando ficou doente.
Agora com 5 anos o Pandinha continua estável sem qualquer sinal ou sintoma de alergia, e sem qualquer medicação. O segundo teste que fez há cerca de 1 ano já não revelou perigo de surdez. Não sai barato manter a terapia semanal, mas vale todos os cêntimos lá empregues, e para eles é muito agradável pois passam os 40 minutos a brincar no sal como se de areia se tratasse. Tem muito mais energia (se achávamos que tal não era possível cedo percebemos que afinal não temos dois filhos mas sim uma filha e um coelhinho da Duracell), deixou de ressonar e já não sei o que são narizes a pingar há meses.
Estamos ansiosos por fazer novamente a ronda dos médicos e mostrar os resultados. E eu e o co-irresponsável estamos também com vontade de experimentar ir lá os dois um dia relaxar nos cadeirões.
A quem está a passar por situação semelhante recomendo que pelo menos experimentem. Não só o espaço em si é agradável como não poderia deixar de aqui fazer um elogio à Susana. Mais do que dona do espaço, passou a ser nossa amiga. Os miúdos fazem desenhos para ela e levam-lhe prendinhas. Não vão à Haloterapia, vão 'à Susana' e não hesitam em explicar que temos de nos descalçar e que não podemos esfregar as mãos nas paredes, para o sal não cair. No fundo sentem-se em casa, e isso é impagável. E bem melhor que uma operação ao nariz ouvidos e garganta, diria eu.
Claro que nem todos os casos são iguais e haverá aqueles em que a operação será inevitável e urgente. Posso ser fã das terapias alternativas mas de modo algum dispenso o nosso pediatra, o nosso alergologista e a nossa otorrino. Tudo dependerá das próximas consultas e exames, mas graças à Haloterapia tenho alguma esperança de que no caso do Pandinha não venha a ser necessário.
E porque sei que há muita gente a passar por este mesmo dilema, fica a sugestão... vão à salga!
E assim começa uma nova secção do blog onde tentarei partilhar algumas dicas que vos ajudem a facilitar a vida. Algumas instintivas, outras aprendidas na primeira pessoa (a tentativa e erro é sempre das melhores formas de aprendizagem), outras felizmente transmitidas por quem já passou por elas.
Sintam-se perfeitamente à vontade para partilhar as vossas ou até para sugerir dicas em relação a alguma situação em concreto.
Começo pelas sopas porque é das questões que mais frequentemente surgem. Ora para tornar as sopinhas mais apetitosas:
Também não convém esquecer de que, ao introduzir novos alimentos, se deve respeitar o intervalo de 3 dias entre cada introdução para nos certificarmos se há ou não reacção alérgica, e de que não se devem misturar muitos legumes (por norma 3 de base e 1 legume folhoso).
Para facilitar a fazê-las (e acreditem que isto é particularmente útil para quem tem gémeos, mas não só) podem optar por partir os legumes todos quando têm mais tempo e guardar em doses no congelador. Depois quando precisam de a confeccionar é só seleccionar uma dose de batata, uma dose de cenoura, etc. Também dá muito jeito na fase em que comem sopa de peixe a uma refeção e de carne a outra, fazer as unidoses de carne e peixe (neste caso o normal é cerca de 40g por cada refeição) e adicioná-las depois da base da sopa confeccionada. Assim, mesmo que o bebé rejeite a sopa, podem sempre reaproveitar a base, o que não é possível se puserem a carne ou o peixe misturado de início.
Depois o ser mais espesso ou mais líquido depende do gosto de cada bebé, mas é importante ter algumas fibras mais longas para facilitar o funcionamento do aparelho digestivo, e ser progressivamente mais espesso também facilita a introdução dos sólidos e, mais tarde, que eles consigam comê-a sozinhos com um mínimo (e com isto quero dizer 1 metrinho quadrado ou 2) de chafurdice.
Boas sopas!