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Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
A viagem ao Badoca Safari Park já há muito tempo que era pensada, mas como para estas coisas convém ver até que ponto crianças de tenra idade realmente aproveitam optámos por ir adiando. Já a caminho dos 6 anos de idade, e com a ida para a pré-primária achámos que seria a altura ideal e uma forma interessante de se terminar as férias e por esse motivo começámos a planear tudo no início do verão, e para nossa alegria a minha mana e o namorado decidiram juntar-se à malta. Contas feitas seriamos 4 adultos, 2 crianças de 5 anos e o meu sobrinho mais novo, que aos 11 anos de idade é considerado como adulto (ah, pois é!). O meu sobrinho mais velho infelizmente não pôde ir por motivos de trabalho (quando é que ele cresceu que eu não dei por isso?), o que só me faz sentir mais velha.
Infelizmente os vouchers do Sapo que permitiam obter bilhetes de adulto a um preço bem mais acessível já há muito que estavam esgotados (se os Sapenses me permitem fica aqui a sugestão para fazerem mais iniciativas do género) e por isso lá teriamos de desembolsar 17,50€ por adulto e 15,50€ por criança (dos 4 aos 10 anos). Na bilheterira existia um bilhete familia que permitia que fossemos os 4 por 60€. Mesmo assim, para uma familia de 4 não é fácil e por isso hesitámos em ir. Mas a minha irmã, que já lá tinha ido com o meu sobrinho mais velho insistiu que valia a pena, e surgiu entretanto a ideia de juntarmos os miúdos e irmos todos. Afinal almoçarmos juntos ou celebrarmos os aniversários não é bem a mesma coisa que estarmos efectivamente juntos e os meus filhos adoram os primos. Com a minha mãe a dizer que patrocinava a estadia fiz uma das coisas que melhor sei... planear mais uma aventura.
Como partiamos de locais diferentes, e andar com crianças de 5 anos obriga por vezes a paragens imprevistas, decidimos marcar o ponto de encontro à entrada do Parque. O trajecto em si não é longo e na teoria é fácil dar com o Parque com o esquema lá indicado, mas queriamos chegar à abertura para evitar filas e podermos despachar o máximo possivel da visita antes das horas de maior calor (apesar de ser já Outubro o calor ainda se fazia sentir e alentejana que se preze sabe que Alentejo é Alentejo). Tivessemos combinado de outra forma e não correria melhor, porque em plena A2 acabámos por os encontrar. Seguimos daí juntos até à saída para Grândola- Sines- Santiago do Cacém e daí pela IC33 sempre com atenção ao caminho, por onde surgiam aves de rapina a rasgar os céus.
FONTE: badoca.pt
Apesar da minha irmã já lá ter ido tinha sido há bastante tempo, e já não se recordava bem do caminho. Aqui entre nós (peço ajuda aos 'sapenses' para tentar esconder dela esta parte do post) a minha irmã é a pessoa errada a quem perguntar os caminhos. Recordo-me quando eramos pequenas e os meus pais a inquiriam sobre como correra a viagem de estudo da escola e onde tinham ido ela dizia coisas como 'Fomos a um sítio com muitas árvores.' ou 'Era por uma estrada muito longa e depois virava-se junto a um prédio alto.' E assim ficavamos com a certeza que não deveria ter ido a Cacilhas e pouco mais que isso. Adiante!
A entrada para o Parque não é mesmo fácil para dar com ela quando se vai de Norte para Sul, porque está orientada para o sentido inverso do percurso e não há muita sinalização no trajecto antes, e por isso os condutores foram forçados a fazer uma curva pu.. à direita (como se diz nos ralis) logo a seguir a uma travagem brusca depois de um cruzamento. Para que não vos aconteça o mesmo, em vez de verem o trajecto aéreo no Google Maps (como eu fiz) vejam o trajecto como se estivessem na estrada, ou então confiem em mim e sigam as instruções que se seguem. Seguindo pela IC33 encontrarão várias saídas. Fixem a que diz Santa Cruz/ Ademas (por motivos que explicarei no post dedicado à estadia) mas continuem em frente. Um pouco mais adiante encontrarão uma que chama à atenção pelas placas azuis que sinalizam a saída para o hospital e para um hotel. As outras placas dizem Santiago do Cacém/ Vila Nova de Santo Andre e Melides. Respirem fundo que estão perto, mas sigam na mesma em frente e devagarinho pois a entrada do Badoca situa-se uns metros à frente, à vossa direita.
A partir daí é terra batida. Por isso não gastem tempo nem dinheiro a lavar o carro antes de irem pois irão precisar lavar novamente ao regresso. Pelo caminho há uma pequena capela que não chegámos a visitar, mas ficou a curiosidade. Se alguém já lá esteve que se pronuncie.
Chegados ao Parque o estacionamento é amplo e os primeiros têm a vantagem de poder selecionar um dos poucos lugares à sombra. Se for o caso façam-no! Apesar de às 10 da manhã (a hora da abertura do Parque) tal não ser mutio evidente, acreditem que um lugarinho à sombra em pleno Alentejo vale ouro quando se chega ao final da tarde! Para as bilheteiras não havia fila, talvez por ser ainda cedo, talvez por já estarmos em Outubro. Seja qual for o motivo soube bem chegar e andar, e sabermos que iriamos ter vaga no primeiro Safari do dia, às 10h30 (fiquem descansados que marcam logo à entrada e vos dão todas as indicações juntamente com um mapa/ roteiro das actividades do Parque.
O valor do bilhete inclui o Safari, que no fundo é a visita guiada no combóio (puxado a tractor estrategicamente pintado com camuflado alusivo a um animal, e por isso haverá o tractor-zebra, o tractor-tigre, etc), a Apresentação das Aves de Rapina, a Sessão de Alimentação do Lémures, o Passeio Pedestre e a Visita à Ilha dos Primatas. Depois há extras como o rafting africano (por 2€) que o meu sobrinho mais novo estava ansioso por experimentar (e não vou dizer que eu também) e que infelizmente estava avariado e tudo o resto há que pensar seriamente atendendo ao preço. A interacção com os lémures custa 12€ por adulto e 10 por criança, a Visita aos Bastidores custa 65€ por pessoa, o Falcoeiro por Um dia 40€/ pessoa. Para quem tenha porquinhos-mealheiro rechonchudos poderão ver informações adicionais sobre cada uma destas actividades através deste link. Os outros façam como eu, ignorem esta parte e sigam.
Assim que entram têm a loja de lembranças do lado esquerdo. É por aí a saída mas é também aí que podem ir caso se tenham esquecido de levar chapéus. Vão precisar sim, pois embora hajam sombras um pouco por todo o Parque e mesmo dispersores de água colocados estratégicamente em duas das árvores da entrada aquilo é Alentejo, maltinha. Recomendo que levem tudo de casa pois um simples boné custa 12€, e sim há quem os dê porque não há alternativas num raio de kms e há determinadas zonas do trajecto onde as sombras estão muito espaçadas.
Logo à entrada do Parque são abordados para tirarem a foto da praxe com a estátua da mascote, a girafa Badocas. À saída procurem por ela na loja das lembranças mas não com muita esperança de terem uma obra de arte. A nossa tinha várias sombras de permeio, não deixando ver claramente os rostos, e estava demasiado longe e por isso optámos por não dar os 7€ que pediam por ela. Por isso e porque com a GoPro HERO4 Silver a fazer timelapse com um intervalo de tempo pré-definido conseguem por a câmera num local fixo a tirar fotos sequenciais ao grupo e ir calmamente andando para o enquadramento.
Quanto ao percurso em si aconselho pensarem nisso em função do horário do Safari e dos diversos espectáculos. No nosso caso como o Safari era logo às 10h30 aproveitamos apenas para ir ao wc com os miúdos, beber um pouco de água e depois seguir. Confesso que não resisti a tirar uma foto ao wc. Houve quem gozasse comigo mas para mim qualquer obra de arte é digna de destaque, independentemente do local onde se encontre.
Ainda são alguns metros entre a entrada do parque e o local de onde o Safari parte e sobretudo se estiverem num grupo grande convém ser dos primeiros a chegar caso pretendam manter-se juntos. Ser dos primeiros também ajuda na escolha de lugares, se bem que ao longo do trajecto há pontos de interesse quer do lado direito quer do lado esquerdo e tendo em conta que os animais (salvo algumas excepções) circulam livremente pelo Parque nem sempre quem vai à frente tem melhor cenário do que quem vai atrás.
Fica o alerta (para que não sejam apanhados desprevenidos como muitos dos visitantes) de que sendo um Safari pelo meio de um terreno brutal no Alentejo o pó é uma constante. Caso planeiem levar um fatinho caqui de tecido leve e fresco pensem duas vezes. Ou então façam como a minhã irmã que não sai de casa sem um frasquinho de desinfectante. Limpou o banco dela e o da vizinha de trás, e depois voltou a limpar quando tivemos de trocar de combóio porque a máquina daquele (tractor pintado) avariou. Para mim nada de admirar já que para onde quer que a gente vá há sempre destes precalços, mas é também por aí que a vida tem mais piada e ficamos sempre com peripécias para contar.
Antes da partida o condutor explica as regras básicas (como não saltar para fora da carruagem mesmo que caia alguma coisa) e dá-nos uma ideia do que iremos ver. Depois, e a analisar também pelo que depois vimos acontecer noutro combóio (já perto do final) é cruzar os dedos na esperança que aquilo arranque e chegue ao fim sem avariar. Ainda fiquei a pensar se seria de propósito para dar mais emoção, mas acho que foi só uma lamentável coincidência que nem assim deixou de arrancar risos. Há que lembrar que ali ninguém vai com pressa para ir para o trabalho, e por isso Safari é Safari, mesmo que obrigado a pausa forçada no meio dos animais.
Quanto aos animais na primeira parte do trajecto penso ser uma questão de sorte poderem estar mais perto ou mais longe já que o percurso do combóio está definido mas os animais circulam livremente. Há muita variedade, desde gnus até gazelas, avestruzes e veados, e o condutor vai fazendo paragens para explicar as origens e características de cada grupo e apontar o macho dominante.
Em recinto fechado estão 3 tigres: um macho e duas fêmeas. O guia explica que não era intenção inicial do Parque tê-los mas foi-lhes solicitado e não conseguiram recusar o pedido de ajuda. Não compreendi se eram provenientes de algum cativeiro ou se será uma tentativa de reprodução da espécie, mas confesso que me faz alguma confusão vê-los ali presos num recinto que não sendo pequeno também não será das dimensões ideais para animais de tão grande porte. E embora se compreenda que soltá-los não seria uma opção viável para os outros animais (e mesmo para trabalhadores e visitantes do Parque) o que é certo que como contrastam tanto com a liberdade dos outros animais faz bem mais confusão vê-los ali do que no Jardim Zoológico.
Por todo caminho se ouvia a questão chave: -Onde estão as girafas?. Todos nós ansiávamos pelo momento de poder ver girafas em liberdade, mas confesso que por diversas vezes pensei como seria se no meio de tanto espaço disponível elas fossem para uma zona afastada do trajecto pré-definido do combóio. Tendo sido os primeiros a arrancar do cais de embarque tivemos a sorte de ainda as ver dentro do cercado onde passam a noite e assistir à sua libertação. Um pouco tímidas a início, mas lá foram saindo a passo lento, o que nos permitiu tirar imensas fotografias.
Mesmo em frente à zona das girafas estavam os compartimentos de outros animais que estavam por algum motivo resguardados dos demais. Ou porque tinham crias pequenas ou porque tinham chegado há pouco ao Parque e ainda se estavam a ambientar. Junto a essa zona vedada passeavam várias zebras, e entre elas algumas crias. Andaram por ali a perguiçar bastante tempo até que uma decidiu correr e as outras foram atrás. É realmente um luxo poder estar tão perto delas.
Mais adiante, já quase a terminar a viagem, voltámos a encontrar as girafas a alimentarem-se das copas das árvores. Os meus mabecos adoraram ver os pescoços esguios e as linguas esticadas.
Em menos nada estávamos de volta ao cais de embarque, apinhado de gente para a próxima viagem. Ao sair pela ponte de madeira ainda deparámos com o outro combóio que avariou. Ninguém parecia preocupado com tal facto, e aproveitavam para tirar fotos a quem passava por cima, e nós retribuimos o gesto.
Convinha agora definirmos o resto da visita propriamente dito porque há certas actividades que têm hora marcada. Como iria haver um espectáculo de Apresentação de Aves de Rapina logo ao início da tarde, junto ao restaurante, optámos por ir para o extremo oposto durante o restante período da manhã, e à hora de almoço seguiriamos para o restaurante e lá ficariamos para o espectáculo. Penso ter sido uma boa decisão pois acabámos por ver a maior parte do recinto num relativo sossego, enquanto a maior parte dos visitantes ainda se concentrava na zona principal.
Começámos pela zona vedada das aves, quase em frente à entrada. Ainda hesitámos junto à porta até que uma das funcionárias veio dizer que poderiamos entrar à vontade, fechando a porta arás de nós. Foi um pouco estranho entrar e controlar a porta com uma espécie de arara negra, de poupa encaracolada (deve ter ficado parada nos anos '80) a fitar-nos. Pensei o que faria se ela nos fintasse e saisse porta fora, mas não me parece que fosse essa a intenção da bicha; por momentos pareceu-me antes que se ela era o nosso espectáculo nós éramos o dela e que nos olhava com a mesma curiosidade. Pela jaula cruzámo-nos com mais umas quantas aves, inclusivé um papagaio enorme que terei de reconhece impunha um certo respeito, sobretudo quando deu um voo e aterrou no chão mesmo à nossa frente, bloquendo-nos a saída.
Tempo para apreciar também as cobaias que corriam pelo chão fora (não compreendo a simbiose da coisa, mas calculo que deva haver um motivo para tal mistela de espécies), tentando ter uma refeição sossegada enquanto as aves procuravam incessantemente furtar-lhes a comida.
Mais à frente, do lado esquerdo do caminho o recinto dos facóceros. Imaginei por diversas vezes se saberiam a javali, mas da maneira como nos fitavam penso que da mesma maneira como não gostaria de ficar fechada numa zona tão pequena com um javali, também não gostaria de ficar com um facócero. Respeito! Respeito!
Do lado direito as tartarugas. É sempre giro os miúdos verem até que ponto um animal daqueles consegue crescer, mas em termos de espectáculo como podem imaginar é ver e andar já que não há muito a dizer e as coisas por ali avançam muuuuuuito lentamente. A não ser que aconteça algo que viriamos a presenciar mais tarde, quando no regresso deparámos com uma multidão a rir junto ao recinto das tartarugas. Parece que era época de acasalamento e enfim... havia alguma acção entre dois dos exemplares. Pela nossa parte evitámos a cena, por uma lado porque coitaditas acho que também têm direito à sua privacidade, e por outro porque assim evitarmos ter de explicar aos mabecos porque é que uma tartaruga estava em cima da outra a fazer certos movimentos.
Chegámos assim ao recinto das cabras. Só pelo facto de andarem por ali a saltar e terem crias já contribuiu para serem um dos maiores pontos de interesse, mas ao constatarmos que poderiamos com uma moeda de €0.50 obter ração para lhes dar, foi complicado convencermos os mabecos a sair dali. Valeu-nos o facto de não haver também onde trocar dinheiro e por isso com o fim das moedas de cinquenta lá começaram a mexer as patas.
Seguimos então para o recinto dos cavalos e póneis. Reconheço que tinha alguma vontade de montar, mas em vez de terem ali um funcionário tinham apenas uma placa com um número de telefone. Hesitei em ligar pois nem sequer havia indicação do valor, mas tendo em conta os valores das outras actividades extra calculei que não fosse barato, mas iria ser uma grande tentação se fosse um preço razoável, pois se os mabecos lá têm o bichinho da equitação de mim e do co-irresponsável o herdaram e por isso fosse o que fosse x4 de certeza seria caro.
E nisto recebo a chamada do Eco Suites Resort, o local onde iriamos passar a noite, a perguntar qual a hora prevista para a chegada. Explicámos onde estávamos e que só deveriamos aparecer mais para o final da tarde. Aproveitámos para confirmar o caminho e o tempo do trajecto. -Cerca de 10 minutos do Badoca aqui. -esclareceu a simpática Joana. E assim ficámos mais à vontade, com a certeza que teriamos tempo mais que suficiente para ver o Badoca de um extremo a outro.
Como nestas coisas também convém fazer umas pausas para descansar aproveitámos as mesas existentes junto ao parque infantil para comer umas bolachinhas e beber água. Todos nós levávamos mochilas. O co-irresponsável numa mochila estilo aventura (que lhe custou 10€ encomendada pelo eBay) levava o kit de primeiros socorros, pois nunca se sabe quando poderemos precisar, eu levava água e uns snacks numa mochila térmica que temos desde que os miúdos nasceram, e sem a qual já não conseguimos passar. Estas coisas de se ter filhos por vezes incute-nos certos hábitos, que não serão necessariamente despropositados, mesmo quando se está sem eles.
Para os mabecos descobri uma promoção especial do sumo Um Bongo. Acho que vamos deitar sumo pelas orelhas tal é a quantidade que tive de comprar para trazer duas mochilas, mas olhem bem para isto e vejam lá se não valeu a pena. Em azul e em rosa é como se diz 'pró menino e prá menina'.
E acreditem que muitos adultos as miraram com ar de que também queriam uma. Lá dentro cada um tinha um cantil de água, dois pacotes de maçã desidratada para petiscar e lenços de papel. Cada um deles pode também escolher UM brinquedo (esta parte do UM foi muito reforçada, explicando que teriam de andar todo o dia com a mochila), desde que fosse leve. Ela optou por um livro e um lápis, ele por um peluche. Claro que poderiamos ter dividido o conteúdo pelas nossas mochilas, mas eu sou da opinião que dar-lhes pequenas responsabilidades é sempre algo positivo, e terem as mochilas garridas às costas ajudava também a localizá-los quando se afastavam um pouco mais.
Enquanto aqui a malta da terceira idade descansava as articulações nas mesinhas de piquenique eles subiam por uma pequena ponte himalaia ou por uma rampa em madeira para depois descerem pelo escorrega. Mais uma vez foi complicado convencê-los a sair, mas havendo apenas um restaurante (não compreendemos porquê mas o Restaurante Panorâmico que prometia grill estava fechado e degradado) não queriamos de todo ser dos últimos a chegar.
Logo à porta do restaurante percebemos que a escolha não era muita nem emocionante e que menos emocionante ainda era o preço. Menus na ordem dos 8-10€ que incluiam prato, bebida e sobremesa. Tirando os hamburgueres (que pareciam bolas de hóquei depois de um incêndio) a comida tinha bom ar e sabia bem, e era também servida em quantidade generosa. Mas era no fundo optar por frango ou bacalhau com natas. A maior parte dos crescidos preferiu o bacalhau, para os putos pedi uma dose de frango e dois pratos. Chegou e sobrou, e já de barrigas cheias (fica o destaque para o cheesecake de maracujá que era excelente) andámos uns metrinhos para o lado para assistirmos ao espectáculo das aves.
Vale bem a pena irem, mas fica o alerta que têm de manter a criançada sossegada porque as aves são soltas à vez e andam pelo meio do público. Infelizmente tiveram que pedir por diversas vezes a adultos para não fazerem movimentos bruscos e para voltarem ao seu lugar. As crianças mais pequenas portaram-se todas bem. Uma das mais impressionantes na minha opinião seria o Calau, pelo porte, e o Bufão pela beleza. Já anteriormente tivemos a oportunidade de privar com um Bufão em Mafra e foi muito engraçado constatar que os mabecos o reconheceram, mesmo apesar de terem decorrido vários meses.
Motivo de riso foi o facto de uma das aves soltas ter-se afastado para caçar e não ter regressado até final do espectáculo. Tivemos os mabecos o resto da tarde a questionarem se a dita ave já teria regressado, mas ficámos sem saber.
Por esta altura já eles ansiavam em voltar para a zona do parque infantil, pelo que tivemos que negociar a ida à Ilha dos Primatas, que por ser bastante afastada justificaria depois a paragem no regresso. Em relação aos primatas fica o alerta que para quem tenha crianças muito pequenas ou dificuldades de locomoção talvez seja complicado o esforço já que o caminho é todo em terra batida, com alguma inclinação, e muito afastado da zona principal. Para quem possa fazer tal trajecto é interessante ver os animais, mas tudo depende também da sorte que se possa ou não ter com as 'macacadas'. No nosso caso o que fez as delícias dos miúdos foi um macaco pequenino que insistia em meter-se com um mais velho e fugir cordas acima, numa atitude desafiadora.
A questão é com o fosso de permeio a visibilidade também não é das melhores. No caso dos babuinos facilita pelo grande porte e pelo facto de um deles se ter aproximado do fosso. Foi pena não termos chegado a horas de ver a alimentação pois talvez fosse mais interessante.
No regresso nova paragem então no parque infantil. Desta vez no lado da estrutura que dava para subir. Tivessemos nós uma casa grande com jardim e certamente seria algo giro e fácil de fazer.
E assim se queimavam os últimos minutos de descanso, já com o calor a apertar e a multidão a chegar. A ida para a piscina do Eco Suites Resort era muito ansiada e por isso seguimos caminho direito à loja de lembranças, estratégicamente colocada na saída. Com os preços praticados não foi difícil dizer não aos mabecos perante o desfile de objectos acima de 10€. Lá acabámos por comprar dois tigrinhos de peluche dos mais pequenos, para se juntarem aos 300.000 que por cá andam em casa, mas enfim... escolheu-se o mal menor.
E dali saímos com várias mochilas cheias de memórias e a vontade de voltar (mas da próxima com farnel).
Para os mais desatentos reparem que o endereço do blog alterou de twin_mummy para TwinMummy. E porquêêêêê?- perguntam vocês.
Acontece que já de um tempo a esta parte algumas pessoas se queixavam que por vezes não conseguiam colocar gosto nos posts nem comentar. Como uma dessas pessoas é a minha mãe e ela não é própriamente um suprasumo da informática achei que seria ela que estava a fazer qualquer coisa mal.
Parece que não... e por isso desculpaaaaa mamã! Parece que é o Internet Explorer que embirra com o tracinho do nome e por isso fui alertada pelos amigos sapenses.
Calculo que para muitos outros leitores bastaria o alerta para usarem outro browser mas para a minha mãe... hmmm... está mudado, okis?
Acontece que para quem já subscreveu parece que terá de o fazer novamente ou fazer uma alteração qualquer. Como sou uma nódoa nestas coisas aqui fica a explicação da equipa Sapo:
''A mudança de endereço tem consequências ao nível do feed de RSS (que alguns leitores seus podem usar para subscrever o blog em leitores de RSS), pelo que, a mudar de endereço, recomendamos que comunique essa alteração no blog antes de a fazer - para que os leitores ainda recebam esse post e possam atualizar o endereço subscrito.''
Pois...como precisava ver se conseguia fazer a alteração e se era possível da forma que eu queria...olhem... já está e desculpem por não avisar antecipadamente. Mas espero sinceramente não vos perder (porque sei que de vez em quando vêem cuscar) e aos mais calados espero sinceramente que fosse uma questão de browser e que de hoje em diante não se calem!
A toda a equipa Sapo a minha sincera homenagem por me aturarem e por ainda me tentarem explicar estas coisas!!
A todos os leitores toca a subscrever e a comentar que nem uns doidos sem pensar no amanhã!
Seguindo a sugestão do 'Inspira-me' do Sapo desta semana, aqui ficam os posts mais visitados nos ultimos 6 meses. Como não poderia deixar de ser, o destacadíssimo post 'As Aplicações do Sr.Sapo' é o que lidera a tabela:
Sei que é apenas por 'mea culpa' que não há mais visitas, mas juro que estou a ver se me reorganizo para voltar a escrever com a regularidade que escrevia antigamente. Mesmo porque... faz tão bem à alma...
Não, não é o que pensam (ou é apenas em parte). Este post hoje é sobre algo que me atormenta há muito e que desconfio que nem toda a gente tenha essa percepção. Quantos de vocês é que já repararam, ao comprar um simples pacotinho de ervas aromáticas ou especiarias, a como é que pagam o quilo?
Nesta era tecnológica os números são simples de obter, acedendo a uma qualquer página online de um hipermercado. Aconselho que o façam de imediato, pois não vão acreditar no que eu vou para aqui transcrever e eu não quero passar por aldrabona. Estão prontos? Comecemos!
Pois então vejam por exemplo uma das minhas misturas favoritas que são as ervas Provence. Alguém fazia ideia que pagava as ditas ervinhas a 55€/ kg? Acham caro? Pois acedam aí a um pacotinho de orégãos e reparem que fica em cerca de 98€/ kg. Livrem-se de pensar sequer em comprar em frasco ou passa para uns vertiginosos 142€.
E entre marcas também se nota a diferença, já que o frasco de açafrão da marca X fica nuns meros 44€/kg ao passo que se for da marca Y pagam uns luxuosos 199€/kg.
Já dos coentros frescos para o frasquinho de coentros em folha (estes confesso que nunca usei mas faz com que eu me deixe de queixar do preço dos frescos) é uma diferença de cerca de 200€. Não, não me enganei com os zeros, já que frescos custam pouco menos de 20€/kg e secos atingem o estonteante preço de 227€/kg!
Acham caro? Astronómico? Então nem olhem para as 'ervas finas' ou ainda têm um ataque cardíaco por pagar mais de 320€ por cada quilinho.
Ora tendo em conta uma notícia* recente divulgada pelo Sapo, que falava sobre a forma como os negócios ilícitos (e nestes se incluem o tráfico de droga e o contrabando de tabaco) iam passar a ser contabilizados para o cálculo do PIB, qualquer dia também ainda passam a pagar impostos. E por isso fica a sugestão: vão mas é plantar orégãos!
http://rr.sapo.pt/informacao_detalhe.aspx?fid=24&did=151815
Quem nunca passou pela experiência de vestir um fato de mascote não sabe do que falo, mas para quem se considerar corajoso, é das experiências mais assustadoras que alguém pode ter.
Há muito, muito tempo, era eu praticamente uma criança (ou assim gostava de pensar), quando o jogo de cartas do Pokémon foi lançado. Estavamos a trabalhar para a editora, e tinhamos ao dispor (eu felizmente não, já que o meu papel na história era outro) um fato do Pikachu e um fato do Poliwhirl.
O do Pikachu era basicamente uma bola enorme e amarela e uns sapatões colossais (com que chegaram a fazer das corridas mais cómicas que alguma vez assisti), mas o outro... bem... imaginem-se num fato de lycra azul, com apenas um disco estilo chupa-chupa a proteger-vos da cara até à cintura. Mesmo assim, num dos eventos, quem sofreu mais foi o Pikachu, pois talvez por ser dos mais queridos das crianças, tinha direito a gelado simpaticamente enfiado pela boca dentro.
Ora... nem é preciso perceberem muito do assunto para saberem que é por aí que o desgraçado respira e vê. E foi assim que o meu amigo Isidro (desculpa lá de te identificar mas mereces a homenagem) teve que limpar o gelado que lhe toldava a visão e dificultava a respiração.
A parte mais entusiasmante da coisa -e fica a dica para quem precisar de fazer dieta- é que aquilo, mesmo em ambiente protegido dos raios solares e ventilado, é a coisinha mais quente que alguma vez vi. Ao fim de 1 semana o Isidro tinha vários quilos a menos e muito mais musculatura (não só pelo peso do bicho, mas por ter de fugir dos pequenos que ofereciam gelados).
E porque me recordo eu disto agora? Por causa do dia da criança, e por causa do Leo. O Leo foi hoje a vítima dos meus filhos. O Leo teve de fugir dos meus filhos, o que não foi tarefa fácil, já que estava um agarrado a cada perna.
E por isso, a quem quer que estivesse dentro do Leo, fica aqui o meu muito obrigada, e a minha sincera homenagem por ter ainda tido forças para lhes pegar ao colo e dar aquele sentido abraço que fez todas as celebrações do Dia da Criança valerem a pena. Por ter tido energia para rugir, por ter tido coragem para reaparecer depois da merecida pausa.
A todos os Pikachú, Panda, Sapo, Leo e afins desta vida: obrigada por fazerem tantas crianças felizes e obrigada por se conterem de lhes dar um pontapé!
São os meus heróis!
Aceitando mais uma vez a sugestão do Sapo, vamos lá espreitar as estatísticas partilhando os 5 posts mais lidos do mês de Fevereiro. São eles:
As Aplicações do Sr. Sapo
http://twin_mummy.blogs.sapo.pt/as-aplicacoes-do-sr-sapo-49588
Pais da Tanga: O Candeeiro e a APACM
http://twin_mummy.blogs.sapo.pt/pais-da-tanga-o-candeeiro-e-a-apacm-50656
Disparates
http://twin_mummy.blogs.sapo.pt/4107.html
Coisas que me irritam
http://twin_mummy.blogs.sapo.pt/2934.html
Quero viver na casa do Pingu
http://twin_mummy.blogs.sapo.pt/quero-viver-na-casa-do-pingu-51409
A todos os que por aqui andam, mais opinativos ou mais silenciosos, o meu muito obrigada. E caso tenham sugestões quer para novos posts, quer para melhoramento dos já existentes ou do blog em si, acreditem que são sempre bem vindas. Ou comentando directamente ou enviando email, por favor opinem!
Graças aos meus deliciosos mabecos que me surpreendem a cada dia com as mais variadas pérolas que depois aqui partilho convosco, mas também porque sou uma refilona opinadora em relação a tudo o que me rodeia, acreditem que material há sempre muito, e se não escrevo mais é mesmo por falta de tempo. Mas como também sei que há por aqui muitas leitoras que sãp mamãs ou futuras mamãs de gémeos, e que acabam por gostar de ter um outro ponto de vista em relação às situações que estão a passar, de alguém que teve as mesmas dúvidas, os mesmos dilemas, as mesmas preocupações, por favor não hesitem em perguntar se acharem que posso ser-vos útil de alguma forma.
E a todos os papás, mamãs e simplesmente curiosos que por aqui andem hoje, e respectivos mabecos, votos de um FELIZ CARNAVAL!!
E eis que atingimos a meta dos 30.000 visitantes em cerca de 7 meses de blog. Depois de tantas mensagens de apoio, depois dos destaques do Sapo, depois do inesperado convite da REV:Motorcicle Culture, depois de um ano complicado... sabe bem perceber que alguma coisa tenho feito bem. Ou então tão mal que toda a gente vem ver apenas por causa daquela mentalidade de abrandar o carro para ver o acidente. Seja como for, obrigada pelo interesse. E abreijos a todos!!
Este ano, como prenda de aniversário, decidimos aceder ao pedido dos mabecos e comprar-lhes um computador, que na versão infantil será nada mais, nada menos que um 'tablet', ou 'tabelete' como muito boa gente diz.
Sim, eu sei que o tema é polémico pois muita gente acha que crianças desta idade não precisam de tecnologias, mas apenas de brincar, e também porque existe um certo receio de que depois fiquem demasiado presos ao bicharoco e deixem... de ser crianças. Mas caramba... para evitar isso estamos cá nós, certo? No meu entender não é por darmos um gadget aos miúdos que nos podemos demitir de ser pais.
Confesso que ainda andei a ver alternativas mais baratas, mas sinceramente, dar 12€ por um tablet infantil de teclas pré-definidas que não terá mais que 3 ou quatro funções, em que se ouve o abecedário com voz abrasileirada e os números com som metálico não é a minha ideia de dinheiro bem gasto. Nem mesmo os 30€ que me pediam por aqueles falsos laptops infantis, de écran com um grafismo a fazer lembrar os jogos dos anos 80, me parecia ser um bom investimento. E por isso optámos por 2 tablets adaptados para crianças, com os contornos mais aborrachados e algumas aplicações pré-definidas, e ainda não nos arrependemos.
Para quem está nesse dilema deixem-me garantir que é possivel serem utilizados ocasionalmente, de forma lúdica, e será também uma boa oportunidade para interagirmos com eles de modo pedagógico. E não me refiro apenas à parte pedagógica de os ajudarmos a compreender as aplicações em si e a fazer a correspondência entre o que aprendem nas aplicações e o que podem depois fazer na vida real, mas também 'pedagógico' no sentido de que só podem pegar nos tablets depois de tomar banho, de jantar e de lavar os dentes, se se tiverem portado bem nesse dia, e depois de arrumarem todos os brinquedos.
Também temos enfatizado a importância de continuarem com as restantes actividades, e ao fim de quase 1 mês de utilização é bom perceber que eles próprios já dizem 'Vou desligar!' por livre iniciativa. Por um lado porque explicámos que os aparelhos têm de ter tempo de recarregar, por outro porque explicámos que faz mal aos olhinhos estar ali muito tempo a olhar, mas sobretudo porque fazer puzzles com o mano/a ou brincar às familias com os Playmobis continua a ser igualmente interessante.
Confesso que me revolve as entranhas haver certos pais que instalam monitores no carro. Espero sinceramente que não seja apenas para manter as criancinhas caladas durante a viagem, e que actuem de forma inconsciente relativamente aos malefícios de visualizar as imagens com o carro em andamento. Também reconheço ser fã da Playstation enquanto consola, mas não tanto da versão portátil (PSP) pela facilidade que haverá em levá-la para festas e eventos (como já vi tanta vez não só em crianças como em adultos), assim como de jogos para telemóvel durante formações e reuniões de trabalho. Não percebo, e acho uma falta de respeito desmesurada quer pelas pessoas que nos rodeiam, quer pelo próprio sentido da vida. Mas não devemos descurar de todo a importância que as tecnologias têm no Mundo em que vivemos, e habituá-los desde cedo a saberem-se movimentar nesse Mundo faz-me todo o sentido.
Por todos estes motivos, e porque no fundo são crianças, procurámos instalar aplicações que fossem igualmente educativas e lúdicas, e em que se falasse inglês (que estamos agora a iniciar aqui por casa) ou português de Portugal. É que apesar de ter amigos brasileiros, ser fã do pão de queijo da minha querida Letícia, e ter umas saudades monstras da minha querida manicure Luciana, sou também acérrima defensora que as diferenças de lingua devem ser para manter (sim, sou de facto -e não de fato- completamente anti novo acordo ortográfico), tal como todas as outras que definem um povo e uma cultura.
Ora acontece que descobrimos que o nosso amigo Sapo tem esse tipo de aplicações. Temos já instalado 'O comboio do Sapo' e 'O ABC do Sapo'. Enquanto o primeiro é bastante diversificado em termos de tarefas, ensinando-lhes as cores, onde vive cada animal, quais os objectos adequados a diferentes profissões, etc o segundo mostra as letras do abecedário, associadas com uma imagem e uma palavra ilustrativa dessa letra. Mas também, se carregarmos na imagem do próprio sapo que aparece no início, podemos divertir-nos a atirá-lo ao ar, como se de um boneco de trapos se tratasse. Eu confesso que gosto, e que de vez em quando, nos dias mais stressantes, depois de deitar os miudos, surripio um dos tablets e delicio-me a esparramar o bicho de encontro às paredes. Pode parecer sádico, mas ele não se queixa, e se ali está é para lhe darmos uso, certo?
E também por isso aproveito para dizer ao Sr. Sapo que toda a família é já fã das aplicações e que gostariam de fazer o apelo para desenvolverem mais, naquele bom português que nos faz tanta falta.
Ao senhor sapo que quase atropelei pelo caminho peço as minhas mais sentidas desculpas. E não, não falo no sentido figurado, já que um desses bichinhos se atravessou na estrada e me fez guinar o volante e recuar no tempo.
Há muitos muitos anos, quando eu estava a estagiar a mais de 100 kms de casa, calhava de passar por uma zona de grande irrigação fluvial (ai que poética que eu hoje estou), e naqueles quilómetros finais calhava sempre de encontrar algum animal. Os corvos e as cegonhas eram os mais usuais, mas a dada altura encontrei lagostins. E desviei-me, claro!
Pois no dia seguinte em vez de 2 ou 3 tinha a estrada coberta de lagostins. Ao ponto de a cada volta de rodado ouvir aquele 'crrrssssshhhh' característico, como quem martela uma sapateira. Parar não podia, que aquela maltinha tinha ar de quem ia ficar por ali a cirandar todo o dia, e eu tinha quem me esperasse no destino. Outro caminho também não havia pelo que segui em frente, mas sempre de peso na consciência por matar algo que não comesse de seguida.
E tanto isso me perturbou que acabou por ser tema de conversa ao almoço com o meu orientador. Pelos vistos os animais estavam em época de migração e o trajecto passava por aquele local exacto onde resolveram fazer uma estrada. A culpa não seria dos animais, é certo... mas eu confesso que não estava ansiosa por fazer o trajecto de regresso a esmagar mais umas dezenas de... caraças! Aquilo era marisco, certo? De rio, mas marisco! Vai daí lembrei-me de perguntar se era comestível e foi aí que se fez luz. Pelo menos se fosse para matar que comesse, não? Liguei à mamã e ela disse que sim, que sabia cozinhar lagostins de rio, e que o meu pai até apreciava.
Decidida então a transformar os quilómetros seguintes em caçada fiz-me à estrada em final do dia já com a missão estudada. Acontece que no porta bagagens do meu carro sempre andou o triângulo de sinalização, o colete, o extintor, o kit de primeiros socorros, e aquela coisa tão útil em caso de pneu furado (acreditem que já perdi a conta aos que troquei, e quando o nosso primeiro carro é um VISA 10E com uma década dá muito jeito ter tais acessórios) que se chama WD-40, e depois a bisnaga de supergel e o paninho para limpar as mãos. Mas nada de sacos.
Quem não me conhece pode achar que sou pessoa de desistir à mínima contrariedade, mas eu devo ser mais teimosa e determinada que uma mula (talvez seja isso que ainda me faz aguentar), e por isso apanhei-os (sim, à mão, que no fundo aquilo são caranguejos e tal proeza eu estava habituada a fazer nas pescarias com o meu avô e nos pontões das praias da Costa da Caparica) e atirei-os para o porta-bagagens. Dei-lhes uma lição de moral para não estragarem nada ou teriam uma morte lenta (ehehe) e lá prossegui caminho.
Chegada a casa da minha mãe, feliz e orgulhosa com a caçada, esta quebrou-me o raciocínio quando guinchou ao olhar para o porta bagagens.
-Mas vêm vivos!! E à solta!! -dizia ela completamente abismada.
Juro que por momentos aquela não me parecia a mesma mãe que insistiu com uma pirralha de 3 ou 4 anos (eu, portanto) que tinha que tirar as rãs todas que lhe tinha posto cuidadosamente no casaco, enquanto ela e uma amigas andavam a pescar enguias ao cesto (uma bela tradição que espero não esteja esquecida) num regato perto de Leiria. Recordo-me do discurso da altura... de que não as podia levar porque não iam sobreviver. Porque só eram felizes ali, e blá, blá... A mesma mãe que certa vez, a caminho de Serpa, quando fizemos uma das muitas paragens de beira de estrada que a inexistência de auto-estrada e a co-existência de 2 mabecas tolas no banco de trás de um Fiat 124 (nada é suficientemente largo quando duas manas andam à porrada) nos obrigava a fazer, me negou o transporte de uma maria-café que encontrei nas ervinhas. Já devias saber o que a casa gasta, certo??
Vai daí eu, teimosa como sou (não sei se já vos disse isto) liguei para recém sogra (namorava há pouco tempo e por isso imagino a imagem com que ela ficou a meu respeito logo nessa altura) que disse que sim, os sabia cozinhar (desconfio agora que esta deve ser a resposta pronta de mãe, tipo 'Claaaaaro que sim! Sei cozinhar isso e muito mais.'). E lá incertei eu novamente caminho, não sem antes a minha mãe ter insistido para pelo menos os levar numa panela, que o meu pai apertou com sisal, de forma a que a tampa não saltasse.
Pois... mas em casa da sogra o cenário não foi diferente, e alguns gritinhos depois, decidi fazer eu o petisco. Não estava mal, mas tenho a reter que os lagostins de rio precisam de bem mais sal que os outros...
E assim, depois desta derrapagem pela maionaise, voltámos ao presente, onde o co-irresponsável garante que nenhum sapo ficou ferido no decorrer desta história. Já eu... não tenho tanta certeza. Acho que simplesmente o meu gajo ainda gosta de mim o suficiente para me pregar uma mentira piedosa ou impedir-me de voltar atrás para desviar o sapo do caminho. Não sei porquê... prefiro pensar que está tudo bem com o sapinho, e que apenas levou um valente susto, e uma repreensão da mamã dele por ter atravessado a estrada sem olhar.
Resolvi aceitar o desafio 'inspira-me' do sapo e dar-vos a conhecer as nossas (de)corações de Natal, e assim as chamo porque todas elas nos tocam de alguma forma ao coração. Depois de mais uma semana sozinha com os mabecos, seguida de uma semana complicada de constipações e noites mal dormidas, a energia para tratarmos das decorações de Natal não era muita. Por isso confesso que adiei um pouco as coisas, mesmo porque queria que os mabecos fossem parte activa no processo, mas isso requer um grande controle a paciência da nossa parte e, enfim... perdoem-me se sou apenas humana.
Acontece que se muitas pessoas com crianças (hoje em dia é cada vez mais prudente não dizer 'casais') foram praticamente forçadas a colocar as decorações em Novembro (ou mesmo em Outubro, como confessou uma prima nossa no fim de semana passado), a maioria colocou no dia 1 de Dezembro, pelo que para nós começava a ser complicado gerir o entusiasmo dos miúdos. Perante a triste exclamação da Patapon ao ver a porta da vizinha da frente enfeitada:
-Olha, mãe! Ali já é Natal!
e tendo em conta que ultimamente o Pai Natal é uma constante das nossas conversas (a maior parte das vezes para fazer chantagem com eles e assim convencê-los de forma 'pedagógica' a portarem-se bem, mas isso também não vem ao caso...), entendemos que não havia de passar deste fim de semana.
Como a casa é pequena sempre tivemos uma árvore à medida, porque no fundo o que importa é o espírito, certo? Para evitar também grandes elaborações e acumulação de pó (viva as alergias!) recorriamos por isso a uma pequena árvore com galhos entrelaçados, pintada de dourado, a fazer pendent com a estrela que colocávamos na porta. Este ano, por iniciativa do co-irresponsável, metemos mão à obra com os miúdos e resolvemos fazer uma nova árvore. Com 2 folhas de cartão, lápis de cor, e uns tubos com gel e purpurina colorida, não poderiamos ter ficado mais orgulhosos do resultado.
De resto a estrela da porta permaneceu, e colocada em família como nos anos anteriores. Começa a ser uma tradição que eu espero que se mantenha por muitos anos (nem que tenha de os subornar!).
Persistem também as decorações que adquirimos quando remodelámos a sala e que combinam com a escandalosa parede vermelha (aproveito para dar um recadinho ao pintor que andou a sugerir salmão... não, ainda não estamos fartos!), e que no fundo nos recordam tudo o que passámos desde que estamos juntos (nunca se metam em obras!).
E a fada (ou duende ou lá o que quiseram chamar) que comprámos para 'o bebé' numa feira de artesanato quando descobrimos que estava grávida, mas longe de saber que seria de gémeos. Devia ter desconfiado ao ver que no cestinho ela traz mais que uma pinha...
Depois temos alguns apontamentos simples espalhados pela casa, como estas árvores de Natal que foram herança das decorações dos meus tempos de solteira (será muito mau dizer... que saudades?? hmmm...).
Temos as usuais luzes para não destoar dos outros lares portugueses e que tão bem conjugam com as edições especiais do Homem de Ferro e dos meus queridos Watchmen (este gosto das edições especiais é felizmente um dos muitos partilhado com o co-irresponsável).
Novidade das novidades, este ano uma excelente aquisição, na IKEA, por apenas 3,99€. Tem a grande vantagem de funcionar a pilhas, e graças às ventosas dá este efeito especial ao espelho da casa de banho. A desvantagem é que de vez em quando se solta uma ventosa e quando isso acontece à nossa passagem é difícil conter os gritinhos histéricos.
Gostava também de vos mostrar o Pai Natal e o boneco de neve que os pequeninos trouxeram do berçário no nosso primeiro natal em família, mas os bonecos são tão patuscos que eles ainda não os largaram, e até dormem com eles. E assim fica concluida a 'tour cá por casa.
Com isto até achámos que estava giro, simples e original. Até vermos a árvore dos nossos amigos Tiago e Alice. Graças à minha completa ignorância em relação às novas tecnologias (e por novas quero dizer desde o tempo do VHS até ao presente), não consigo carregar o vídeo, mas acreditem em mim que o efeito das luzes a passarem pelas rodas é sublime, pois dá uma sensação de movimento incomparável a qualquer outra 'árvore'.
A eles os meus parabéns pela originalidade e o desejo de que para os próximos anos, com a chegada do novo elemento da família, nos consigam continuar a surpreender... a 3!
E a todos vocês que por aqui andam, mais comunicativos ou mais envergonhados, votos de um Natal muito inspirado!!
Seria inevitável um blog desta categoria (hmmmm hmmmm) aparecer mais cedo ou mais tarde nos 'Recortes do Sapo'. Pois...foi mais cedo do que eu esperava!
Para quem não sabe de que se trata (shame on you!) é uma forma dos Srs. Sapos darem visibilidade aos blogs que se destacam por algum motivo. De entre todo o 'Universo sapeiro' são seleccionados cerca de 5 blogs por dia, e este acabou por ter visibilidade no dia 16 de Novembro.
Agora se a notícia em si me alegra (e muito, claro... pois serei apenas mais uma entre muitas blogueiras que para aqui andam a falar de fraldas e sutiãs) o motivo pelo qual foi destacado deixa-me algo intrigada.
Parece que uma das formas de candidatura é se alguém o recomendar, a outra é se falar de um tema actual, pertinente ou que apele aos estômago deles como 'chocolate' (critério nada tendencioso, claro). Ora... se foi alguém o meu muito obrigado e digam lá para onde devo encaminhar o porco no espeto. Se acharam pertinente e actual o tema do aniversário do Rorschach (foi com o Post 'Rorschach' que atingi esse estrelato) viva então o Rorschach e o meu professor de Psicanálise. Mas... se foi pela referência ao chocolate (que eu detesto)... ups... Queria dizer... adoro, Srs. Sapos, adoro, ok? Chocolateeeeeeee!! Então prometo falar muito mais sobre isso. E até coloco fotos!!
PS: Não é mentira que faço uns bons Brownies com carradas de chocolate, que são amplamente apreciados pela família e amigos, e eles juram que não é só por gostarem muito de mim, que realmente o bolo é bom. Ou então, como costumo muito bem dizer... que bons amigos que eu tenho!!
NOVAS Estatísticas do Sapo! Uma boa forma de saber quem por aqui anda e em que dias vocês bebem visitam mais... E agora só falta encontrar uma forma de vos pôr um TAG a ver se consigo descobrir quem são aqueles elementos silenciosos... ehehehe Estão tramados!