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Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
Já há muito que estava planeada a ida ao 'Jardim dos Budas', como por norma é conhecido. Mas o Buddha Eden é bem mais do que isso. É toda uma experiência que nos aguarda por trás de um portal mágico...
De forma a evitar o calor optámos por sair cedinho de Lisboa e levar uma mochila com o indispensável. Água, protector solar, umas bolachinhas para snack, e lá nos pusemos a caminho. Lições aprendidas: apesar de ser no Bombarral a saída correcta da A8 é Carvalhal / Delgada, e quando se arranja uma mochila é conveniente lembrarmo-nos de a levar.
O trajecto é relativamente fácil e rápido, mas os quase 5€ de portagens que se paga desde Lisboa (e outros tantos no regresso) não torna a viagem nada barata. Já à chegada, e estacionados por entre os inúmeros autocarros turísticos, procurámos em vão a mochila que ficou em Lisboa. Felizmente os bonés iam na cabeça, ou teriam tido o mesmo destino.
A entrada em si é magestosa, a começar pelos wc revestidos a quartzo rosa. São espaçosos e limpos, como se quer quando se vai com crianças.
E vamos a contas novamente... A partir dos 12 anos paga-se a entrada a 5€ por pessoa, mais o passeio de combóio a 4€ por pessoa. Uma familia de quatro com 2 menores de 12 anos como a nossa desembolsa 26€ logo à chegada. Se o passeio de combóio é dispensável? Sim, talvez... mas resistam vocês aos sorrisos rasgados de dois mabecos de 7 anos que deliram ao ouvir a palavra combóio. E sim, pronto... também me soube bem andar de ''rabinho tremido''. Neste aspecto mais um conselho... vão mesmo de manhã cedo se não quiserem estar na fila interminável para o dito.
Existem duas opções viáveis se for esta a vossa escolha. A primeira é darem a volta completa de forma a fazer o reconhecimento e depois planear e explorar a pé. A segunda é entrarem e sairem nas 3 paragens pré-estabelecidas. Fica o alerta de que, embora os combóios passem com intervalos de cerca de 10 minutos não é garantido que tenham lugar caso optem por entrar e sair.
No nosso caso fizemos as duas primeiras paragens e depois saímos na terceira, a partir da qual explorámos o jardim. Fizemos o troço final já à saída quando o cansaço começava a instalar-se, e penso que terá sido uma boa opção.
Quanto ao jardim em si não há palavras para descrever tamanha beleza. Conforme indicado no site, ''o jardim foi criado em protesto contra destruição dos Budas Gigantes de Bamyan, naquele que foi um dos maiores actos de barbárie cultural''. Sito numa área de 35 hectares, está ainda em construção e divide-se por áreas temáticas com características distintas. São centenas de estátuas dispostas estratégicamente por entre zonas mais ou menos arborizadas, regatos e recantos que esperam por nós.
Atravessado o arco principal deparamos com o lago central, repleto de carpas Koi. O coreto central convida à selfie e mesmo ao romance, assim se tenha a capacidade de ignorar o mar de gente que nos circunda e os patos que pedincham comida.
Ao fundo, do lado esquerdo do lago, somos vigiados por um dos ''exércitos de terracota'' (versão azul) existentes na propriedade. As figuras são personalizadas com feições distintas, à semelhança do exército original, encontrado perto da cidade de X'ian. Vale a pena subir a encosta relvada para tirar a foto da praxe com o Imperador Qin Shi Huang (a única figura a vermelho), mas cuidado com o campo minado por aquilo que penso ser dejectos de raposa.
Poderia ter analisado melhor a mina que ficou agarrada às sandálias do Pandinha mas não sei porquê não me apeteceu. Também não tive coragem de abordar as duas meninas inglesas que decidiram sentar-se mesmo à frente do exército a apreciar a paisagem. Deixem-nas ser felizes enquanto podem...
Desta zona principal, onde se situa também o café com uma ampla esplanada, o ponto de venda de gelados, e o único wc existente na zona do jardim (o segundo fica perto do restaurante, à entrada), pode-se optar seguir para uma de 3 áreas.
Pelo que percebi outras há já planeadas, mas infelizmente falta um folheto informativo com a história em si e com uma planta do que agora já é um extenso jardim. Apesar das placas estratégicamente colocadas junto à maioria das estátuas, convinha ter-se algo mais completo para leitura. Fica a sugestão...
Saltitando de pedra em pedra por cima do regato e subindo até a uma gloriosa estátua de Shiva, oculta por entre as árvores, passámos para a parte mais desértica de forma a começar o tour pela zona Africana, ainda em construção.
Conforme se pode ler no site esta zona é dedicada ao povo Shona do Zimbabué. Este povo acredita na união entre o fisico e o espiritual, que as pedras possuem um espírito vivo que ifluencia o artista a libertar a parte espiritual através da escultura.
São vários os exemplos em que acho que o artista conseguiu isso mesmo. E claro que todo o meio envolvente ajuda. Mas mais do que as esculturas de espírito libertado através da pedra, esta área impressionou-nos pelos agrupamentos de animais feitos em metal. Imponentes, perfeitos! Desde as estátuas individualizadas dos grande crocodilos, junto à água, passando pelas manadas de gnus ou elefantes, até aos pequenos suricates, sempre atentos na pose que lhes é característica. Faz-me lembrar aqui os meus...
No final desta zona deparamos com as esculturas mais megalómanas. O jardim de Escultura Moderna e Contemporânea possui obras de vários os artistas, algumas pertencentes ao próprio Berardo, que acabámos por encontrar nesta zona de transição, nitidamente a observar o andamento das obras em curso. Embora algumas não sejam de carácter permanente, espero que a de Peter Burke por lá fique. As centenas de mãos dispostas em série denunciam a formação em Engenharia do artista, e o estágio na Rolls-Royce traduz-se no carácter industrial da escultura. Numa palavra (e perdoem-me o estrangeirismo): MASSIVE!
Mas mais do que isso, penso que encontrou ali o espaço perfeito para exibição publica, como que a emoldurar o horizonte.
E explorada esta primeira área recomendo a descida e paragem no café. Atenção no entanto ao que consomem que os preços são bastante inflaccionados. Para terem uma ideia cada garrafa de água (das pequenas) custa €1.50. Poderão também optar por comer ali uma fatia de pizza e assim enganar o estômago, mas bem feitas as contas, e em termos proporcionais, rende mais almoçar no restaurante, que se situa na entrada do parque. Vão com tempo porque ainda têm muito que subir.
A parte boa é que se não estavam com muita fome, no cimo da subida acabam por ficar. Ou então aproveitem apenas o facto de ficarem boquiabertos com a escultura da entrada...
Apenas está disponível o serviço de Buffet em que os adultos pagam €14.80, as crianças até aos 10 anos €7.80, o que não é demasiado pelo menu completo, mas não fica barato para uma familia de 4 pessoas. E por quase €50 sei de imensos sítios onde se come bom peixe e mesmo bom marisco. Fica a sugestão para fazerem um menu familiar de forma a facilitar a vida das famílias portuguesas de classe cada vez menos média...
Quanto à quantidade e qualidade nada a apontar. Como podem ver pela imagem inclui um belo de um queijinho para entrada, pão, sopa, salada (vai desde a salada mista até à salada de atum com feijão frade que o meu filho devorou), prato principal (embora houvesse 4 à escolha todos nós escolhemos o arroz de pato que estava divinal), sobremesa, bebida e café. Apesar do ar de cantina conferido pelo tabuleiro, estava tudo excelente.
Com o calor a apertar seguimos para a zona dos Budas gigantes, para depois nos embrenharmos na parte mais densa do jardim. Difícil é conseguirem tirar fotos aos ou com os ditos Budas, porque são sete cães a um osso. Um osso grande, é certo, mas mesmo assim...
E se a experiência em si é única para crescidos, para crianças atinge-se outro nível por se poder interagir com as estátuas. Tenho impressão que se deixasse ali o Pandinha 3 horas ele não se teria cansado de contornar o Buda deitado. Mas se querem ver adultos a correr e a trepar estátuas então subam mais um pouco.
Junto a uma das rotundas por onde passa o comboio há um Buda colossal. Não é dificil subirem à base, mas é uma aventura fazerem-no sozinhos para a boa da foto e arranjar aquele equilibrio perfeito entre fotografar o Buda por completo sem parecerem formigas. Uma GoPro de certeza ajuda muito, mas foi mais uma coisa que me esqueci de levar...
Seguimos pelo lado esquerdo (lado direito do Buda), por aquilo que passámos a designar como a 'Floresta dos Budinhas'. São centenas deles, dispostos por entre a vegetação, como se tratassem de gnomos de jardim, mas numa versão bem mais 'fashion' e zen. Cada qual tem a sua expressão, uns olham para o lado, outros para cima, uns têm livros, outros parecem em meditação. Este é o meu preferido...
Estivemos naquela zona cerca de uma ou duas horas. Poderia ter sido um dia inteiro e não nos iriamos cansar. O lugar preferido do Pandinha era num banco junto a uma cascata, e foi difícil convencê-lo a prosseguir.
É curioso podermos dar-nos ao luxo de ficar ali no silêncio a ouvir nada mais que a água a correr e os pássaros a chilrear apesar dos inúmeros autocarros estacionados à entrada. Parece que o jardim tem uma qualquer capacidade de absorção daqueles magotes de gente.
Ao seguir cascata abaixo ficamos com a sensação que todas essas pessoas se transformaram em pequenos Budas e passaram a fazer parte do Jardim. É esta a magia que ali se sente e que nos prende.
De repente alguém fala em gelado e pronto, voltamos à realidade. Dirigimo-nos pelo trilho dos pequenos Budas até ao quiosque central onde se come um Olá Olá Olá, e a vida sorri. (esta provavelmente só a malta do meu tempo entende)
E é de sorriso nos lábios por um dia bem passado que nos dirigimos à terceira paragem do comboio de forma a apanharmos boleia até à saída. São muitos os momentos imortalizados nos écrans dos telemóveis que levamos para casa. Mas outros tantos na memória. Por tudo isto... Gostamos e recomendamos!
PS: também gostámos muito da saída pela garrafeira. Recomendamos o Moscatel Roxo Superior e o Licor de Amora para aumentar a conta da visita.
FOTO: As abóboras que os gémeos esculpiram com a ajuda do pai.
Embora não seja uma festa tradicionalmente portuguesa confesso que sou fã do Halloween. De uma forma ou de outra acabamos sempre por festejar e muitos dos vizinhos já alinham. Desde que os miúdos nasceram tentámos envolver todo o prédio de uma forma diferente. No primeiro ano fomos de porta em porta oferecer doces, nos anos seguintes fomos pedir. Este ano... bem... este ano perdi a cabeça.
Depois de três semanas para esquecer em que ambos os miúdos estiveram doentes, e claro que à vez que é para não chegarmos a respirar de alívio, decidi que mereciam um dia diferente e, como louca que sou, decidi organizar uma festa de Halloween para família e amigos. O plano era simples... fazer as compras na quinta, fazer a maior parte das coisas na sexta e deixar a decoração e pormenores finais para a manhã de sábado. À hora da sestinha dos miúdos punha a mesa e quando acordassem era só mascararmo-nos a rigor para receber as visitas às 17h.
Para quem tem filhos sabe que nada corre como planeamos e e já esperava alguns imprevistos mas nada do que se passou. Não me perguntem como, mas consegui deslocar duas vértebras de terça para quarta. Na quarta à tarde nem respirar conseguia e ainda pensei cancelar tudo ou simplesmente mandar vir uns frangos, borrifá-los de vermelho para parecerem alusivos ao tema e dizer que estava mascarada de corcunda. Mais uma vez valeu-me a acunpunctura e após apenas duas sessões estava de volta à acção.
Claro que isto significa que já não fui às compras na quinta e tudo o resto se atrasou. Estava malta a chegar e eu ainda nos últimos preparativos. E muitas das coisas que queria fazer já não consegui. Mesmo assim acho que o resultado não foi mau e por isso decidi também partilhar. Fica a sugestão e as receitas para quem para o ano quiser partilhar desta minha loucura. E por favor sintam-se à vontade para mostrar as vossas fotos e dar sugestões. São bem vindas!
Mozzarella Eyes
Este é muito simples. Presunto fatiado (neste caso um belo pata Negra, ou não fosse eu meia alentejana), com uns apontamentos de mini-Mozzarella. Para que pareçam carinhas basta por dois grãos de pimenta.
Monstro-de-ló
Outro simples, como convém a quem tem muito mais para fazer e não deixa de ser mãe nos dias de festa. Se quiserem façam de raiz mas eu confesso que limitei-me a comprar um pão-de-ló simples e depois acrescentei uns olhinhos de chocolate de compra e uma boca feita com um tubinho de chocolate.
Bloody Pie
Mais um que faz vista e pouco trabalho dá. Um delicioso crumble de maçã de alcobaça que se vende no Pingo Doce por menos de 5€, um frasco de corante alimentar vermelho, uma seringa e umas gominhas em forma de dentadura e pronto... uma tarte com aspecto horrível e sabor delicioso. Confesso que foi um dos meus preferidos.
Salsicho-múmias
Para não dizerem que eu não fiz nada este deu um pouquinho mais de trabalho. Ok, pronto... as salsichas são de compra e a massa folhada também mas fui eu que cortei a massa às tiras, enrolei à volta das salsichas, levei ao forno e depois fiz os olhinhos de mostarda. Contas feitas devo ter perdido uns 15 preciosos minutos com esta iguaria.
Cemitério de chocolate
Esta é uma versão melhorada daquele que fiz há uns anos. A base é um tabuleiro rectangular com massa de brownies, coberto de uma camada de Oreos esmagados para dar aquele aspecto de terra revolvida e para rematar umas minhocas de goma. A diferença em relação ao que costumo fazer não foi apenas as Oreos mas a espectacular árvore esculpida por mim. Juro que é fácil: tortilha e uma faca, esculpe-se a forma que se quiser, e depois uma ida ao forno médio (180-200ºC) em papel vegetal até tostar.
Spookie Snacks
Este foi um dos que mais sucesso fez e menos trabalho deu. Uma ida ao LIDL e felizmente tive o bom senso de trazer dois pacotes porque no fim da festa já não havia. São salgadinhos mas não são picantes e por isso tanto crianças como adultos os devoraram. Infelizmente por serem do LIDL não é garantido que para o ano haja mais, mas assim espero.
Marshmallows fantasmagóricos
Mais um pacotinho de pura magia do LIDL, que em segundos (o tempo de abrir a embalagem) nos permite encher mais um prático temático. Havia rosa e azuis e quase parece que foi de propósito 'pró menino e prá menina' mas não foi. Era assim que vinha e eram bons. Decidi intercalar com gomas em forma de osso mas poderia ser com quaisquer outras ou mesmo uns com os outros. Marcharam e olhem que não foi só a criançada que as comeu.
Cemitério de Guacamole
Este foi dos maiores sucesso da festa, e confesso que quando vi a receita nem achei que fosse ficar muito bem, mas é certo que resulta. Encontrei diversas variantes da receita que fiz mas o conceito são as camadas. Por norma uma é de guacamole, outra de molho de salsa. Confesso que devido à quantidade de coisas que tinha para fazer recorri aos de frasco. Os do Jumbo são excelentes e bem mais em conta. Esta tinha uma camada de feijão em baixo que vi numa das receitas, e por cima uma invenção minha foi acrescentar tempero para tacos em pó. Estava bem apaladado mas não demasiado picante e toda a gente acabou ou por simplesmente provar, ou por devorar. Pouco sobrou. A enfeitar, mais uma vez tortilhas levemente tostadas no forno. Para escrever nas lápides usei mais uma vez o tubo de chocolate.
Abóbora Infestada
Para quem tenha paciência e tempo não é difícil de fazer. O interior era de bolo normal com recheio de doce de ovos, a cobertura de massapão e depois uns ratinhos em massapão. O resultado é brilhante. Mas este foi de compra.
Bolo de Halloween
Uma outra opção para quem não tenha nem tempo nem uma pastelaria por perto que faça deste tipo de bolos, ou para quem simplesmente queira poupar no orçamento, esta é outra opção. Um bolo perfeitamente normal, e depois bastam uns bonecos alusivos ao tema para se ter um bolo temático em 2 minutos.
Bloody Juice
E para beber nada melhor que uma groselha fresquinha. Os olhos são lichees com mirtilhos. Horripilante e delicioso!
A todos os que me acompanham neste blog... cheers!