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Aventuras e desventuras de uma mamã de gémeos: Como me meti nesta enrascada; Relatos da (in)experiência; O dia-a-dia com 2 mabecos... Leiam e participem!!
Eu sei que há pessoas que acham que, para quem nem sequer estava a pensar ter filhos, não faço um mau trabalho com os gémeos. Caramba! Até eu penso isso que modéstia é boa, mas também há que reconhecer o mérito. Na maior parte do tempo eu até nem acho que seja má mãe. Aliás, vezes há que até me convenço que sou boa, que até tenho jeito para a coisa. E depois há dias como o de hoje.
Tentando contextualizar para que não pareça tão mal, estou desde o fim de semana passado de semi-férias. Digo semi-férias pois para mim férias é estar refastelado ao sol e eu não sei o que isso é já há alguns anos. Quando se tem filhos nunca há sossego total numa ida à praia. Mas quando se é mãe e gaja (recuso-me a dizer esposa porque efectivamente não o sou e acho o título horripilantemente estranho) há sempre imensa coisa além das tarefas domésticas do dia a dia que não temos tempo de fazer. E por isso resolvi tirar uns dias para por a casa em ordem e tentar mais uma vez o desfralde nocturno.
Assim sendo, e como para putos de 4 anos fim de semana, férias ou dias de escola é exactamente a mesma coisa, acordo com os mabecos cerca das 7h00 (sim, mesmo assim é melhor que o tradicional acordar às 5h30 para ir trabalhar) e depois entre permitir-lhes um pequeno almoço mais sereno e uma ida a pé para a escola, acabam por ser 9 da manhã quando inicio as tarefas, até à hora de os ir buscar. A partir daí é tudo igual aos outros dias, simplesmente porque o tempo não estica e entre as 18h00 e as 21h00 é quando tudo acontece. Banhos, fazer jantar, por mesa, jantar, lavar loiça ou fazer qualquer outra tarefa doméstica, ajudar os putos a lavar os dentes, pô-los a dormir.
Ora, com os chichis das últimas noites foram 5 máquinas de roupa em 2 dias. Estou também a tentar fazer umas pequenas remodelações em casa, a dar a volta à roupa que não serve, a comprar roupa que faz falta e... e hoje o meu filho foi para a escola de boxers, pronto!
Para os mais distraídos sei que poderão estar a pensar qual será o problema disso, já que meninos tanto usam cuecas como boxers. Bem... até as meninas já usam boxers, certo? Mas a questão é que... ele foi SÓ de boxers, ok? Eu estava a vesti-lo -porque quando a mãe está em casa eles desaprendem tudo e exigem mimo- os boxers eram azuis, os calções azuis eram e no meio das 500x que fui chamada por um ou por outro parece que acabei por vestir apenas os boxers e deixar os calções em cima da cama. Parece!
Há uns dias ela ia saíndo só de meias, sem sapatos, porque de qualquer forma os ténis também eram cor de rosa como as meias e aquilo assim de relance parecia até bastante sólido. MAS... -ora aqui está onde eu queria chegar- a minha filha, como gaja esperta que é chamou-me à atenção que estava ainda descalça e não chegou a sair porta fora.
E portanto, digam por favor que poderei partilhar a culpa e a vergonha que sinto com o sacana do meu filho que, sendo tão distraído como a mãezinha dele, nem deu por nada e andou a arejar a pilinha todo o santo dia.
Tomaram o pequeno almoço calmamente, fomos a pé para a escola, vesti-lhes as batas e lá ficou ele em boxers o dia todo. Até a minha sogra os ir buscar e reparar na fatiota. Acham que posso alegar que foi para fazer face ao calor?
Há quem tenha queda para a música, quem tenha para o teatro ou mesmo para a escrita. Há quem declame poemas a fio de memória, e quem saiba dar toques na bola e fintar como ninguém. E há a minha filha... que tem queda para pisar cocó de cão!
Pois hoje, para não variar, num passeio pelo parque com os avós paternos, calhou de acertar em cheio com um dos ténis novos (que embora tenham sido estreados na semana passada quase parecem ter feito já todo o inverno, ter sido atirados para o lixo, e depois resgatados numa qualquer reciclagem) num enorme poio. Não que eu o tivesse visto, pois por essa altura estava eu ainda no trabalho, mas dei por ele quando apertava os elaborados cintos da Graco, para iniciarmos a viagem de carro de regresso a casa.
Pais que são pais têm sempre toalhetes à mão, e pais de gémeos por norma têm um pack inteiro deles (e quando digo pack é sempre acima de 200 unidades dos ditos), e por isso respirei de alívio e fui buscar os toalhetes ao porta bagagens. Mas nem mesmo se tivesse gasto um pack deles conseguiria tirar o dito cocó, de tão agarrado e seco que estava (nota mental... não é boa ideia comprar ténis com solas de elaborados relevos). A solução passou mesmo por lhe tirar o ténis para, pelo menos, não sujar as costas do meu banco, como tinha acontecido no incidente anterior e que envolveu uma igual (senão maior) quantidade de caca.
Mas claro que isso não nos impediu -pelo contrário- que pudessemos gozar com a situação e com a pontaria da miúda. Mas bastou percorrer alguns metros, com a conversa de crescidos e Pandinha a roçar o limite da estupidez -sim, a malta reconhece!- para a resposta-pronta da Pespineta se fazer ouvir. Do alto do seu metrinho de altura, com voz segura e bem colocada, como se falasse para uma plateia sai-se com esta:
-Sabes... eu acho que é um disparate os cães fazerem cocó na rua. Os donos deviam ensiná-los a ir à sanita para eu não pisar mais cocó!
Pois... eu também acho! E subscrevo!